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COMO É A CULTURA DO SUDESTE

A Região Sudeste compreende os Estados de Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo. É a região com a maior população do país e com a maior densidade demográfica, sendo também a mais desenvolvida economicamente. É uma região de grande diversidade geográfica e geológica, com montanhas acidentadas, planaltos ondulados e tabulares, escarpas, baixadas litorâneas, rios de várias bacias fluviais a correr em todas as direções, florestas tropicais úmidas e um clima tropical variável.



É nesta parte da história, saindo do litoral para o interior, que muitas lendas se formaram. Uma das mais correntes em toda a Região era sobre a existência de uma grande serra resplandecente que brilhava ao sol, formando mil cores. Conta a len- brilhava ao sol, formando mil cores. Conta a len- ao sol, formando mil cores. Conta a lenda que lá existia a maior mina de esmeraldas do mundo e muitos bandeirantes saíram em busca deste verde tesouro. O bandeirante paulista Fernão Dias Paes Leme recebeu do governo a recomendação de encontrar esmeraldas e outras pedras preciosas no interior do Brasil.


Acreditava-se na existência da Serra das Esmeraldas, situada no centro da região que hoje é Minas Gerais. Diz uma lenda indígena que na Lagoa de Vupabuçu morava a Iara, que atraía os guerreiros para o fundo das águas. Os índios pediram ao deus da guerra que a Iara dormisse, mas caberia aos mapaxós zelar pelo seu sono. Assim fizeram – e a Iara ficou dormindo por longos anos, a ponto de seus cabelos tomarem conta do fundo da lagoa e, no contato com o chão, transformarem em pedras verdes. Os mapaxós disseram isso a Fernão Dias e pediram que ele não acordasse a Iara. O bandeirante não ouviu o pedido e mandou arrancar as pedras. A Iara não acordou, mas caiu sobre o bandeirante uma maldição em forma de febre, era a sezão.


O drama de Fernão não terminou com sua morte. Examinadas as pedras que levava, verificou-se que elas não eram esmeraldas, mas turmalinas verdes. No entanto, Fernão Dias imortalizou-se como um pioneiro e descobridor de Minas Gerais, imortalizado com o poema O caçador de esmeraldas, de Olavo Bilac – e com seu nome batizando uma das estradas mais importantes do Brasil: a Rodovia Fernão Dias, que liga São Paulo a Belo Horizonte, capital de Minas Gerais.


Chegamos então à civilização do ouro. Todos já conhecem a história que foi o ponto de partida para a idealização do grande movimento político do Brasil colônia: a Inconfidência Mineira. Refletindo a explosão do ouro, surgiram as irmandades religiosas e a construção de muitas igrejas e em torno delas um incremento das artes plásticas, da música e da cultura popular. Foi essa civilização que permitiu o crescimento de uma rica manifestação brasileira: a serenata. E, até hoje, muitas modinhas daquele tempo ainda continuam sendo apresentadas em Minas e também em outras partes do Brasil. E na corrida pelo ouro, algumas figuras lendárias foram surgindo como a Chica da Silva, o Aleijadinho, o escravo Isidoro e o próprio Tiradentes.


Quando as minas de ouro começaram a diminuir sua produção e sua importância, surgiu o ciclo do café. Na cultura, o café inspirou poetas, compositores e criou condições para o surgimento de personalidades populares. O café aparece, também, nos ditados, nas crendices e nos cancioneiros. Surgiram, ainda, lendas inspiradas no café, como é o caso da história do cafezal assombrado. Outra lenda cultivada em Minas Gerais é a do Chico Rei. É a história de um escravo que se tornou rei e governava seu povo em plena Vila Rica, atual Ouro Preto, Patrimônio Cultural da Humanidade.


