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Bonsai - Saiba como obter um

Agora que já sabemos como não cultivar uma espécie modificada de vegetação, fica a pergunta: como cultivar um Bonsai sem prejudicar o ambiente em que ele está inserido?

Para se evitar danos à natureza, podemos conseguir as árvores de bonsai mediante a propagação sexuada (sementes) ou assexuada (partes vegetativas) da espécie desejada, assim como realizamos em qualquer cultivo de novas mudas de plantas. Entenda:

Propagação sexuada

Dessa forma, temos que na propagação sexuada, precisaremos realizar a coleta das sementes e colocá-las para germinar em uma sementeira ou, individualmente, nas bandejas definitivas.  Isso acontece, pois nesse tipo de propagação temos a necessidade de realizar a fusão dos gametas masculino e feminino, em um processo que iremos denominar como fecundação. A consequência desse processo será a formação de uma semente, a qual dará origem a um novo indivíduo.

Apesar de parecer algo simples, a semente na verdade é um organismo bastante complexo e o entendimento desse organismo irá definir o sucesso ou não da propagação de uma espécie vegetal. 

Sementes e suas características:

Primeiramente, precisamos entender que quando falamos em sementes estamos na verdade nos referindo a um termo capaz de designar um óvulo fecundado. Esse óvulo é um organismo que possui em seu interior um ou mais embriões, que se dispõem envolvidos por uma espécie de tecido de reserva, ou película. 

Por fim, as sementes possuem ainda uma estrutura chamada de tegumento, popularmente conhecida como casca e que possui a função principal de proteger os embriões dos fatores externos que afetam a semente. 


Outro ponto importante a salientar quando falamos das estruturas de sementes é que quando comparamos essas estruturas de diferentes espécies ornamentais, teremos então uma variação significativa em relação ao tamanho, forma, cor, características internas e externas. Além disso, a quantidade de embriões disponíveis e a natureza dessas estruturas também podem ser diferentes. 

Isso acontece principalmente por conta das substâncias que são produzidas em cada espécie vegetal durante o seu crescimento.  Portanto, é importante destacar que essas variações apresentadas em cada espécie de planta, possuem a capacidade de impactar diretamente na germinação e nas etapas da produção de mudas. 


O que é a germinação?

Durante toda a nossa vida, ouvimos falar de germinação, mas você sabe o que esse processo significa e como ele pode impactar no cultivo dos seus Bonsais? 

De maneira geral a germinação é todo fenômeno pelo qual um embrião reinicia seu desenvolvimento. Isso acontece a partir de condições minimamente controladas, para que assim nenhum tipo de defeito acometa o processo germinativo. 

É importante salientar que dizemos que esse processo foi reiniciado pois em algum momento, quando essa semente foi coletada houve a interrupção da maturação fisiológica da semente, caso contrário, não teria como fazer o plantio desse novo indivíduo.


Existem inúmeros fatores que precisam ser considerados quando falamos de germinação e um deles é acerca das condições da água. Como sabemos, a água é um elemento fundamental para que o processo de germinação  aconteça. Ela é a principal responsável pelo transporte de substância ao longo da planta, assim como para a manutenção da sua temperatura e para seu suporte estrutural durante o desenvolvimento.

Além dela, temos ainda a necessidade de uma temperatura ideal. Você já deve ter percebido, por exemplo, que algumas plantas não conseguem se desenvolver em locais muito frios ou muito quentes do seu ponto original. Isso acontece pois a velocidade da germinação é diretamente influenciada pela temperatura, logo, quando essas condições fogem do padrão ideal, temos a diminuição da velocidade de germinação, ou, até mesmo, o seu interrompimento por completo.

Por fim, o oxigênio e a luminosidade também são essenciais para o desenvolvimento vegetativo. Eles são a fonte de energia desses organismos que processam o oxigênio e a energia luminosa a partir da fotossíntese, onde também estão envolvidos a captação de gás carbônico e a formação de glicose.



Mas não se preocupe!  Todas essas exigências são diferentes para cada espécie de planta, por isso antes de tentar cultivar um bonsai você deve entender exatamente o tipo de ambiente que esse organismo prefere, para que assim seja possível obter um Bonsai com as características desejadas.

Vantagens e Desvantagens da Propagação por sementes

Como todo sistema, existem vantagens e desvantagens acerca da utilização de sementes para a realização de cultivos. O primeiro ponto que devemos nos atentar é que esse tipo de cultivo tem a vantagem de produzir elevado número de plantas com relativa facilidade, por isso, quando nos referimos a um processo onde a quantidade está acima dos quesitos qualitativos, esse tipo de propagação é o mais escolhido.

