Home Todos os artigos Anatomia Descritiva da Boca Anatomia Descritiva da Boca Iniciando a nossa jornada de conhecimentos técnicos, a partir de agora é necessária extrema atenção para reter os conhecimentos relacionados a anatomia bucal.Nessa seção, trouxemos para você todos os elementos da cavidade oral, onde você deve conhecer cada parte perfeitamente, a fim de exercer as suas atividades da maneira mais eficiente possível.Vamos começar? A cavidade da boca ou cavidade oral é a parte inicial do sistema digestório que está localizada no terço inferior da face e tem comunicação com o exterior pela abertura oral.Quando a boca está totalmente fechada, podemos visualizar que a mesma é dividida pelos arcos dentais anterior anterolateral, menor, o vestíbulo da boca.O outro arco é posterior e maior, a cavidade própria da boca que apresenta uma forma ovalada. Com os dentes em oclusão, estas duas partes comunicam-se pelo espaço entre os últimos molares e a borda anterior do ramo da mandíbula.Os limites da cavidade da boca são anterior e lateralmente os lábios e bochechas, posteriormente o istmo da garganta, superior ao palato e inferior o soalho da boca, onde encontramos fixada a língua. As formações limitantes da boca são os lábios, bochechas, palato, soalho e istmo da garganta.LábiosOs lábios apresentam várias camadas, sendo uma parte bastante estratificada, onde é possível observar vasos e nervos. As camadas dos lábios podem ser classificadas de fora para dentro em:1. camada cutânea; 2. tela subcutânea; 3. camada muscular; 4. camada submucosa com glândulas salivares e vasos sanguíneos; 5. camada mucosa.Os lábios em contato fazem a delimitação do que conhecemos como rima da boca, onde as extremidades constituem os ângulos dessa região.Com relação a mobilidade, é comum que o lábio superior apresenta uma mobilidade menor do que a do lábio inferior.A região do lábio superior é delimitada pelo nariz, se unindo por meio de um sulco raso e largo denominado de filtro, sendo separado das bochechas dos dois lados pelo sulco nasolabial.Já o lábio inferior apresenta como limite externo um sulco que o separa do mento denominado de sulco labiomentoniano, e outro que vai do ângulo da boca à base da mandíbula, o sulco labiomarginal. A face interna dos lábios está relacionada com o vestíbulo da boca e com os arcos dentais, revestida por uma mucosa rosada, lisa e brilhanteA face interna continua com a mucosa alveolar fazendo uma reflexão em forma de fundo de saco, o fórnice do vestíbulo. O frênulo do lábio superior é normalmente mais pronunciado do que o inferior e algumas vezes pode necessitar de uma frenectomia, sendo essa uma redução cirúrgica.Na mucosa do lábio inferior é notório elevações das glândulas salivares menores aí encontradas e que podem ser sentidas com a ponta da língua ou com os dedos.A camada muscular dos lábios é formada pelo músculo orbicular da boca e por algumas fibras musculares que convergem para as bordas livres dos lábios.BochechaA bochecha é outra região que conhecemos muito bem, sendo a formadora da parte lateral da cavidade bucal, sendo composta pelas mesmas camadas que constituem os lábios.Na camada subcutânea da bochecha podemos encontrar alguns elementos anatômicos como o músculo bucinador, corpo adiposo da bochecha, ducto parotídeo e alguns músculos da expressão facial.As limitações da região da bochecha não são bem definidas tendo em vista a sua extensão mas internamente esse limite é menor, sendo delimitada em suas regiões superior e inferior pelo fórnice do vestíbulo e posterior pela prega pterigomandibular.Ainda na região interna da bochecha mais ou menos na altura do segundo dente molar superior o ducto parotídeo se abre, sendo protegido por uma saliência da bochecha de formato triangular.VestíbuloO vestíbulo se trata de uma região bastante parecida com uma fenda que está localizada entre os dentes e gengivas e entre os lábios e bochechas. Esse ponto se comunica externamente pela rima da boca, sendo controlada pelos músculos orbicular da boca, bucinador, risório e os depressores