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A ESSÊNCIA DA NATUREZA HUMANA
Como já mencionado, o homem foi criado à imagem e semelhança de Deus. Tais semelhanças incluem a moralidade, espiritualidade, sensibilidade, inteligência e capacidade de relacionamento. A natureza do homem tem três teorias explicativas - tricotomia, dicotomia e monismo.
A tricotomia é a concepção de que o homem é constituído de três partes - corpo, alma e espírito. A dicotomia é a ideia de que o homem é composto por duas partes - corpo e alma/espírito. Por fim, o monismo é a concepção de que o homem é composto de um único elemento e seu corpo é a própria pessoa.
Um dos aspectos da criação do ser humano à imagem de Deus foi sua feitura como homem e mulher. Embora a criação do ser humano como homem e mulher não seja o único aspecto à imagem de Deus, ele é tão significativo que as Escrituras o mencionam logo no mesmo versículo em que descrevem a criação do homem por Deus.
Podemos resumir da seguinte maneira os aspectos segundo os quais a criação dos dois sexos representa algo da nossa criação à imagem de Deus: a criação do ser humano como homem e mulher revela a imagem de Deus em relações interpessoais harmoniosas, igualdade em termos de pessoalidade, importância, papéis e autoridade.
Voltando a questão da natureza humana, de quantas partes compõe-se uma pessoa? Todos concordam que temos um corpo físico, mas muitos acreditam na existência de uma parte imaterial, ou seja, uma ‘alma’ que sobreviverá à morte do corpo. E qual seria a origem da alma?
Sabemos que a primeira alma veio a existir como resultado de Deus ter soprado no homem o Espírito de vida. A esse respeito, existem três teorias principais:
PREEXISTÊNCIA
Deus teria criado todas as almas antes da queda e antes de cessar a sua atividade criadora. Desse estoque de almas Deus daria a cada corpo uma alma.
DEFESA:
A origem do Imaterial não pode ser material.
DIFICULDADES:
A preexistência não tem respaldo nas Escrituras. Têm associações com teorias não-Bíblicas como transmigração da alma e reencarnação. Contradiz os ensinos de Paulo de que todo pecado e morte são resultado do pecado de Adão (1 Coríntios 15:21 – 22).
CRIACIONISMO
Deus estaria criando cada alma em algum momento da fecundação, unindo-se ao corpo imediatamente. A alma se tornaria pecaminosa por causa do contato com a natureza humana, pela culpa herdada dela.
DEFESA:
Passagem das Escrituras que falam de Deus como criador da alma e do espírito: Números 16:22; Salmo 104:30; Eclesiastes 12:7; Zacarias 12:1; Hebreus 12:9. A alma (imaterial) não pode ser meramente transmitida. Explica porque Cristo não assumiu a natureza pecaminosa de Maria.
DIFICULDADES:
A atividade criadora de Deus cessou no sexto dia em Gênesis 2:1 – 3, e não pode ser que Deus crie uma alma diariamente, a cada hora e momento. Por que Deus criaria uma alma pura para colocá-la numa situação de pecado e provável condenação eterna?
TRADUCIONISMO
A Raça Humana foi criada em Adão, tanto o corpo como a alma, e os dois são propagados a partir dele pelo processo de geração natural.
DEFESA:
Esta teoria se harmoniza perfeitamente com as Escrituras, com a Teologia e com uma concepção correta da natureza humana. No Salmo 51 Davi reconhece que herdou a alma depravada de sua mãe; em Gênesis 46:26, almas que descenderam de Jacó; em Atos 17:26, Paulo nos ensina que Deus “de uma vez fez toda a raça humana”. É melhor explicado o “pecado hereditário” e a “transmissão da natureza pecaminosa”.
A imagem de Deus no homem
O homem foi criado a semelhança de Deus em caráter e personalidade. Vejamos como isso se dá:
1. Parentesco com Deus.
A relação de Deus com as primeiras criaturas viventes consistia em essas, de maneira inflexível, obedecer aos instintos implantados pelo Criador; mas a vida que inspirou ao homem foi resultado verdadeiro da personalidade de Deus. Por mais que se tenha o homem degradado, ainda ele reconhece que deveria estar em plano mais elevado.
2. Caráter Moral.
O reconhecimento do bem e do mal pertence somente ao homem. Esse sentido está resumido naquele curto, mas precioso “deve”, tão cheio de significado. É o mais nobre de todos os atributos do homem.
3. Razão.
O animal è meramente uma criatura da natureza; o homem é senhor da natureza. A tragédia da história è essa que o homem tem usado esse dom para propósitos destrutivos, até mesmo para negar o Criador que o fez uma criatura pensante.
4. Capacidade para imortalidade.
A existência da árvore da vida no Jardim do Éden indica que o homem nunca teria morrido se não tivesse desobedecido a Deus.
5. Domínio sobre a terra.
O homem foi designado para ser a imagem de Deus com respeito à soberania, e como ninguém pode ser monarca sem súditos e sem reino, Deus deu-lhe tanto um “império” como um “povo”. O homem tem enchido a terra com suas produções. È um privilégio subjugar o poder da natureza a sua própria vontade.
A queda do homem resultou na perda e no desfiguramento da imagem divina. Isto não quer dizer que os poderes mentais e psíquicos (a alma) foram perdidos, mas que a inocência original e a integridade moral, nas quais foi criado, foram perdidas por sua desobediência. Portanto, o homem è absolutamente incapaz de salvar-se a si mesmo.
Está, então, sem esperança, a não ser por um ato de graça que lhe restaure a imagem divina. Embora tenhamos argumentado acima que seria difícil definir todos os aspectos em que somos semelhantes a Deus, podemos assim mesmo mencionar vários aspectos que nos revelam mais parecidos com Deus do que todo o restante da criação.
Assim, podemos mencionar os aspectos morais, mentais e espirituais envolvidos na semelhança do homem perante a Deus:
ASPECTOS MORAIS: somos criaturas moralmente responsáveis pelos nossos atos perante Deus. Correspondente a essa responsabilidade, temos um senso íntimo de certo e errado que nos separa dos animais. Quando agimos segundo os parâmetros morais divinos, nossa semelhança a Deus se espelha numa conduta justa perante ele, mas, nossa dessemelhança a Deus se revela sempre que pecamos.
ASPECTOS ESPIRITUAIS: não temos somente corpos físicos, mas também espíritos imateriais, e podemos portanto agir de modos significativos no plano de existência imaterial. Isso significa que temos uma vida espiritual que possibilita relacionamento pessoal com Deus, oremos a ele e o louvemos.
ASPECTOS MENTAIS: temos a capacidade de raciocinar e pensar logicamente e de conhecer o que nos distingue do mundo animal. Fazemos uso da linguagem complexa e abstrata, além da noção de futuro distante e o senso íntimo de que sobreviveremos à morte física.
ASPECTOS RELACIONAIS: além da capacidade única de nos relacionarmos com Deus, há outros aspectos relacionais ligados à imagem dEle. O casamento humano, a família humana e a igreja são alguns deles, desde que seguindo os preceitos de Deus.
ASPECTOS FÍSICOS: ainda que não devamos considerar que nosso corpo físico implica que Deus tenha um, em vários aspectos reflete algo do próprio caráter Dele. Muitos movimentos físicos, demonstrações das habilidades, e certamente, a capacidade física que Deus dá de gerar e criar filhos semelhantes a nós é um reflexo da capacidade divina de criar seres humanos semelhantes a ele.
Este artigo pertence ao Curso Introdução à Teologia
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