COMPUTAÇÃO MODERNA

A fase da computação moderna trouxe o uso de computadores digitais, ou seja, que dispensavam os componentes analógicos como base de seu funcionamento. O desenvolvimento dessas máquinas pode ser dividido entre as seguintes gerações:

• Primeira geração (1946 — 1959)

A principal característica da primeira geração de computadores era o uso de válvulas eletrônicas de grandes dimensões. Os mecanismos usavam quilômetros de fios e podiam atingir temperaturas muito elevadas, algo que causava frequentes problemas de funcionamento. Além disso, os programas eram escritos na linguagem de máquina.

A mais famosa das máquinas criadas nessa época foi o ENIAC, lançado em 1946. O ENIAC (Electrical Numerical Integrator and Calculator) foi desenvolvido pelos cientistas norte-americanos John Eckert e John Mauchly, sendo cerca de mil vezes mais rápida que qualquer outra que existia na época.

A principal inovação que a máquina trazia era a computação digital, tecnologia superior aos projetos mecânicos-analógicos desenvolvidos até então. Com o ENIAC, a maior parte das operações era realizada sem movimentar peças de forma manual, mas pela entrada de dados no painel de controle.

Cada uma podia ser acessada através de configurações-padrão de chaves e switches. As dimensões da máquina eram bem grandes, com aproximadamente 25 metros de comprimento por 5,50 metros de altura. O peso total era de 30 toneladas, o que equivale ao andar inteiro de um prédio.

• Segunda geração (1959 — 1964)

Na segunda geração, as válvulas eletrônicas foram substituídas por transistores, diminuindo o tamanho do hardware. Foi criada, ainda, a tecnologia de circuitos impressos, evitando que os fios e cabos elétricos ficassem espalhados. Os computadores desta época foram divididos nas categorias de supercomputadores e minicomputadores.

IBM 7030

O IBM 7030, ou Strech, foi o primeiro supercomputador lançado na segunda geração, desenvolvido pela IBM. Seu tamanho era bem menor se comparado ao ENIAC, mas ainda ocupava o espaço de uma sala comum. A máquina era usada por grandes companhias e custava cerca de US$ 13 milhões na época.  

Algumas das funções executadas pelo IBM 7030 eram os cálculos na casa dos microssegundos, o que permitia até um milhão de operações por segundo. Comparado com os da primeira geração, os supercomputadores, como o IBM 7030, eram mais confiáveis. Além disso, várias linguagens foram desenvolvidas, como Fortran, Cobol e Algol.

PDP-8

Um dos minicomputadores mais conhecidos da segunda geração, o PDP-8 foi uma versão básica do supercomputador, mais atrativa financeiramente. Eram menores que os supercomputadores, mas ainda ocupavam um bom espaço no cômodo.

• Terceira geração (1964 — 1970)

Uma das principais características desta geração foi o uso de circuitos integrados que permitiram o armazenamento de vários circuitos por uma mesma placa. Estes circuitos se comunicavam com hardwares distintos ao mesmo tempo. As máquinas se tornaram mais velozes, ao mesmo tempo que apresentavam número maior de funcionalidades.

Outra vantagem foi a redução considerável de preço. Um dos exemplos mais conhecidos dessa geração foi o  IBM 360/91, lançado em 1967. A máquina trabalhava com dispositivos de entrada e saída modernos, como discos e fitas de armazenamento, além da possibilidade de imprimir os resultados em papel.  

• Quarta geração (1970 até hoje)

A quarta geração trouxe os microprocessadores e computadores pessoais, reduzindo, drasticamente, o tamanho e preço das máquinas. As CPUs atingiram o patamar de bilhões de operações por segundo, permitindo a implementação de tarefas diversificadas. Os circuitos se tornaram menores e mais integrados, também.

A aquisição de um computador pessoal tornou-se cada vez mais acessível, ao mesmo tempo em que os softwares e sistemas se tornaram tão importantes quanto o hardware.A seguir, veremos os principais marcos da quarta geração de computadores.

Altair 8800

Lançado em 1975, tinha tamanho que o permitia caber em uma mesa, além do formato retangular e velocidade maior que os computadores anteriores. O projeto usava o processador 8080 da Intel, o que propiciou todo esse desempenho. Outra característica era seu funcionamento através de cartões de entradas e saída.

Isso significava a ausência de uma interface gráfica propriamente dita. A revolução trazida pelo Altair fez com que Bill Gates se interessasse pela máquina, criando a linguagem de programação Altair Basic.

Apple, Lisa e Macintoshi

Apesar do sucesso do Altair, Steve Jobs sentiu que ainda faltava algo no projeto, percebendo que suas funcionalidades ainda o tornava de fácil utilização por pessoas comuns. Para ele, um computador deveria representar o seu funcionamento de maneira gráfica, e não com luzes que acendiam e apagavam.

Por isso, em 1976, lançou o Apple I, considerado como o primeiro computador pessoal. O modelo acompanhava um pequeno monitor gráfico que exibia o que estava acontecendo no PC. O sucesso da máquina foi estrondoso e, em 1979, foi lançado o Apple II, que seguia a mesma ideia.

Em seguida, vieram os computadores Lisa (1983) e Macintosh (1984), os primeiros a usar o mouse e possuir a interface gráfica que conhecemos atualmente, com pastas, menus e área de trabalho.

Microsoft e os processadores Intel

Concomitantemente à criação da Apple, Bill Gates fundou a Microsoft. Inicialmente, Gates usou as ideias contidas nas outras máquinas para construir a suas próprias. Com processadores 8086 da Intel, o primeiro sistema operacional da Microsof, o MS-DOS, estava aquém dos desenvolvidos por Jobs.

Por isso, Gates firmou uma parceria com o criador da Apple e, após algum tempo, copiou a tecnologia gráfica do Macintosh para o seu novo sistema operacional, o Windows. Em meados dos anos 80, os dois sistemas operacionais se tornaram fortes concorrentes. Steve Jobs foi demitido de sua empresa, o que acabou enfraquecendo-a.

A partir daí,  a Microsoft acabou se ocupando o líder do mercado de computadores pessoais. Desde então, vários processadores Intel foram lançados, acompanhados de várias versões de Windows. Entre eles, 8086, 286, 386, 486, Pentium, Pentium 2, Pentium 3, Pentium 4, Core 2 Duo e i7.

Em 1993, a AMD entrou no ramo de processadores com o K5, lançando posteriormente o K6, K7, Athlon, Duron, Sempron, entre outros. Até hoje, todos os computadores pessoais são derivados das ideias criadas pela Apple e pela Microsoft.

Multi-core

Essa é uma das principais tendências quando se fala em computadores de mesa, ou desktops. A multi-core consiste em vários processadores trabalhando paralelamente, possibilitando a divisão e execução das tarefas de maneira mais eficiente. Um problema apontado no início da década de 2000 foi o aquecimento do processador.

Isso acontecia devido ao tamanho bastante reduzido dos transistores usados no processador já estavam muito pequenos. Por isso, foi necessário dividir a CPU em vários núcleos.

Computação de bolso e tablets

Por fim, temos a computação de bolso, aquela originada pela criação de computadores móveis cada vez mais difundidos. Entre eles, citamos os celulares, cujas funções se aproximam àquelas executadas pelos computadores. Destacamos, ainda, os palmtops, pendrives, câmeras fotográficas, TVs portáteis etc.