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Abertura das cavidades e análise dos órgãos

Durante a etapa de abertura das cavidades e análise dos órgãos, os procedimentos são conduzidos com meticulosidade e precisão para garantir uma avaliação completa do corpo. Inicialmente, as cavidades torácica, abdominal e craniana são cuidadosamente abertas por meio de incisões cirúrgicas, proporcionando acesso aos órgãos internos. Esse processo permite que os médicos legistas ou patologistas examinem diretamente os órgãos vitais e estruturas anatômicas relevantes.

Vamos lá: a necropsia normalmente envolve a abertura de três principais cavidades no corpo: o crânio, o tórax e o abdômen. Cada uma dessas cavidades contém órgãos específicos que são examinados em busca de possíveis anormalidades ou lesões. No crânio, por exemplo, o cérebro é cuidadosamente inspecionado para detectar sinais de lesões traumáticas, hemorragias ou outras condições neurológicas. No tórax, os pulmões e o coração são examinados para identificar problemas respiratórios, cardiovasculares ou outras condições relacionadas à causa da morte. No abdômen, órgãos como o fígado, os rins e os intestinos são analisados em busca de patologias, como doenças hepáticas, renais ou gastrointestinais.

Ou seja, durante a análise e manipulação dos órgãos, o cuidado deve ser primordial. No processo, eles devem ser pesados e examinados visualmente em busca de sinais de doença, trauma ou outras alterações. Além disso, amostras de tecido e fluidos corporais são coletadas para análises laboratoriais adicionais, como análises histopatológicas, que podem fornecer informações detalhadas sobre a natureza e a extensão de qualquer doença ou lesão presente, um aspecto que você verá mais detalhadamente adiante.

Aqui, deve-se lembrar que essa fase da necropsia é muito relevante na determinação da causa e circunstâncias da morte, fornecendo dados importantes para investigações criminais, questões legais e para o entendimento das condições de saúde do indivíduo falecido.

Procedimentos e equipamentos utilizados

Os técnicos e profissionais envolvidos na necropsia devem utilizar Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) para minimizar o risco de contaminação e proteger contra possíveis agentes infecciosos presentes no corpo. Os EPIs comumente utilizados incluem avental plástico descartável, luvas de borracha, máscaras e gorros. Esses itens são essenciais para evitar a exposição direta a fluidos corporais e outros materiais biológicos durante o procedimento.

O instrumental cirúrgico é utilizado pelo médico legista para realizar a dissecção e análise dos órgãos durante a necropsia. Antes de cada procedimento, é fundamental que todo o instrumental seja devidamente esterilizado para prevenir infecções cruzadas e garantir a precisão dos resultados.

Durante o processo de necropsia, a utilização de procedimentos e equipamentos adequados é crucial para garantir a segurança da equipe envolvida e a integridade dos resultados obtidos. 

Além da esterilização prévia do instrumental cirúrgico, é importante que todos os equipamentos e instrumentos utilizados na necropsia sejam mantidos em condições adequadas de uso. Isso inclui a limpeza regular, a manutenção preventiva e a verificação da integridade de cada item. Qualquer instrumento danificado ou comprometido deve ser substituído imediatamente para garantir a segurança e a eficácia do procedimento.

Coleta de amostras

Como dito, durante o procedimento de necropsia, a coleta de amostras de tecidos e fluidos serve para obter ainda mais detalhes e informações do que os aspectos visuais fornecidos durante a abertura do corpo. Esses dados auxiliarão na identificação da causa da morte e possíveis condições médicas subjacentes. Para isso, essas amostras são posteriormente submetidas a análises laboratoriais, incluindo análises histopatológicas, que fornecem detalhes microscópicos sobre as alterações nos tecidos e órgãos.

As análises histopatológicas são realizadas por patologistas, que examinam as amostras sob um microscópio para identificar quaisquer anormalidades celulares, inflamações, lesões ou doenças específicas. Essas informações são essenciais para complementar os achados macroscópicos obtidos durante a necropsia e para confirmar ou refutar hipóteses diagnósticas.

As amostras coletadas durante a necropsia podem incluir tecidos de órgãos como cérebro, coração, pulmões, fígado, rins, entre outros, bem como fluidos corporais como sangue, líquido cerebrospinal, líquido pleural ou ascítico, dependendo da natureza da investigação e das suspeitas clínicas.

A precisão e a integridade das amostras são de extrema importância, pois afetam diretamente a qualidade e a confiabilidade dos resultados laboratoriais. Portanto, durante a coleta, é fundamental seguir protocolos rigorosos de identificação, rotulagem e armazenamento adequado das amostras, garantindo sua integridade e rastreabilidade ao longo do processo analítico.

Assim, a coleta de amostras durante a necropsia e sua subsequente análise histopatológica desempenham um papel crucial na obtenção de diagnósticos precisos e na compreensão das condições médicas que levaram ao falecimento, contribuindo significativamente para o avanço da medicina forense e para a investigação de mortes.

Sutura e preparação do corpo para o funeral

Após a conclusão da análise, os órgãos são reposicionados no corpo e os cortes são suturados cuidadosamente. O corpo é então preparado para o funeral, garantindo que seja tratado com dignidade e respeito. Os técnicos seguem procedimentos específicos para o embalsamamento, quando necessário, e acondicionamento adequado do corpo.

O embalsamamento é um processo químico realizado em corpos humanos após o falecimento com o objetivo de preservar temporariamente o corpo, retardando o processo de decomposição. Esse procedimento é comumente realizado por profissionais especializados, como tanatopraxistas ou embalsamadores, e é amplamente utilizado em funerais e cerimônias de velório, principalmente em casos em que há um intervalo prolongado entre o falecimento e o sepultamento ou cremação.

Durante o embalsamamento, uma solução química é injetada no corpo por meio de uma série de incisões feitas na pele. Essa solução é composta principalmente por formaldeído, um agente fixador que ajuda a evitar a decomposição dos tecidos corporais. Além disso, outros produtos químicos, como desinfetantes e agentes conservantes, também podem ser adicionados à solução para auxiliar na preservação do corpo.

Após a injeção da solução embalsamadora, o corpo é manipulado e tratado para garantir uma distribuição uniforme da substância e para restaurar uma aparência natural. Isso pode envolver a aplicação de cosméticos e a recomposição dos tecidos faciais para restaurar a aparência original do falecido.

Embora o embalsamamento seja uma prática comum em muitas culturas e tradições funerárias, sua utilização varia de acordo com as preferências individuais, crenças religiosas e práticas culturais. Algumas pessoas optam por não embalsamar os corpos de seus entes queridos, enquanto outras veem o procedimento como uma forma de honrar a memória do falecido e facilitar o processo de despedida.

Documentação e limpeza da área

Durante todo o processo, são feitas anotações detalhadas e registros fotográficos para documentar os achados e resultados da necropsia. Após a conclusão do procedimento, a mesa de necropsia e todo o instrumental utilizado são rigorosamente limpos e desinfetados conforme as diretrizes da ANVISA, garantindo um ambiente seguro para futuros procedimentos.

Essas etapas representam um processo completo e cuidadoso que é essencial para a obtenção de evidências precisas e confiáveis no contexto forense, além de garantir o respeito e a integridade do falecido e de seus entes queridos.



Este artigo pertence ao Curso de Técnicas de Necropsia

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