e elevadores dos lábios.Com relação às suas delimitações, o vestíbulo oral é limitado em sua parte externa pelos lábios e bochechas.Em sua região interna os dentes e processos alveolares são os seus delimitadores.A formação do fórnice do vestíbulo é feita pela mucosa interna dos lábios e das bochechas e, após esse dobramento, essa mucosa que recobre o osso alveolar é conhecida como mucosa alveolar.Essa mucosa especializada, de cor clara e mais espessa é denominada gengiva e o limite entre estas duas mucosas é perceptível por meio de uma linha sinuosa, a junção mucogengival.A pigmentação da gengiva pode ser variável de acordo com a cor do indivíduo, por isso, pessoas negras podem apresentar gengivas mais pigmentadas, decorrente da presença da melanina.A gengiva ainda pode ser classificada de acordo com as suas características, sendo ela uma gengiva inserida ou uma gengiva livre.Isso porque uma parte da gengiva pode estar presa ao osso alveolar e também estar circundando cada dente de uma forma não aderidaDessa forma, é possível formar sulcos gengivais com pequenas profundidades, em torno de 1 a 2mm.Ainda na região do vestíbulo da boca é possível encontrar pregas mucosas responsáveis por unir a gengiva dos lábios e da bochecha, sendo conhecidos como freios.Esses freios estão presentes nos lábios superiores e inferiores, além de se encontrarem nas laterais, em tamanhos menores na região dos dentes caninos e pré-molares.PalatoO palato também conhecido como céu da boca é uma porção presente na cavidade oral composta por duas partes, sendo elas a anterior, conhecida como palato duro e a posterior, denominada palato mole.A mucosa revestidora do palato duro tem uma característica espessa e unida ao periósteo, mais posteriormente é notório a rafe palatina, que se trata de uma saliência linear encontrada na porção mediana do palato.Logo na linha mediana na região dos dentes incisivos superiores podemos encontrar a papila incisiva, que se localiza justamente na região acima da fossa incisiva.Na região da papila incisiva encontramos as pregas palatinas transversas que auxiliam na mastigação ao prender o alimento contra a língua. As pregas palatinas de cada indivíduo possui características únicas no quesito número e forma.Na região posterior do palato estão localizadas glândulas salivares menores que se estendem em direção ao palato mole, estando presentes na mucosa e na camada muscular. É possível descobrir o limite entre o palato duro e o palato mole visualmente, tendo em vista que essa região possui colorações distintas e texturas.Na porção mediana do véu palatino também podemos encontrar uma projeção muscular que possui comprimento que pode variar de indivíduo para indivíduo, sendo conhecida como úvula.Nas laterais das bordas livres existem duas pregas, uma de cada lado, que são os arcos palatinos do istmo da garganta.Ainda, no palato mole temos a formação de dois músculos, sendo eles o elevador e tensor do véu palatino, palatoglosso, palatofaríngeo e da úvula.Istmo da gargantaO istmo da garganta se trata de uma região que promove a comunicação entre a cavidade da boca com a parte oral da faringe.O istmo está delimitado superiormente pelo palato mole e inferiormente pela raiz da linha.Lateralmente o istmo da garganta é delimitado pelos arcos palatoglosso e palatofaríngeo. O arco palatoglosso é formado pelo músculo palatoglosso, sendo mais anterior e lateral do que o arco palatofaríngeo.A fossa tonsilar é uma região localizada entre esses dois arcos e é na fossa que se localizam as amígdalas.Essa tonsila palatina é composta por uma massa de tecido linfóide de tamanho variável e que pode ser bastante problemática para algumas pessoas.Por isso, é comum que pessoas que passam por processos infecciosos com frequência removam essa parte através da tonsilectomia, uma cirurgia relativamente simples que resolve o problema crônico de inflamação na gargantaSoalho da bocaO soalho da boca é uma região da cavidade oral que é composta por tecidos moles, sendo recoberto por uma mucosa delgada, vermelha, translúcida, fixada