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ABORDAGEM AO PACIENTE

A tentativa de suicídio é uma emergência psiquiátrica, ou seja, aponta risco significativo de morte ou injúria grave para o paciente.

Devem ser objetivos da avaliação do paciente:


1) Quais eram as intenções do paciente ao tentar se matar?


· O ato foi planejado ou impulsivo?

· O paciente tomou precauções para não ser encontrado após a tentativa?

· O paciente procurou ajuda após a tentativa?

· O método foi realmente perigoso?

· O paciente deixou alguma mensagem para as outras pessoas?


2) O paciente continua com ideação suicida após a tentativa?


3) Quais são os problemas atuais do paciente que poderiam ter desencadeado a tentativa?

4) Existe algum diagnóstico psiquiátrico associado?


5) Quais são os recursos do paciente?



Investigação do risco de suicídio

Após ouvir o paciente e entender suas motivações é necessário executar a escuta clínica com julgamento clínico. Depois, deve-se fazer o manejo, lembrando que a abordagem verbal pode ser tão ou mais importante que a medicação. Em seguida, é preciso identificar e tratar transtornos psiquiátricos presentes.

O passo seguinte é investigar se o paciente tem risco de se suicidar. Tal investigação deve ser feita com cautela e de forma gradual. Assim, o profissional deve dividi-la em perguntas que serão dirigidas a todos os pacientes e perguntas que serão feitas a apenas para aqueles indivíduos que responderam às três perguntas iniciais que sugerem, pelas respostas, um risco de suicídio.

Logo, são seis perguntas fundamentais em cada consulta, sendo três delas para todos os pacientes:

1. Você tem planos para o futuro? (a resposta do paciente com risco de suicídio é não)

2. A vida vale a pena ser vivida? (a resposta do paciente com risco de suicídio novamente é não)

3. Se a morte viesse, ela seria bem-vinda? (a resposta será sim para aqueles que querem morrer)


Se o paciente respondeu às perguntas acima de modo indicativo ao suicídio, o profissional de saúde deverá fazer estas perguntas:

4. Você está pensando em se machucar/se ferir/fazer mal a você/em morrer?

5. Você tem algum plano específico para morrer/se matar/tirar sua vida?

6. Você fez alguma tentativa de suicídio recentemente?


Em seguida, questões adicionais poderão ser feitas a fim de avaliar a frequência e severidade da ideação, possibilidade real de suicídio, se há algum plano suicida e se há meios praticá-lo, conforme as sugestões a seguir:

- Há meios acessíveis para cometer suicídio? (armas, andar onde mora, remédios ou inseticidas)

- Qual a letalidade do plano e a concepção da letalidade pelo paciente?

- Qual a probabilidade de resgate/como foi o resgate?

- Alguma preparação foi feita? (carta, testamento ou acúmulo de comprimidos)

- Quão próximo o paciente esteve de completar o suicídio? O paciente praticou anteriormente o ato suicida ou já tentou?

- O paciente tem habilidade de controlar seus impulsos?

- Há fatores estressantes recentes que tenham piorado as habilidades de lidar com as dificuldades ou de participar no plano de tratamento?

- Há fatores protetores? Quais os motivos para o paciente se manter vivo? Qual a visão do paciente sobre o futuro?


Se há risco iminente, deve haver hospitalização ou algum outro tipo de proteção.


Indicação de tratamento medicamentoso de urgência:


  • Quando o paciente está ansioso ou insone: benzodiazepínico.

Diazepam 5 a 10 mg , de 1 a 3 vezes ao dia (via oral)

Clonazepam, 0.5 a 2 mg. de 1 a 3 vezes ao dia (via oral)


  • Sedação em Emergência

Principais objetivos:

  • Reduzir a resistência à ventilação  mecânica

  • Tratamento de distúrbios psiquiátricos ou síndromes de abstinência de substâncias psicoativas

  • Redução da ansiedade

  • Indução do coma para reduzir necessidades metabólicas  


Vale dizer que os antidepressivos não trazem benefícios imediatos.



Este artigo pertence ao Curso de Prevenção de Suicídio

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