Cyberbullying - O que é, Consequências
Recentemente, todos nós temos visto palavras como cyberbullying e assédio cibernético. Essa é a forma de bullying que surgiu desde que a internet invadiu nossas vidas, tendo início nos Estados Unidos durante o final dos anos 2000.
O que é ciberbullying? Por definição, o ciberbullying é o dano intencional e repetido infligido através do uso de computadores, telefones e outros dispositivos eletrônicos.
Comportamentos de bullying podem ser anônimos ou não, usando tecnologias digitais, incluindo hardware, como computadores e smartphones, e softwares como mídias sociais, mensagens instantâneas, textos, sites e outras plataformas on-line.
O cyberbullying pode acontecer a qualquer momento, em público ou no privado, e às vezes só é conhecido pelo alvo e pela pessoa que faz bullying e pode incluir:
- imagens abusivas ou ofensivas em forma de e-mails, postagens, imagens ou vídeos;
- excluir os outros on-line;
- espalhar fofocas desagradáveis ou rumores;
- imitar outros on-line ou usar o seu login sem permissão no intuito de constrangê-lo ou humilhá-lo.
A ideia de cyberbullying é bastante semelhante à ideia de bullying com a diferença no fato de que o assédio acontece em plataformas virtuais e não de natureza direta ou física.
O cyberbullying pode ser identificado quando alguém é “trollado”, assediado e humilhado repetidamente por qualquer pessoa aleatória.
A pessoa pode ou não ser uma amiga, mas usa meios de perseguir, comentar de forma persistente e sistemática, com a intenção de atingir o ponto fraco de alguém.
O bulllying cibernético também pode envolver compartilhar mensagens privadas de alguém sem o seu consentimento. A maneira como ele é realizado pode muitas vezes ser mais prejudicial do que o bullying tradicional. Isso por conta das seguintes razões:
- plataformas on-line têm acesso 24 horas;
- espaços on-line são mais pessoais e íntimos;
- é difícil registrar uma queixa séria e rastrear os culpados.
Atualmente, adolescentes sofrem mais por causa do cyberbullying on-line, pois têm mentes altamente impressionáveis. Quando postam fotos de forma casual no Twitter, Facebook ou Instagram e encontram alguém com má intenção, tentando prejudicá-las com mensagens de mau gosto, isso cria um enorme fardo mental sobre eles.
Muitas vezes, a perseguição cibernética e o assédio têm a força de afetar a reputação de alguém a tal ponto que as vítimas até pensam em cometer suicídio, em alguns casos isso realmente se concretiza. Tais tendências não são apenas perturbadoras, mas um crime grave para a sociedade a longo prazo.
Práticas de cyberbullying
Quando falamos de cyberbullying, existem alguns jargões oriundos da língua inglesa para nomear algumas práticas, como:
- Hater: palavra que significa “aquele que odeia”. Refere-se àquelas pessoas que disseminam o ódio no ambiente virtual, atacam outras pessoas com ofensas e humilhações, de forma sistemática.
- Revenge porn: essa expressão significa, literalmente, “vingança pornográfica”. E trata-se do ato de divulgar imagens eróticas ou de nudez, que uma pessoa confiou à outra, como forma de vingança e punição.
- Sexting: palavra originada a partir dos termos em inglês sex (sexo) e texting (ato de trocar mensagens de texto ou conversar por plataformas virtuais).
Trata-se da troca de mensagens de cunho sexual, podendo ou não conter imagens de nudez. O sexting pode se tornar uma ferramenta de bullying, pois pode ser divulgado por aquele que recebeu as imagens.
Além disso, indivíduos mal-intencionados podem invadir os aparelhos, roubar e divulgar o conteúdo. E neste caso, a divulgação das imagens, que rapidamente viralizam na rede, criam uma vítima de cyberbullying.
Consequências do cyberbullying
Assim como ocorre com o bullying praticado fora do ambiente virtual, o cyberbullying pode ter sérias consequências para os jovens vitimados. Em geral, um quadro inicial de isolamento e tristeza pode evoluir para sérios quadros de depressão, transtorno de ansiedade e síndrome do pânico.
Se o caso não for descoberto e as sequelas não forem tratadas, as vítimas de cyberbullying podem carregar consigo sintomas de trauma pelo resto de suas vidas, o que provoca, muitas vezes, baixo desempenho escolar, baixa autoestima, dificuldades em se relacionar com os outros e se colocar no mercado de trabalho quando na vida adulta, além de problemas da busca de alívio em drogas e álcool. Nos casos mais extremos, a vítima de cyberbullying pode cometer suicídio.
Abaixo, apresentamos algumas atitudes diárias no uso da internet, para evitar ser vítima de cyberbullying:
- não expor muito a sua vida nas redes sociais;
- evitar a exposição de intimidades na internet; • quando for atacado por alguém, bloquear essa pessoa;
- não enviar fotos íntimas, contendo nudez parcial ou total, para outras pessoas, mesmo que seja seu/sua parceiro/parceira e que confie nessa pessoa;
- em caso de exposição de fotos íntimas na rede, procurar uma delegacia de polícia para registrar imediatamente um boletim de ocorrência;
- em caso de agressões que possam causar danos morais por injúria, calúnia e difamação, procurar uma delegacia de polícia e registrar um boletim de ocorrência;
- se for vitimado por alguma agressão, antes de tomar qualquer atitude, converse com seus responsáveis ou algum adulto de sua confiança que possa te apoiar e te auxiliar.
Além disso, pais, mães e responsáveis devem sempre monitorar o que os menores fazem na internet, a fim de auxiliá-los quando sofrerem agressões ou no sentido de coibirem possíveis atos agressivos praticados por eles.
Dados de cyberbullying no Brasil
Em um levantamento realizado pelo instituto de pesquisa Ipsos, que entrevistou mais de 20 mil pessoas em 28 países, constatou que:
- o Brasil é o segundo no ranking de cyberbullying no mundo;
- 30% dos pais ou responsáveis tem conhecimento de que os filhos se envolveram ao menos uma vez em casos de cyberbullying.
Em uma outra pesquisa, desta vez realizada pela Intel Security, envolvendo 507 crianças e adolescentes com idades entre 8 e 16 anos, constatou o seguinte em relação ao cyberbullying praticado no Brasil:
- 66% presenciaram casos de agressão na internet;
- 21% afirmam ter sofrido cyberbullying;
- 24% realizaram atividades consideradas cyberbullying.
Desses 24% que admitiram ter praticado cyberbullying em algum momento:
- 14% admitiram falar mal de uma pessoa para outra;
- 13% afirmaram zombar de alguém por sua aparência;
- 7% marcaram alguém em fotos vexatórias;
- 3% ameaçaram alguém;
- 3% zombaram alguém por conta de sua sexualidade;
- 2% postaram intencionalmente sobre eventos em que um colega foi excluído para ele ver que foi excluído.
É importante ressaltar que, entre os três principais motivos que as crianças entrevistadas apresentaram no intuito de justificar suas ações foram:
- defesa (porque a pessoa que foi atacada as tratou mal antes);
- não gostar da pessoa afetada;
- ou por seguir outros que já praticavam as ações agressivas antes.
Este artigo pertence ao Curso de Bullying
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