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Yosvanis Menocal Castillo
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Divina Neide Ferreira Braga
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Gilnei Francisco Velho
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Gilnei Francisco Velho

otimo curso

A NATUREZA DE CRISTO


Relação entre Antropologia e Cristologia


A relação entre Antropologia e Cristologia é bastante estreita. A primeira trata do homem, criado à imagem de Deus e dotado de verdadeiro conhecimento, justiça e santidade, mas que, pela voluntária transgressão da lei de Deus, despojou-se da sua verdadeira humanidade e se transformou em pecador.


Ela mostra o homem como uma criatura privilegiada de Deus, ainda com alguns traços da sua glória original, mas, todavia, uma criatura que perdeu os seus direitos de nascimento, sua verdadeira liberdade e justiça originais. A doutrina dirige a atenção não apenas, nem primeiramente, à condição do homem como criatura, mas, à sua pecaminosidade.


Salienta a distância ética que há entre Deus e o homem, resultante da queda do homem e que, nem ele nem os anjos podem cobrir. Como tal, é virtualmente um grito pelo socorro divino. A cristologia é em parte a resposta a esse grito. Ela nos põe a par da obra objetiva de Deus em Cristo construindo uma ‘’ponte’’ sobre o abismo e eliminando a distância.


A Cristologia nos mostra Deus vindo ao homem para afastar as barreiras entre Deus e o homem pela satisfação das condições da lei em Cristo, e para restabelecer o homem em Sua bendita comunhão. Notamos assim o grande diferencial do Cristianismo as demais religiões.


Todas as demais religiões têm no seu escopo o fato de o homem estar empenhado na tentativa de buscar a Deus O cristianismo, ao contrário, é a atitude do amor de Deus em buscar o homem perdido. O Cristo, tipificado e prenunciado no Velho Testamento como o Redentor do homem, veio na plenitude do tempo.


A natureza de Cristo


A natureza de Jesus Cristo é uma  por determinar se Cristo era um homem com a tendência para pecar ou ao pecado, assim como Adão. Ambas estão relacionadas ao Plano da Salvação, visto que o ministério de Cristo, se caracterizava pelo exemplo na superação do pecado, mostrando que era possível o homem viver sem pecar.


Entre as principais escolas que buscaram determinar a natureza de Cristo temos:


  • Arianismo, que crê que Jesus, apesar de um ser superior, seja inferior ao Pai sendo uma criatura sua

  • Docetismo, defende que Jesus era um mensageiro dos céus e que seu corpo era "carnal" apenas na aparência e sua crucificação teria sido uma ilusão

  • Ebionismo, que crê em Jesus como um profeta, nascido de Maria e José, que teria se tornado Cristo no ato do batismo

  • Elcasaismo - recusam a divindade de Cristo, consideram-no o último dos profetas e chamam-lhe anjo Jesus

  • Monofisismo, segundo a qual Cristo teria uma única natureza composta da união de elementos divinos e elementos humanos

  • Nestorianismo, segundo a qual Jesus Cristo é, na verdade, duas entidades vivendo no mesmo corpo: uma humana (Jesus) e uma divina (Cristo)

  • Miafisismo, que defende que em Jesus Cristo há a natureza humana e a natureza divina, mas que estas duas naturezas se unem natural e completamente para formar uma única e unificada Natureza de Cristo

  • Sabelianismo, o qual defendia que Jesus e Deus não eram pessoas distintas, mas sim "aspectos" ou "modos" diferentes do trato da Divindade com a humanidade

  • Trinitarianismo, que crê em Jesus como a segunda pessoa da Trindade divina


Há indicações claras na Bíblia de que Jesus era uma pessoa plenamente humana, sujeito a todas as limitações comuns à raça humana, mas sem pecado. Embora sua concepção tenha sido diferente, todos os outros estágios de nascimento e crescimento foram idênticos ao de qualquer ser humano normal, tanto física como intelectual e emocional.


Também no sentido psicológico, era genuinamente humano, pois pensava, raciocinava, se emocionava, como todo ser humano normal.