Entretanto, os bonsais são plantas consideradas como ornamentais e por isso as suas sementes apresentam, de maneira geral, um alto valor comercial, o que inviabiliza o processo de propagação de bonsais em termos de venda. Além disso, existem hoje poucas empresas no mercado capazes de fornecer sementes  com alto padrão de qualidade, o que acaba adicionando ainda mais custo no valor de mercado desses organismos. 

Outro grande problema para o cultivo de bonsais é que a propagação de sementes normalmente não mantém as características da planta matriz. Dessa forma temos como resultado uma planta que apresenta uma grande variedade de cores, formato de flores, folhas e tamanho. Apesar de não ser tão crítico para outros tipos de cultivo ornamental, para o bonsai isso pode ser crítico, já que ele precisa apresentar o maior número de características possível da sua planta matriz, com exceção, é claro, do seu tamanho original.

Agora, para que a gente entenda como realmente cultivar um bonsai através das sementes dos seus frutos, precisamos entender que nem sempre essas estruturas estão prontas para serem germinadas. Isso acontece, pois mesmo sob condições ambientais favoráveis, algumas sementes apresentam o chamado efeito de dormência. Ele é causado de forma natural como uma espécie de proteção para que o embrião não seja afetado pelos fatores externos. 

Entenda:

Dormência das sementes 

Como dito anteriormente, a dormência das sementes é um fenômeno natural que precisa ser avaliado antes de iniciarmos o processo de germinação. Caso contrário podemos perder recursos  e um longo período de tempo tentando fazer com que uma planta cresça sem o preparo correto para tal.

Dessa forma, antes de mais nada é importante que você saiba que a dormência pode ter origem física, como impermeabilidade do tegumento à água ou outros nutriente, ou ainda uma origem fisiológica, onde temos a presença de substâncias no interior da semente que impedem que o processo de germinação aconteça.

Portanto, assim como temos diferentes origens, também precisaremos aplicar métodos de tratamento distintos para as estruturas de acordo com o tipo de dormência que elas apresentam. Isso acontece, pois as sementes dormentes não são desejáveis na propagação comercial de mudas, já que elas vão dificultar o processo de produção em larga escala, prejudicando assim a comercialização dos bonsais.


  • Métodos para quebra de dormência

 

Dormência física 

A quebra de dormência física pode ser feita tanto a partir da aplicação de técnicas mecânicas, como também a partir da aplicação de químicos na semente. O principal impedimento para a germinação a partir da dormência física é o tegumento da semente. Portanto, quando isso acontece, precisamos romper essa estrutura para que o cultivo possa ser iniciado. 


Dessa forma, o método mecânico de rompimento consiste na destruição parcial do tegumento da semente com o uso de ferramentas como facas, lixas, pedras, areia ou esmeril. Mas calma! Nenhuma dessas ferramentas podem provocar a danificação da semente ou do embrião. Isso pode acontecer caso o responsável não possua habilidades técnicas suficientes, fazendo com que os utensílios amassem as sementes e comprometam o embrião.

Outra forma de conseguir diminuir a camada do tegumento é realizando a imersão das sementes em água quente. A junção da água com as condições de altas temperaturas fazem com que a dormência física da semente se rompa a partir da remoção de ceras que impedem o processo de germinação. 


Entretanto, é importante salientar que, para isso, a  temperatura da água deve ser mantida entre 60 e 100˚C, enquanto que o tempo de imersão vai apresentar variações de acordo com o tipo de espécie que está sendo cultivada.

Dormência fisiológica 

Agora, quando o assunto é dormência fisiológica, precisamos entender que os métodos citados acima não serão úteis para garantir uma boa germinação. Isso acontece, pois nesse caso, o que impede a germinação são fatores que, em geral, são provocados pela imaturidade do embrião ou pela presença de substâncias químicas produzidas na própria planta que acabam gerando problemas para que a germinação aconteça. 

Dessa forma, quando temos a coleta de sementes que apresentam um embrião imaturo, utilizamos o processo de estratificação para completar a maturação do embrião. É importante que a gente saiba quando um embrião está imaturo ou quando ele precisa de aditivos, pois nesse último caso, a estratificação não ter´´a efeitos positivos para que a germinação aconteça,

Para a estratificação, precisamos dispor das sementes em caixas com camadas alternadas de substrato, que podem ser tanto areia, como o esfagno ou vermiculita. É importante salientar que esse processo acontece em baixas temperaturas, por isso, o armazenamento é entre 0 a 10˚C por um longo período, que pode levar de um a quatro meses para tratar as estruturas embrionárias. 

