Como Lidar Com o Choro
A criança que inicia a vida educacional na creche passa a ter uma agenda cheia. Ela deve se adaptar ao novo ambiente, se acostumar com a equipe da creche, se despedir diariamente da família, se comunicar, avisar que a fralda tá cheia, que tá com fome, que quer um brinquedo específico…
Um adulto pode até discordar, mas para um bebê isso só pode dar em choro. Essa é a forma que eles lidam com os desafios, as adversidades e é o jeito mais fácil de se comunicar quando ainda não sabem usar as palavras.
E se o choro é uma forma de expressão do ser humano, certamente também faz parte do seu desenvolvimento. A comunicação é essencial para o homem e os bebês precisam usar essa forma, mesmo que primitiva, para que possam evoluir para formas mais calmas no decorrer do processo de crescimento.
Mas é claro que eles não sofrem sozinhos. Quem ouve o choro pode se sentir um pouco perturbado. Quem trabalha com educação infantil ouve mais de uma vez por dia e, às vezes, oriundas de fontes diferentes, unidas por um motivo maior: chorar!
A resposta natural para isso é um pouco de frustração, com camadas de irritação e falta de paciência. É difícil julgar, mas saiba que tudo fica mais tranquilo, tanto para o profissional quanto para a criança, quando se olha pela ótica do desenvolvimento infantil e pela necessidade de acolhimento. Ambos são fundamentais para construir vínculos afetivos com os pequenos e isso vai se mostrar ainda mais importante ao longo da jornada letiva com eles.
O primeiro passo para lidar com o choro é respeitar o tempo para conhecer a criança. Nos primeiros dias é difícil adivinhar os tipos de choros, isto é, aquele que exprime dor, insatisfação, fome, saudade, fralda suja ou tantos outros motivos. O auxiliar de creche deve investir em um olhar e escuta cuidadosa para se adaptar com o passar do tempo, sem deixar de tentar e amparar até que esteja familiarizado por completo.
O choro ligado a uma dor física deve ser seguido por uma ação imediata, de preferência a procura pelas devidas orientações médicas e o contato com os responsáveis.
O choro ligado a uma dor emocional deve ser seguido por uma ação de acolhimento e aconchego igualmente rápida. O carinho nessas condições não é para mimar, é para validar a criança e passar segurança. O importante é só saber o limite entre empatia e o atendimento de toda e qualquer demanda apresentada pela criança.
Outra situação em que o choro é bastante constante é durante a adaptação ao berçário ou à creche. As crises de choro na porta da instituição passam a ser cenas comuns e a situação é compreensível. Nessa situação, é indicado que haja um acordo com os responsáveis para que eles participem da adaptação de perto e acompanhem a criança para dentro da creche ao menos nesse início. Como já mencionado, esse deve ser um processo gradual que respeite o tempo da criança.
Outra opção bastante válida para o choro da criança na creche é chamada de acolhimento constante. A ideia demonstra a importância do brincar e é baseada em estar junto. Isso significa se manter próximo, brincar junto e se atentar às descobertas e feitos das crianças. O objetivo é se mostrar presente e atento em todos os momentos, não apenas para reclamar ou quando a criança chora.
Especialistas apontam que o melhor caminho é a empatia. Tentar resolver a situação com base na conversa, demonstrar que entende o problema, que está disposto a respirar fundo junto com a criança, lavar seu rosto, sentar para se acalmar e resolver sem chorar.
Com isso, fica claro que o choro é uma manifestação expressiva que deve ser validada, respeitada, compreendida e acolhida. Ele só não precisa ser temido ou odiado, pois são sentimentos que de nada ajudarão a cessar o choro ou a causa dele.
Tudo bem até aqui? Então continue a leitura!
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