de maneira frouxa aos planos fundos.A mucosa do soalho da boca continua com a mucosa da língua e quando a ponta da língua é levantada em direção ao palato, é possível visualizar a prega mucosa mediana que atinge o frênulo da língua, ou seja, a sua face inferior.Alguns indivíduos podem nascer com esse frênulo fixado muito alto na face lingual do processo alveolar mandibular e essa característica dificulta a fonação.Um freio curto e aderido pode impedir o movimento da língua causando impactos anatômicos e funcionais para o paciente.Por isso, é comum que esses indivíduos corrijam através de cirurgia, para melhorar funcionalmente.Na região próxima a extremidade anterior de cada frênulo da língua, podemos identificar a carúncula sublingual, local onde são abertos os ductos das glândulas submandibulares. Além disso, na região mucosa do soalho da boca é possível encontrar os músculos milo-hióideos, capazes de formar um diafragma incompleto, tendo como função manter a comunicação entre as regiões sublingual e supra-hióidea. Língua A língua é um órgão muscular, sendo considerado um dos mais fortes e resistentes de todo o corpo.A mucosa da língua tem sua massa muscular fortemente aderida a cavidade oral e pode coloração, inervação e função diferentes a depender da região.Localizado na cavidade bucal, a língua tem sua base presa no soalho da boca e é constituído por dois tipos de musculares: extrínsecos e intrínsecos. Os músculos extrínsecos da língua são responsáveis por sustentar e prender a mandíbula ao osso hióide no processo do processo estilóide e ao palato. Durante a contração a língua pode ser movimentada em todas as direções.Já os músculos intrínsecos estão presentes em toda a língua, sendo responsável pela alteração da sua forma.A língua é dividida em dois terços anteriores sendo denominados o dorso, margens, face inferior e ápice e um terço posterior raiz da língua.A face inferior está em contato com o soalho da boca, tendo a sua mucosa intimamente aderida, formando a musculatura lingual.Nessa fase interior é encontrada uma prega mucosa denominada freio lingual. Próximo da extremidade anterior e mais apical do freio lingual, encontramos a prega franjada, com bordas irregulares e ondulares.A face inferior da língua apresenta um certo grau de translucidez, por isso, é possível visualizar a veia lingual e vasos sanguíneos.Com relação à face superior da língua, ela é dividida didaticamente em terços. Os dois terços anteriores estão separados do terço posterior pelo sulco terminal. Este sulco tem seu vértice mediano voltado para o terço posterior onde podemos encontrar o forame cego, uma região que possui variável profundidade.A língua, em seu terço posterior ou raiz, está voltada para a orofaringe, sendo composta por uma mucosa bem saliente, com a presença de tecidos linfóides conhecidos como tonsilas linguais.Ainda nessa região é possível identificar pequenas glândulas salivares linguais. A limitação da raiz lingual é feita pela epiglote por meio de pregas prega glossoepiglótica mediana, e duas laterais e pregas glossoepiglóticas laterais. Além disso, entre essas pregas existe a valécula glossepiglótica, uma depressão que pode ser vista nessa região.Nas bordas marginais da língua estão localizadas as papilas linguais circunvaladas, fungiformes e filiformes.. Vamos conhecer melhor sobre cada uma delas:Papilas circunvaladasAs papilas circunvaladas são as mais volumosas e se encontram em frente ao sulco terminal em filas paralelas a ele. As papilas circunvaladas estão presentes na mucosa lingual, e possuem forma parecida com um cogumelo.Essas papilas são circundadas por um valo onde se abre os ductos de glândulas linguais serosas que tem como função a secreção para manter o valo limpo para a perfeita ação dos canalículos gustativos.Papilas fungiformesAs papilas fungiformes são menos volumosas e se apresentam de uma maneira mais espaçadas na mucosa lingual.Caracteristicamente essas papilas são lisas e vermelhas luminosas, apresentando canais gustativos.Papilas filiformesAs