Entretanto, quando falamos em espécies que produzem substâncias inibidoras da germinação, precisamos nos atentar se isso está acontecendo na parte interna ou externa da semente.

Quando as substâncias são produzidas na parte externa das sementes, o recomendado é realizar uma lavagem dos grãos em água corrente por alguns minutos. A depender da substância produzida, alguns aditivos podem ser inseridos para que a lavagem seja eficiente. 

Agora, quando a dormência fisiológica afeta as partes internas da semente, o processo de tratamento se torna muito mais complexo, pois normalmente são necessárias aplicações de hormônios sintéticos promotores de germinação. 

Os hormônios mais utilizados para a produção em larga escala são o ácido giberélico (GA), o ácido indolbutírico (AIB) e o ácido naftaleno acético (ANA). Porém, existe toda uma preocupação com o cumprimento das normas de cultivo vigente e que definirão o tipo de dosagem dosagens e o modo de aplicação que de cada tipo de substância de acordo com o tipo de planta a ser cultivada.

Propagação assexuada

A propagação assexuada, como o próprio nome sugere, é um tipo de cultivo que não utiliza a forma sexuada das plantas, ou seja, as suas sementes. Dessa forma, para que uma nova planta seja desenvolvida, precisamos utilizar  algumas técnicas já consolidadas, como a estaquia, alporquia, enxertia e a mergulhia. Esse tipo de processo normalmente nos confere uma fidelidade maior à planta matriz, por isso que a propagação assexuada pode ser muito utilizada para a montagem da arte milenar do bonsai.

Ela é nada mais, nada menos, que a multiplicação de plantas por meio de suas partes vegetativas, como os ramos, folhas, raízes e divisão de touceiras. Dessa forma esse tipo de cultivo acontece independente da presença da semente. Neste módulo trouxemos algumas dessas formas de cultivo para que você possa realizar a construção do seu bonsai com maior segurança e conforto na aplicação das técnicas. 

É importante salientar que o tipo de propagação a ser utilizada vai depender muito da espécie de bonsai que você deseja cultivar. Por isso que, antes de mais nada, é importante que você conheça um pouco mais sobre as características de cada tipo de bonsai antes de iniciar o seu plantio. 

De maneira geral, a propagação que utiliza as partes vegetativas das plantas é empregada principalmente em casos onde as espécies desejadas produzem pouca ou nenhuma semente. Esse é o caso de plantas como arbustos, forrações, algumas flores de corte e gramados, por exemplo. O bonsai também pode ser obtido através da propagação assexuada mesmo com a produção de sementes, já que a principal forma de obter uma árvore anã é através dos cortes e podas da sua estrutura. 

Entretanto, é importante destacar que nesse tipo de processo de propagação, para que seja possível conseguir uma taxa de multiplicação satisfatória das plantas, o uso de reguladores de crescimento pode ser necessário. Alguns deles também são utilizados para o tratamento de sementes, como é o caso do AIB citado anteriormente. Porém, assim como no tratamento da dormência fisiológica, na propagação assexuada também precisamos nos atentar com os químicos permitidos e às suas dosagens para o cultivo de plantas com fins ornamentais.

Outro ponto importante sobre a propagação assexuada é que além desse processo ser independente da disponibilidade de sementes, ela ainda apresenta como benefício a precocidade produtiva das mudas. É essa característica de precocidade que vai conferir a fidelidade dos cultivos à suas plantas matrizes. Por isso, esse meio de cultivo também é reconhecido como processo de clonagem. No Brasil, a produção através de clonagem pode ser limitada, portanto é sempre importante consultar a legislação vigente sobre o assunto. A propagação vegetativa pode ocorrer por meio de estruturas produzidas naturalmente ou de forma artificial.

Métodos de propagação assexuada:

Como dito anteriormente, a propagação assexuada não é um procedimento único. Na verdade, existem inúmeros métodos de cultivo independente de sementes e este módulo trouxe algumas das principais técnicas utilizadas para o cultivo comercial de plantas ornamentais no Brasil. 

Dentre todos os apresentados neste módulo, é importante ressaltar ainda que o foco será direcionado para a técnica de estaquia, devido a relevância do processo para o cultivo de árvores de Bonsai. Entretanto, as técnicas de enxertia, mergulhia e alporquia também serão trabalhadas a fim de conhecimento geral. 

