ACIDENTES COTIDIANOS

• Choque elétrico

  
  

São abalos musculares causados pela passagem de corrente elétrica pelo corpo humano. As alterações provocadas no organismo dependem principalmente de sua intensidade, isto é, da amperagem. A patologia das alterações pode ser esquematizada em três tipos de fenômenos: eletroquímico, térmico e fisiopatológico.

Os danos variam, porém, conforme sua frequência, a intensidade medida em amperes, a tensão medida em volts, a duração e o percurso pelo corpo, além das condições em que se encontrava a vítima. Normalmente, as queimaduras elétricas afetam a pele e os tecidos subjacentes por ser o ponto de contato com o condutor.

A necrose progressiva e a formação de escaras geralmente são maiores do que a lesão inicial poderia sugerir. Caso a corrente seja intensa, o resultado é a morte pela paralisia do centro nervoso central (bulbo) que rege os movimentos respiratórios e cardíacos. Em outras situações, a morte se dá por fibrilação cardíaca (ventricular).

O tipo de corrente também pode determinar as consequências do choque elétrico na vítima. A corrente alternada pode causar tetanização conforme o tempo de exposição. Já a corrente contínua provoca contração muscular brusca com a projeção da vítima e, aí, resultar em traumatismos graves.

A intensidade da corrente é o fator mais importante a ser considerado nos acidentes com eletricidade. A escala de danos cresce conforme aumenta a corrente, assim como pode ser visto adiante:

• Correntes de 100 a 150 Volts são perigosas

• Correntes acima de 500 Volts são mortais

• Corrente com 25 mA determinam espasmos musculares, podendo levar à morte por paralisia da musculatura respiratória

• Corrente entre 25 mA e 75 mA provoca espasmo muscular, parada cardíaca em diástole (fase de relaxamento) ventricular (se o tempo de contato for curto, o coração pode sobreviver a fibrilação ventricular).

É importante mencionar que cada segundo de contato diminui a possibilidade de sobrevivência da vítima. Outro ponto muito importante é o cuidado nos primeiros socorros, pois a eletricidade pode oferecer perigo a quem socorre.

Entre os maiores fatores que concorrem à ocorrência de choques elétricos, estão:

• Falta de segurança nas instalações e equipamentos (fios descascados, falta de aterramento elétrico, parte elétrica de um motor que está em contato com sua carcaça, etc).

• Imprudência

• Indisciplina

• Acidentes

  
  

Efeitos gerais do choque elétrico:

• Mal estar

• Sensação de angústia

• Náusea

• Cãibras musculares de extremidades

• Parestesias (dormência, formigamento)

• Ardência ou insensibilidade da pele

• Escotomas cintilantes (visão de pontos luminosos)

• Cefaléia

• Vertigem

• Arritmias (ritmo irregular) cardíacas (alteração do ritmo cardíaco)

• Falta de ar (dispnéia).

  
  

Principais Complicações:

Parada cardíaca

Parada respiratória

Queimaduras

Traumatismo (de crânio, ruptura de órgãos internos, etc.)

Óbito.

Primeiros Socorros

• Cortar a corrente elétrica antes de socorrer a vítima para que a corrente não passe ao socorrista. Se não for possível, afaste o acidentado usando materiais isolantes, como borracha grossa, cabos de vassoura, jornal ou pano grosso dobrado ou cordas, desde que sempre secos

• Não tocar na vítima até que ela esteja separada da corrente elétrica ou que esta seja interrompida.

• Se o choque for leve, seguir as mesmas recomendações dadas às vítimas em "Estado de Choque".

• Quando houver parada cardiorrespiratória, iniciar imediatamente as manobras de ressuscitação e insistir nelas, mesmo que a vítima não apresente sinais de recuperação, até a chegada de socorro médico

• Diante do sucesso da ressuscitação cardiorrespiratória, efetuar exame geral da vítima para localizar possíveis queimaduras, fraturas ou lesões

• Atender primeiro a hemorragias, fraturas e queimaduras, nesta ordem, segundo as orientações especificadas em unidades anteriores