COMO CRIAR UMA OFICINA CULTURAL PEDAGÓGICA?
Para a elaboração de uma oficina, a escolha do tema de estudo é fator determinante. Como estratégias para a realização desta perspectiva de trabalho, temos as seguintes etapas: decidir o tema de estudo, que se refere à escolha realizada por pessoas que se propõe a construir uma oficina, reunir todo o material possível sobre o tema, buscando subsídios em materiais como revistas, filmes, livros, mas também nas conversas cotidianas; o entendimento do tema que será abordado, que se dará através do Estudo e Desenvolver estratégias para poder dizer sobre o tema, podendo referir-se a qualquer meio disponível ou possível de ser criado.
As oficinas também trazem como característica, a abertura de espaços de aprendizado que buscam o diálogo entre os participantes. Nelas, surge um novo tipo de comunicação entre professores e alunos. É formada uma equipe de trabalho, onde cada um contribui com sua experiência. O professor é dirigente, mas também aprendiz. Cabe a ele diagnosticar o que cada participante sabe e promover o ir além do imediato. A oficina pode permitir a quebra das hierarquias do conhecimento o que se dá muitas vezes, pela detenção de um discurso especializado que justifica a maior importância de quem profere em relação aos outros.
A oficina pode estabelecer uma independência das ações educacionais em relação aos modelos que priorizam mais uma área do saber do que outra, ou seja, oportuniza estratégias de resistência à qualificação ou desqualificação de saberes pelas agências oficiais de ensino. Para alcançar resultados, a oficina pedagógica não deve ser um momento entediante e burocrático. Sua principal função é preparar o docente para os desafios práticos que ele vai encontrar na sala de aula.
Isso não significa que não seja importante fornecer também uma base teórica aos professores. No entanto, o foco deve estar na aplicação do conhecimento: como transformá-lo em ações eficazes para solucionar os problemas que ele enfrenta no dia a dia. Portanto, para programar uma oficina bem sucedida, considere os seguintes aspectos:
Objetivo
Qual é o motivo da realização da oficina? Pode ser a necessidade de introduzir um novo conceito, avaliar um assunto aprendido, demonstrar técnicas eficientes, mostrar como utilizar plataformas colaborativas, entre tantos outros temas. As possibilidades são muitas, mas é necessário definir claramente qual é o propósito desse momento. Com foco, é possível planejar e executar uma proposta mais efetiva. É importante que a instituição tenha em mente quais são as principais necessidades dos docentes.
Se ela conseguir promover oficinas que preparem os professores para lidar com as situações mais desafiadoras que encontram, maiores são as chances de que essa ação cause um maior impacto sobre o desempenho dos alunos e gere resultados positivos para a escola.
Participantes
Essa análise precisa levar em conta que, dentro de uma instituição de ensino, os desafios dos grupos de professores podem ser completamente diferentes. Por isso, é essencial definir quem são os participantes e direcionar o planejamento às necessidades deles.
Carga horária
Também é importante lembrar que a oficina deve ser programada para ocorrer dentro do tempo previsto. As atividades devem ser escolhidas levando esse fator em consideração. Caso essa programação não seja bem feita e não seja possível concluir as atividades, os professores podem sair da oficina com mais dúvidas do que respostas.
Atividades a realizar
É importante não gastar tempo com atividades que não contribuem para alcançar os objetivos propostos para a oficina, e nem planejá-las em excesso. O planejamento deve ser composto por uma quantidade reduzida de atividades significativas e envolventes, nas quais o participante tenha tempo para sensibilizar-se, provocar, questionar, criar, analisar e sintetizar o conhecimento. Essa definição também ajuda o responsável pela oficina a identificar todo o material necessário para a execução das atividades e providenciá-lo com antecedência, o que permite otimizar esse tempo.
Finalização
Esse é um aspecto fundamental. O término de uma oficina deve levar o participante a refletir sobre o antes e o depois desse momento de aprendizagem. Deve levá-lo a comparar seus conceitos anteriores e atuais, sua prática prévia e a que pretende adotar.
Para um bom planejamento, é importante que todos os funcionários e a comunidade estejam plenamente envolvidos em sua elaboração e execução. Mas antes de parecer um receituário, rígido em regras, é importante ressaltar que essas idéias para o planejamento de oficinas culturais não são propostas fechadas. Vale a pena, também, considerar as opiniões de profissionais da área cultural que, certamente, poderão contribuir com sugestões e propostas viáveis. O educador e técnico em multimeios didáticos deve ter essa percepção ao planejar ações para garantir o sucesso das oficinas culturais.
Planejar é prever, organizar e registrar as idéias e os procedimentos para a realização de uma iniciativa. O planejamento deve ser organizado para favorecer um momento de prazer, de reencontros, de compartilhamento de idéias, sonhos e descobertas. Alguns aspectos do planejamento devem merecer atenção especial e constar no Projeto Político e Pedagógico cuja participação do educador e técnico em multimeios didáticos neste processo é fundamental. O calendário cultural poderá ser mensal, semestral ou anual. É preciso ter em vista o perfil cultural de toda a comunidade escolar.
O evento deverá ser de boa qualidade e de valor educativo. Nos períodos letivos, uma oficina cultural deverá ter um tempo de duração pré estabelecido no cronograma de forma que não prejudique as outras atividades escolares. Outras observações importantes: os horários da oficina cultural devem ser adequados às atividades que serão desenvolvidas. Um evento de arte infantil, por exemplo, não deve ser promovido em horário noturno, enquanto outro que tenha os pais de alunos como convidados pode ser realizado à noite. É necessário, em princípio, evitar a freqüência ou a repetição de uma mesma atividade.
É muito importante a garantia de público, o que se consegue com uma divulgação bem elaborada, com cartazes, notícias e convites especiais, principalmente, às pessoas mais interessadas no evento. Ao planejar as oficinas culturais coletivamente, você precisa ter a sensibilidade de perceber o nível de interesse da comunidade escolar. Oficinas literárias, hora do conto, sarau literário, exposições artísticas, apresentações teatrais e musicais, a instalação de uma rádio comunitária e a realização de qualquer evento a ser desenvolvido necessita de um planejamento prévio.
Assim, quando as atividades são planejadas previamente, fica mais fácil identificar quais ações se deseja desenvolver para quem, com quem, em que tempo, como e qual o resultado que se quer atingir. Este processo é um mecanismo prático, que permite a organização e o controle das atividades, ao mesmo tempo em que permite identificar tudo o que possa interferir, contribuir, afetar, facilitar, dificultar etc., buscando estabelecer, de forma integrada, a direção a ser seguida. Para obter sucesso em qualquer atividade é importante saber exatamente onde estamos e onde queremos chegar. Em outras palavras, temos de avaliar a situação atual e projetar a situação futura, traçando os caminhos a serem percorridos. Isto é planejar. Um planejamento só terá valor quando estiver formalizado.
Este artigo pertence ao Curso de Oficinas Culturais Pedagógicas
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