papilas filiformes, são longas e estreitas e estão distribuídas densamente por todo o dorso da língua sendo elas responsáveis pelo aspecto piloso à língua. Glândulas salivares Toda a cavidade oral deve ser mantida umedecida e essa função é realizada pelas glândulas salivares.A saliva possui diversas funções e veremos melhor sobre cada uma delas a seguir.As glândulas salivares são divididas em: glândulas salivares menores e maiores. As glândulas salivares menores apresentam ductos excretores pequenos e são denominadas de acordo com a localização em que ela se encontra.Então, por exemplo, as glândulas salivares labiais estão localizadas na região dos lábios, as linguais na língua e assim por diante.Já as glândulas salivares maiores são formadas por glândulas bilaterais mais volumosas, com ductos excretores grandes e longos.As glândulas salivares maiores são as glândulas parótidas, submandibulares e sublinguais. Vamos conhecer melhor agora sobre cada uma delas:Glândula parótidaA glândula parótida é a maior e a mais desenvolvida das glândulas salivares maiores e está localizada na parte posterior do ramo da mandíbula e nas proximidades do músculo esternocleidomastóideo. Acima mantém relações de proximidade com a articulação temporomandibular (ATM) e o meato acústico cartilagíneo.A glândula parótida apresenta uma forma que abraça as faces medial e lateral do ramo da mandíbula, onde estão inseridos os músculos pterigóideo medial e masseter.Anteriormente, a parte superficial, maior que a profunda, estende-se por sobre grande parte do músculo masseter, normalmente apresentando uma extensão anterior localizada abaixo do arco zigomático. A glândula parótida está completamente envolvida por uma extensão da fáscia cervical denominada fáscia parotídea. Esta fáscia encontra-se presa ao arco zigomático, ao processo estilóide e está em fusão com a fáscia massetérica e a fáscia do esternocleidomastóideo. Glândula submandibularTendo 50% do tamanho da glândula parótida, a glândula submandibular possui formato ovóide ou de um corpo alongado, localizada no triângulo submandibular.A glândula submandibular é composta pela fáscia cervical, sendo que esta fáscia está frouxamente aderida à glândula. Com relação a sua textura, a glândula salivar não é lisa, é composta por um número bem variável de lóbulos unidos por tecido conjuntivo.Essa região ainda pode ser dividida em uma porção maior, conhecida como superficial, sendo ela arredondada e contínua, já a porção menor é a profunda.A região superficial da glândula está relacionada à face medial do corpo da mandíbula, na fóvea submandibular, estando oculta em cima da mandíbula. A região visível da glândula submandibular é coberta pelo músculo platisma e pela pele.Em sua porção média a glândula submandibular está conectada aos músculos milo-hióideo e hioglosso, que formam um espaço ou interstício pelo qual se tem acesso à região sublingual. Nessa região está presente o prolongamento profundo da glândula e do ducto submandibular. Além disso, nesse espaço o ducto da glândula submandibular abre-se ao lado do freio da língua, na carúncula sublingual. Glândula sublingualPor fim e não menos importante, a glândula sublingual está localizada no soalho da boca em um formato achatado e alongado.Essa glândula se encontra em contato com a fóvea sublingual, uma depressão óssea localizada na face interna da mandíbula. Na porção anterior e interna da mandíbula, as duas glândulas entram em contato uma com a outra, por suas extremidades anteriores e se relacionam no compartimento sublingual com o ducto da glândula submandibular, nervo lingual e músculo genioglosso. As glândulas sublinguais possuem aproximadamente doze ductos sublinguais menores, que se abrem separadamente na prega sublingual. É possível visualizar em alguns indivíduos um ducto mais calibroso, chamado ducto sublingual maior, sendo ele conectado ao ducto submandibular ou se abre na carúncula sublingual juntamente com o submandibular. Este artigo pertence ao Curso de Auxiliar de Saúde Bucal Faça o Curso completo grátis!!