Coluna - Estrtura
Tendo em vista que o Pilates trabalha muito com a postura, é de suma importância saber como é a estrutura da coluna. Afinal, essa parte do corpo suporta diariamente cargas e sobrecargas e é muito exigida durante a prática de qualquer tipo de atividade física, por isso merece atenção especial.
Trabalho muscular realizado no método Pilates
Cada pessoa possui mais de 600 músculos e cada um deles exerce uma respectiva função. Nós temos músculos externos e internos, sendo que os externos são mais superficiais e atuam de forma vigorosa para a execução de movimentos que exigem grande amplitude e força.
O Pilates, diferente de outras modalidades de atividade física, como a musculação, também trabalha com os músculos intrínsecos do dorso, como também são chamados os músculos internos.
Este é justamente um diferencial do trabalho muscular proporcionado pelo Pilates, pois existem poucos esportes voltados para o trabalho da musculatura mais profunda. Isso é especialmente relevante para quem sofre com problemas na coluna.
Os músculos internos ficam localizados nas regiões mais profundas do corpo humano e são os responsáveis pela estabilização do tronco, seus movimentos e pela manutenção de uma boa postura. Eles são formados por um sistema de músculos dorsais profundos e se estendem da pelve até à cabeça.
Existem três camadas entre os músculos intrínsecos do dorso, sendo elas: camada superficial, intermediária e profunda.
Os músculos que fazem parte da camada superficial são o esplênio da cabeça e da cervical.
Os iliocostais do pescoço, do tórax e do lombo, longuíssimos da cabeça, do pescoço e do tórax, espinais do pescoço e do tórax compõem a camada intermediária.
Por fim, a camada profunda é composta pelos músculos semi-espinhais da cabeça, do pescoço e do tórax, multífidos da cervical, da torácica e da lombar e os rotadores curto e longo.
Você sabia que o Pilates é o tratamento mais recomendado para patologias da coluna? É justamente por atuar na musculatura profunda que estabiliza o abdômen, especialmente o músculo abdominal transverso, que o método é indicado para esses casos. Além disso, os exercícios de Pilates também melhoram a mobilidade articular de forma segura e sem sobrecarregar a coluna vertebral.
Organização postural
Existem cinco conceitos básicos fundamentais para a organização postural. São eles: respiração, posicionamento da cabeça e da cervical, estabilização e movimentação da cintura escapular, posicionamento da caixa torácica e posicionamento da pelve.
Esses conceitos servem de suporte para a aplicação do Pilates e referem-se à consciência corporal biomecânica que embasa os exercícios. Uma vez trabalhados juntos, criam exercícios muito mais seguros e eficientes.
Coluna neutra
Atualmente se utiliza muito a coluna neutra no Pilates, mas, afinal de contas, o que é isso? Trata-se de um posicionamento no qual a curva normal da coluna lombar está presente.
A curvatura normal da lombar é uma leve lordose, ou seja, uma leve entrada anterior. Essa curvatura não pode ser muito grande ou forçada, nem muito pequena e achatada. Ela deve ser natural.
A coluna neutra refere-se à postura mais indicada para exercícios compostos. Imagine que sua coluna é como um pilar que dá sustentação ao seu corpo, esse pilar se move, mas funciona como um conjunto único. Portanto, manter a coluna neutra significa deixar as vértebras devidamente alinhadas, sem que elas se movam uma em relação à outra.
A coluna neutra é ideal durante os exercícios para um melhor funcionamento do corpo, mas também porque funciona prestando uma maior absorção dos impactos.
A posição na qual a coluna fica mais próxima ao MAT é promovida pela ação dos músculos oblíquos internos e externos do abdômen e é usada para promover maior estabilidade caso a posição neutra não possa ser mantida.
Este posicionamento é bastante utilizado nos movimentos de cadeia cinética aberta. É uma forma de adaptação da coluna neutra, mas com a aproximação das vértebras lombares do solo para que não haja perda total da lordose lombar.