1) Sua Natureza Física.


  • Seu nascimento: Jesus não desceu dos céus, e sim nasceu de uma mulher humana, passando por todas as fases que uma criança normal passaria.

  • Sua árvore genealógica: a Bíblia deixa evidente portanto que Jesus teve, por parte de Maria, ancestrais humanos, dos quais provavelmente herdou características genéticas, como todos os homens o recebem de seus antepassados.

  • Seu crescimento: cresceu como toda criança normal cresceria, alimentada por comida e água. Seu corpo não era sobre-humano, e não tinha características especiais, diferentes de qualquer ser humano normal.

  • Suas limitações físicas: em tudo idênticas aos de um ser humano.

  • Sentia fome.

  • Sentia sede

  • Ficava cansado

  • Sofria a dor

  • Sua percepção pelos homens: Jesus de fato foi visto e tocado pelos homens a sua volta. Era um homem real, a ponto de Tomé só acreditar em sua ressurreição após tocá-lo. Mesmo o testemunho do Espírito de Deus afirma que Jesus tomou plenamente a forma humana.

  • Sua morte: Jesus podia morrer, como de fato morreu. Sua morte não foi aparente, mas verdadeira. Seu corpo sucumbiu aos sofrimentos infligidos e de fato expirou, à semelhança de todos os homens.


2) Sua Natureza Psicológica e Intelectual


  • Quanto ao Caráter Emotivo:


  • Sentia emoções: ainda que sentir emoções não seja uma prova da humanidade de Jesus, uma vez que Deus também se emociona, elas demonstram a plena humanidade de Cristo, como também deixam claro algumas reações tipicamente humanas.

  • Sentia tristeza e angústia

  • Sentia alegria

  • Sentia indignação

  • Sentia ira

  • Se surpreende: Jesus se mostra genuinamente surpreso perante a fé do centurião e se admira da incredulidade dos habitantes de Nazaré. Não era uma atitude falsa ou de retórica, Jesus realmente era surpreendido em algumas circunstâncias.

  • Se sente atormentado: no Getsêmani, Jesus foi tomado de grande angústia e pavor. Em conflito íntimo, se atormenta por não querer ficar só, mas escolhe fazer a vontade do Pai. Na cruz, sua frase "Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?" é uma das expressões mais humanas de solidão já registradas.

  • Se comove e chora: Mesmo sabendo de antemão que Lázaro havia morrido, Jesus é tomado de comoção e chora ao ver a tristeza ao seu redor e a triste realidade humana da morte. A expressão "agitou-se no espírito", retrata vividamente alguém gemendo no íntimo, aflito e comovido com uma situação que trás dor e cansaço.


3) Quanto ao Caráter Intelectual


  • Seu conhecimento era superior ao dos homens. Em termos intelectuais, Jesus possuía um conhecimento que se destacava em relação aos demais. Ninguém jamais disse palavras tão belas, de grande profundidade e de maior alcance.Jesus deu claras demonstrações de um conhecimento além da capacidade humana.

  • Sabia o que pensava os seus amigos e inimigos, conhecia coisas sobre o presente, o passado e o futuro das pessoas.

  • Seu conhecimento não era ilimitado. Em algumas passagens, vemos Jesus fazendo perguntas retóricas a fim de reforçar algum ensinamento, contudo há outras passagens em que Jesus pergunta sinceramente em busca de informações às quais não possuía.


4) Quanto ao Caráter Religioso


  • Participava regularmente dos cultos na sinagoga: era de seu costume ensinar nas sinagogas, visitar e participar dos cultos no templo quando estava em Jerusalém. Humanamente, mantinha um padrão de vida religioso irrepreensível quanto aos parâmetros de Deus.

  • Mantinha uma vida de oração: em várias ocasiões, Jesus saiu para orar sozinho ou em grupo. Sua dependência humana do Pai era total e a oração era uma prova disso. Em todas as coisas, Jesus se mostrou plenamente humano, tanto física quanto mentalmente.

Este artigo pertence ao Curso Introdução à Teologia

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