AUTISMO NA ESCOLA
O autismo – ou Transtornos do Espectro Autista (TEA) – refere-se a uma série de transtornos que caracterizados por desafios em habilidades sociais, comportamentos repetitivos, fala e comunicação não verbal, assim como características únicas e diferentes. Não existe um autismo único autismo e sim vários tipos, causados por diferentes combinações genéticas. Aproximadamente 1 em cada 160 crianças em todo o mundo possui algum transtorno do espectro autista, de acordo com dados da Organização Mundial de Saúde.
Uma criança autista apresenta dificuldades no desenvolvimento da linguagem, nos processos de comunicação, interação e comportamento social. Mas estudos já mostraram que programas de treinamento e educação podem reduzir essas dificuldades. Não há testes de sangue ou genéticos que possam determinar se uma criança é autista. O diagnóstico é baseado no comportamento.
O processo de identificar uma criança autista assemelha-se a identificar uma deficiência de aprendizado. O professor precisa olhar para as habilidades sociais da criança e ver se elas ficam aquém do seu potencial. Não existe uma maneira simples de conferir se uma criança demonstra comportamento social apropriado para sua idade, da mesma maneira que as habilidades de leitura e escrita.
Tal como qualquer pessoa, quem é diagnosticado com TEA tem pleno direito à educação em escolas regulares, sejam públicas ou particulares. Estar na sala de aula comum permite à pessoa diagnosticada com TEA socializar e aprender com pessoas diferentes. Por lei, toda criança tem o direito de conviver em sociedade e aprender em um ambiente heterogêneo - o que é positivo para o desenvolvimento humano.
Não existe uma “receita” para ensinar crianças e adolescentes com TEA. Hoje, os especialistas em educação já sabem: mesmo que duas pessoas apresentem o mesmo diagnóstico, elas podem reagir de modos diferentes a uma mesma proposta pedagógica. Por isso, o que funciona para um estudante com autismo pode não funcionar para outro. Para ensinar, portanto, o professor não precisa ser especialista no transtorno. O recomendado é que se procure conhecer todos os alunos de forma individual e se perceba como cada um aprende.
Mais do que um conhecimento específico, a inclusão dessas crianças e adolescentes requer uma mudança no modo como a escola pensa e faz educação. Em primeiro lugar, é necessário estabelecer espaços de diálogo que, independentemente do formato, viabilizem a participação ativa de todos os envolvidos – professores da sala de aula comum, professores do atendimento educacional especializado, coordenador pedagógico, diretor, auxiliares de limpeza, merendeiros, ou seja, toda a comunidade escolar.
A discussão coletiva das estratégias para alcançar os objetivos de aprendizagem e a união de esforços neste sentido tem se revelado como um caminho profícuo na busca pela garantia da inclusão destes e de outros alunos. A formação em serviço, que é uma das atribuições da gestão escolar, é uma ferramenta muito potente para fortalecer esse movimento. É importante também que o diretor, juntamente com os demais educadores, garanta a participação das famílias e dos estudantes.
É bom ter em mente que o ponto de partida é o próprio aluno. Desenvolver práticas pedagógicas a partir do próprio aluno significa buscar identificar seus interesses e necessidades a fim de flexibilizar o currículo e diversificar as estratégias. E não há como o professor fazer isso sozinho. E nesse ponto temos a segunda dica: é preciso desenvolver uma dinâmica de trabalho colaborativo, que envolva diretamente outros profissionais da escola, professores do atendimento educacional especializado, coordenador pedagógico, diretor, auxiliares de limpeza, merendeiros, ou seja, toda a comunidade escolar.
Vale ressaltar a potencial relevância do profissional do atendimento educacional especializado (AEE) nesse processo, principalmente na identificação das barreiras que atrapalham ou impedem a aprendizagem e dos meios e modos de acesso ao currículo para apoiar o professor em sala de aula. Novamente, a “aposta” e altas expectativas no processo de ensino-aprendizagem impulsionam o desenvolvimento de cada um dos alunos, com ou sem TEA.
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