Posicionamento da cabeça e da cervical
Durante os exercícios de Pilates, a coluna cervical deve sustentar sua curvatura normal e a cabeça deve ficar equilibrada diretamente em cima dos ombros, tanto na posição sentado quanto de pé. Tal posição deve ser mantida também em decúbito dorsal, ou seja, deitado de barriga para cima.
Estabilização e movimentação da cintura escapular
A cintura escapular é quem confere a mobilidade dos membros superiores e não possui ligação direta com a caixa torácica. Na verdade, as escápulas se conectam somente com as clavículas.
Os movimentos feitos pelas escápulas são: protração, retração, depressão, elevação, rotação para cima e para baixo.
Um ponto muito importante é que o movimento e a força dos músculos em volta das escápulas devem ser muito bem controlados para que elas fiquem bem posicionadas e estabilizadas, sobretudo no início de cada movimento.
Alongamento e sua importância
Caso os nossos músculos não sejam alongados constantemente, existe um grande risco de enfraquecerem e pode haver até mesmo a ruptura dos mesmos. Nesse sentido, o alongamento é extremamente importante, uma vez que trabalha melhorando a flexibilidade muscular e articular e tornando a amplitude dos movimentos corporais melhor.
Os alongamentos promovem muitos benefícios por si só e, no Pilates, são particularmente importantes porque diminuem encurtamentos musculares, melhoram a circulação e a postura, diminuem as tensões e reduzem nódulos musculares.
Os exercícios de alongamento devem ser feitos com bastante frequência, diariamente, se possível. Como apresentam funções específicas, precisam ser feitos com consciência e orientação profissional adequada.
No início de um programa de alongamento voltado para flexibilidade, é comum o surgimento de uma dor tardia (até o dia seguinte), mas não muito intensa ou incapacitante. Essa dor pode se manter por cerca de 24 a 36 horas, após esse período a tendência é que diminua até desaparecer.
Todo tipo de alongamento é válido no Pilates, desde que seja feito conforme os princípios do Método e os objetivos traçados por um profissional que, a partir do conhecimento prévio e da criatividade, pode realizar as adaptações necessárias nos movimentos, bem como no posicionamento e nos aparelhos.
Veja logo abaixo alguns tipos de alongamento. Cabe salientar que existem muitas outras variações, mas essas são as principais utilizadas no método Pilates.
Alongamento estático
Como mencionamos anteriormente, há mais de um tipo de alongamento, no Pilates se utiliza principalmente o alongamento estático e o dinâmico. Em relação ao estático, o aluno se mantém em uma posição durante um período de tempo, geralmente 30 segundos, enquanto o músculo é alongado. Tal tipo de alongamento tem como finalidade mudanças na estrutura muscular.
Nesse tipo de alongamento, uma força externa (que pode ser do instrutor de Pilates, da faixa elástica, do círculo ou a força da gravidade) é aplicada no segmento corporal até alcançar o limite da amplitude de movimento. Para isso o aluno deve se manter passivo, ou seja, com toda a musculatura descontraída.
Alongamento dinâmico
É o tipo de alongamento geralmente utilizado durante o aquecimento para uma aula de Pilates no intuito de preparar o corpo para os exercícios que virão e aumentar a mobilidade. Assim, todas as principais articulações precisam ser mobilizadas e os músculos devem ser alongados através dos movimentos.
Alongamento passivo
O alongamento passivo é realizado com acessórios com a finalidade de potencializar os resultados. Em geral, os objetos mais utilizados no Pilates são a faixa elástica, a bola suíça e o cabo de madeira.
Os exercícios podem ser feitos com a ajuda de um instrutor ou sozinho, desde que se tenha muito cuidado ao executar os movimentos.
Confira a seguir alguns exemplos de alongamento muito utilizados no método Pilates.
Spine Stretch Forward
Este alongamento feito no MAT tem o objetivo de alongar a cadeia posterior. Inicialmente o aluno deve estar sentado. Os membros inferiores devem estar posicionados com os joelhos estendidos e os membros superiores com os ombros devidamente flexionados a 90 graus.
Quanto ao movimento, o aluno deve realizar a flexão de coluna e manter a posição durante alguns segundos. Após isso deve retornar à posição inicial.
Este artigo pertence ao Curso de Pilates
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