Para milhares de congadeiros, este é um fato concreto e celebrado durante as grandes festas, lembrando a história em que toda a corte de Chico Rei se dirigia, com trajes ricos e vistosos, em procissão, para assistir a missa cantada na Igreja de Santa Efigênia, no Alto da Cruz. Terminada a solenidade religiosa, todos dirigiam-se para dançar e cantar pelas ruas, como se fazia na África. Para muitos, daí teria nascido o congado como forma de devoção a Nossa Senhora do Rosário, São Benedito e Santa Efigênia. A Região Sudeste representa um portal turístico muito significativo para o nosso país com as lindas praias de Angra dos Reis, Cabo Frio, Búzios, a cidade histórica de Parati, a cidade imperial de Petrópolis.


É na “cidade maravilhosa”, no Estado do Rio de Janeiro, onde acontece o carnaval mais famoso do mundo, com seus desfiles de escolas de samba que encantam os visitantes de toda a parte do planeta. E, ainda, o morro do Corcovado com sua escadaria que leva ao monumento do Cristo Redentor e à visão do Pão de Açúcar. Temos no Estado do Espírito Santo as palmeiras, as dunas de areia com sua beleza natural e proximidade com Minas Gerais cuja paisagem é de montanhas, vales, grutas e um conjunto arquitetônico em estilo barroco do século XVIII.


Não podemos deixar de falar na terceira maior cidade do mundo que é São Paulo – um testemunho histórico de prosperidade, sendo a primeira cidade a se formar plenamente no país e o ponto de partida do movimento de expansão brasileira, realizado pelos bandeirantes. Passando para a cozinha, você já experimentou os pratos virado à paulista, frango com quiabo e polenta, feijão tropeiro, feijoada, moqueca capixaba, pirão, cuscuz paulista? Minas Gerais tornou-se rica em culinária pelo sabor delicioso e simples das comidas preparadas em panelas de pedra sabão, o que dá um toque do gostinho mineiro.


O famoso Triângulo Mineiro, Uberlândia, Uberaba, Araguari e ainda Araxá (terra de Dona Beija), Serra Fluminenses, um verdadeiro roteiro gastronômico. São lingüiças, lombo, costelinhas e torresmo de porco, frango, feijão tropeiro, couve e farofa. Isso sem contar no queijo-de-minas e o famoso pão de queijo servido com café ou café com leite. Rio de Janeiro com sua famosa feijoada. Já a moqueca capixaba é especialidade de Vitória no Espírito Santo. A cidade de São Paulo também é rica em gastronomia e tem seus pratos típicos como o delicioso virado à paulista. Sua culinária destaca-se pela influência que sofreu dos imigrantes e a adaptação de suas receitas, como a pizza e o pastel, que com certeza não são encontrados com o mesmo paladar em seus países de origem.


O artesanato da Região Sudeste é algo inigualável. Os colonizadores e imigrantes trouxeram muitos hábitos que foram transformados em arte. É nas cidades mineiras que muitas mãos tecem, bordam, pintam, entalham ou modelam. O barro é uma matéria-prima forte nesta região, cujos produtos são exportados para grandes centros urbanos. As maravilhosas bonecas Abayomi são encontradas no Rio de Janeiro, cuja técnica consiste no uso de retalhos de tecidos onde são aplicados nós para dar forma a sua silhueta em forma de personagens da mitologia, do folclore e do momento atual.


A arte capixaba tem grande valor comercial e cultural, destacando-se as panelas de barro preto feito à base de argila sendo moldada manualmente, passando depois por um processo de secagem e tingimento. Antes de cozer os alimentos pela primeira vez, é necessário o procedimento de curar a panela untando-a, por dentro e por fora, com óleo de cozinha e levando-a ao fogo até o óleo secar. Depois, é só deixar esfriar, lavar e usar. Já o artesanato de São Paulo tem influência dos espanhóis, dos italianos, dos alemães, dos japoneses e outros tantos que lá se aportaram fazendo brotar cerâmicas, rendas, bordados e comidas típicas de seus países de origem. O berço de ceramistas famosos situa-se no Vale do Ribeira, mais especificamente em Apiaí onde encontramos os santeiros, como José Aparecido Machado de Lima.


A diversidade cultural encontrada na Região Sudeste é algo que nos enche de orgulho não só pela originalidade e beleza, mas pela riqueza que faz com que cada Estado brasileiro tenha uma identidade própria, item de grande valor e agregação de saberes.



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