Estaquia

É um dos processos mais utilizados na propagação de plantas, principalmente quando nos referimos ao cultivo de arbustos e árvores, como os bonsais. A estaca, ou estacaria, como também é conhecida, consiste na remoção de estacas derivadas da planta matriz para a sua propagação Para que isso seja possível é indicado que a retirada dessas peças seja feita, após a fase de florescimento da planta ou durante o seu período de repouso vegetativo.

Em seguida, temos a inserção dessas estacas em um meio úmido, para que assim novas plantas possam ser desenvolvidas. Já em relação a sua classificação, os tipos de estaca variam de acordo com três fatores: o primeiro é o órgão de origem em que foi retirado, podendo ser caule, folha ou raiz; já a classificação secundária está relacionada à posição da planta onde essa estaca se encontrava, sendo então basal, intermediária ou apical;  por fim, a última classificação está ligada ao tipo da consistência do tecido,  e por isso temos estacas lenhosas, semilenhosas e herbáceas.

Estacas de Caule

As estacas de caule são os pedaços das plantas que mais apresentarão variações de acordo com o tipo de localização que exerciam na vegetação de onde serão retiradas. Por isso, elas devem ser classificadas como apicais, medianas, ou intermediárias e basais.

A sua classificação é bem sugestiva, já que as estacas apicais são os pedaços retirados diretamente das pontas dos caules. Esse tipo de estaca deve ser preparada com três a quatro nós, retirando todas as folhas da sua estrutura para que assim seja feita a propagação.

Como as plantas são muito sensíveis às condições externas do ambiente, é necessário que as estacas sejam mantidas em estufas apropriadas para o processo, com nebulização intermitente ou com irrigação constante. Em laboratórios mais sofisticados, esses equipamentos facilitarão o processo de estaquia. Porém, em ambientes domésticos isso precisará ser improvisado com um sistema adaptado de irrigação.

 

Entretanto, alguns pontos precisam ser destacados independente do tipo de cultivo (doméstico ou minimamente controlado) a ser realizado: primeiro,  o substrato de enraizamento deve ser altamente poroso, como casca de arroz carbonizada ou espuma fenólica; segundo que, o uso de solo mineral deve ser evitado  nesse tipo de propagação já que ele fornece uma alta retenção  de água, causando assim o  apodrecimento na base dos bonsais. 

Já as estacas medianas ou intermediárias são aquelas que foram retiradas da porção mediana dos ramos, como seu próprio nome sugere. Dessa forma, esse tipo de peça costuma levar um período mais longo de tempo para que consiga formar uma nova planta. Assim como as estacas apicais, as intermediárias também são bastante sensíveis à desidratação,por isso, os mesmos cuidados citados anteriormente, como a não utilização do solo mineral, deve ser levado em consideração ao propagar espécies vegetais a partir da estaquia por pedaços medianos.

Por fim, as estacas basais são as partes do caule mais utilizadas para o cultivo de produtos ornamentais, como o bonsai. Elas apresentam um tamanho mediano entre 15 e 20 cm e diferente dos outros tipos de estaca, esse pedaços podem ser preparados com ou sem as suas folhas. Porém, um ponto de semelhança entre as estacas basais e as citadas anteriormente é que elas também são retiradas, durante o período de repouso vegetativo da planta matriz. 

Estacas de folhas 

Esse é um tipo de estaquia não muito utilizado para o cultivo de bonsais, por isso, seu processo será citado apenas à critério de conhecimento geral. Esse tipo de propagação assexuada é feito através da divisão das folhas retiradas da vegetação matriz em pequenos pedaços. Uma planta bastante famosa por sua propagação pela estaca de folhas é a espada-de-são-jorge e algumas suculentas, por exemplo, Entretanto, em relação a essa última, uma ressalva precisa ser feita: as suculentas precisam ter a separação da porção da folha e um pedaço do pecíolo para serem cultivadas.

Estacas de raiz 

Assim como no exemplo anterior, a estaquia a partir das partes radiculares das plantas também não é muito comum para o cultivo de bonsai, por estarmos nos referindo a uma árvore, mesmo que em menor estrutura. Dessa forma, no processo de estaquia por raízes temos que a coleta de pedaços de raiz em tamanhos variados entre 30 a 40 cm de comprimento e 8 a 10 mm de diâmetro. O tamanho da estaca nesse caso é extremamente importante para facilitar o pegamento da planta e o seu desenvolvimento no solo. Por fim, esses pedaços são distribuídos de forma horizontal permitindo a transposição da camada de substrato.

