As Cartilhas e a Alfabetização
No século XIX, utilizava-se para ensino da leitura métodos de marcha sintética (de soletração, fônico e de silabação).
Os métodos sintéticos seguem o caminho das "partes" para o "todo" e consistem em ensinar introdução à leitura começando por partes ou elementos das palavras, como letras, sons ou sílabas, para depois combiná-los em palavras.
Nesse contexto, as cartilhas produzidas no final do século XIX, que baseavam-se no método sintético, esteve presente no Brasil por muitas décadas.
Entretanto, a partir de 1890, com a reforma na instrução pública, as cartilhas passaram a ser produzidas tendo como base os métodos analíticos.
Os métodos analíticos funcionam de forma inversa em relação aos métodos sintéticos. No primeiro, o ensino da leitura segue o caminho do "todo" para as "partes".
Dessa forma, a maneira de ensinar a introdução à leitura começa com unidades completas de linguagem e com a evolução das aulas ela se divide em palavras ou as palavras em sons.
Entretanto, a partir da década de 1920 aumentaram as resistências dos professores quanto a utilização do método analítico e começaram a se buscar novas propostas de solução para o problema do ensino e aprendizagem.
Diante desse cenário, ocorreu a conciliação dos dois tipos básicos de métodos de ensino (sintéticos e analíticos).
A alfabetização através das cartilhas se estendeu até final do século XX, todavia, atualmente, existem permanências e mudanças no conteúdo e forma de ensinar.
Não há dúvidas que as cartilhas constituíram uma importante memória de um método de ensino que permanece vivo nas escolas com o passar dos séculos, mesmo que com outro aspecto.
Ao longo dos anos, diferentes propostas e projetos pedagógicos foram sugeridas e aplicadas para a formação da fase de alfabetização de alunos.
Podemos notar que essa prática é constantemente apoiada por meio de um livro didático a ser utilizado pelo professor alfabetizador.
Com isso, a “cartilhada” nunca deixou de ser utilizada como norteadora da ação de alfabetizar.
O método silábico nas cartilhas
A cartilha se baseia no método sintético de silabação. Nesse cenário, o desenvolvimento do método se dá através da evolução do nível de dificuldade.
Assim, as cartilhas eram apresentadas com conteúdo iniciais mais fáceis para as mais difíceis.
Ou seja, das sílabas “simples” para as “complexas”.
Dessa forma, é muito comum que as primeiras atividades sejam em torno das vogais e em seus encontros, como uma das condições para a sistematização das sílabas nas próximas atividades.
Com isso, após a etapa dos estudos das vogais, as famílias silábicas são protagonistas. Assim, inicialmente as atividades são compostas por consoante e vogal (la, le, li, lo, lu) e recompostas para formar novas palavras.
Vale lembrar que com a evolução das páginas das cartilhas, pequenas frases e textos são propostos, a partir de combinações entre sílabas já estudadas.
Este artigo pertence ao Curso de Alfabetização e Letramento
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