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DESAFIOS NA BUSCA PELA INCLUSÃO

Apesar de a legislação nacional garantir o direito à educação, a história da Educação Inclusiva, no Brasil, esteve sempre marcada pela exclusão, tanto em nível da formação do professor como nos diferentes níveis de ensino. Além disso, a falta de atendimento especial, principalmente, na educação infantil, carência de recursos e equipe qualificada, inadequação do ambiente físico, falta de novas propostas de ensino, descontinuidade de planejamento e ações, desigualdade de recursos e oportunidades vêm dificultando o acesso de muitas crianças especiais ao ensino regular. 


Um dos problemas centrais da Educação Inclusiva está na efetiva capacitação dos docentes que irão trabalhar em classes comuns que tenham, no seu conjunto, um ou mais alunos portadores de necessidades especiais. Se o inciso III do art. 9 for cumprido à risca, como uma prioridade da política educacional, todos os alunos portadores de necessidades especiais só terão a ganhar com a sua inclusão nas classes comuns de ensino regular, seja no que diz respeito ao atendimento de um direito que é inalienável, seja no que refere ao desenvolvimento de um valor humano essencial que é a alteridade, a consideração e o respeito ao outro, distinto, diferente. 


Portanto, a inclusão de alunos com necessidades educativas especiais no ensino regular implica, entre outras coisas, a necessidade de formar e qualificar professores, a elaboração e adaptação de esquemas curriculares, a orientação e intervenção psicopedagógica, a inovação e investigação educativa dos processos integradores, a adaptação dos recursos humanos e materiais, cuja melhoria tornará possível um novo modelo de educação inclusiva e possibilitará um ensino de maior qualidade, a fim de garantir oportunidades iguais a todos os alunos, independente de sua condição física, social, mental, entre outros. 


A situação educacional brasileira apresenta problemas que merecem atenção e constituem indicadores importantes para avaliar até que ponto os recursos da sociedade, destinados à formação dos jovens, são empregados com eficácia. O acesso à educação é desigual no sistema público e privado. Apesar da preocupação do governo e da iniciativa privada em investir no setor, com a finalidade de eliminar os desequilíbrios existentes, os níveis são diferentes quanto às disparidades regionais e grupos sociais. O sistema em si não é o único responsável pelas elevadas porcentagens de fracasso escolar: há problemas de ordem socioeconômica, políticos assim como aqueles de origem orgânica, psicossocial e familiar que interferem no processo. 


O problema da repetência tem dimensões notáveis que carecem de investigação multidisciplinar para detalhar suas causas. A identificação das dificuldades de aprendizagem apresentadas por escolares vem crescendo, embora, há muitos anos, a relevância de tais problemas seja reconhecida. De acordo com os dados da UNESCO, a retenção escolar no Brasil está entre as maiores da América, o que contribui para o atraso escolar e, como consequência, para a evasão escolar. Nas escolas públicas brasileiras, é observado um número irrisório de alunos com algum tipo de deficiência (física, mental, auditiva, visual, múltiplas) frequentando a classe regular de ensino. 


Estes discentes são tidos como diferentes, e os professores, quando têm algum aluno com deficiência na sala de aula, alegam que não sabem como lidar com ele dizendo que o mesmo deveria estar numa escola/classe especial. Esta atitude da escola, de não saber lidar com as diferentes formas de aprendizagem, provavelmente, é consequência de como estas pessoas foram tratadas no decorrer da história da humanidade, com abandono e maus tratos, até terem direito à inclusão social e educacional assegurados na legislação. Infelizmente, o direito constitucional de acesso ao ensino para todos não tem sido garantido. 


A dificuldade da escola em lidar com a diversidade de estilos de aprendizagem, independentemente de se tratar ou não de alunos com deficiência, tem sido grande. Isto se constata pelo alto índice de reprovação e evasão, principalmente na 1ª série no Ensino Fundamental no Brasil, onde apenas 53,7% do total de alunos são promovidos, enquanto 46,3% são reprovados, reproduzindo assim o ciclo de retenção que acaba expulsando os alunos ditos "normais" da escola. O mérito da escola inclusiva não é apenas proporcionar educação de qualidade a todos. 


Sua criação constitui passo decisivo para eliminar atitudes discriminatórias, criar comunidades escolares que acolham todos e conscientizar a sociedade. Implica, portanto, um processo de mudança que consome tempo para as adaptações necessárias e requer providências indispensáveis para o bom funcionamento do ensino inclusivo.



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