Enxertia

A enxertia, como o próprio nome já diz, consiste num método onde um modelo de enxerto é preparado para a realização do cultivo. Esse tipo de técnica de propagação assexuada consiste na união de duas ou mais plantas, que geralmente são da mesma espécie ou de espécies que apresentam similaridade de características. 

Para isso, é necessário que tenhamos tanto um um porta-enxerto, como também o próprio  enxerto, que pode ser chamado de cavaleiro. 
A produção do novo sistema radicular da planta será gerada pelo porta-enxerto proveniente de sementes ou de propagação vegetativa. É importante destacar que quando esse tipo de propagação é realizada em sementes,  temos produtos mais vigorosos com o desenvolvimento de raízes mais profundas, porém normalmente a sua estrutura possui uma característica menos uniforme. 

Agora, quando temos a enxertia a partir de propagação vegetativa, normlamente, os produtos derivados desse processo, são menos vigorosos, porém, diferente do anterior, a sua estrutura tem uma apresentação mais uniforme. 

De maneira geral, o processo de enxertia para a multiplicação de espécies vegetativas confere uma maior resistência a pragas, doenças, condições de clima e de solo às plantas cultivadas.

Porém precisamos lembrar que o pegamento dos enxertos é influenciado pelas condições ambientais como a variação da temperatura, luminosidade elevada, ventos fortes, a constante presença de chuvas, bem como a umidade baixa do ar. Isso tudo faz com que o enxerto montado tenha dificuldade de se estabelecer no solo ou no recipiente alocado. Outra questão de importante destaque é que a idade dos enxerto também impactam na qualidade do resultado final. Isso acontece, pois quanto mais jovens forem os tecidos do enxerto e do porta-enxerto, maior será a capacidade de cicatrização dessa junção. 

Mergulhia

A mergulhia é um método de propagação assexuada que normalmente é aplicado em arbustos e trepadeiras com maior flexibilidade. Ele é utilizado para auxiliar plantas que apresentam uma maior dificuldade de enraizamento quando propagadas por outro método de cultivo, por isso, podemos dizer que a mergulhia é um método de espécies vegetativas restritas que dependem de um tratamento mais habilidoso para sua multiplicação. Ela pode ser feita de forma simples ou serpenteada. 

Mergulhia simples 

Como o próprio nome sugere, esse é um tipo de propagação mais simples quando falamos de plantas. De maneira geral precisamos, basicamente, enterrar no solo, ou em algum tipo de substrato compatível com a espécie, parte do ramo da planta matriz. Em seguida será necessário aguardar o enraizamento. Quando isso acontecer, poderemos cortar o ramo, originando assim uma nova planta. 

Mergulhia serpenteada 

Nesse tipo de técnica teremos não apenas uma, mas diversas mudas oriundas de um único ramo. Ele é conhecido também como mergulho em serpentina e consiste na aplicação do ramo da planta matriz no solo ou substrato de sua escolha, distribuindo-os  em vários pontos no espaço. Dessa forma, após o enraizamento, o ramo é retirado e temos assim a formação de outras plantas da mesma espécie.

Alporquia

O processo de alporquia é bastante variável, dependendo diretamente do tipo de espécie vegetal que está sendo cultivada para adquirir algum resultado. Dessa forma, algumas plantas podem levar dias, enquanto algumas podem levar semanas ou meses para conseguirem se multiplicar. 

Esse método normalmente é utilizado em algumas plantas ornamentais e consiste basicamente em ferir a superfície de um ramo da espécie vegetal, para  que seja possível retirar uma porção significativa da casca, na forma de anel ou meio anel. 

Em seguida, vai ser necessário cobrir essa parte que retiramos com a característica anelada utilizando um substrato úmido, que pode ser tanto esfagno, palha ou até mesmo barro. Por fim faremos o empacotamento de toda essa estrutura com um plástico, não esquecendo da extremidade.  Após o enraizamento dessa alpoquia, devemos tomar cuidado para cortar o ramo, caso contrário não conseguiremos fazer com que surja uma nova planta.


Nota do Capítulo: De maneira geral, quando falamos em cultivos de árvores de bonsai, normalmente temos a priorização da propagação assexuada a partir de estacas. Isso acontece, pois quando realizamos o cultivo através de sementes, normalmente, precisamos de cerca de um ano até que esse organismo se desenvolva até virar uma muda. 


Este artigo pertence ao Curso de Técnicas de Cultivo de Bonsai

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