Quanto mais complexo o mundo se torna, mais criativos precisamos ser para enfrentar seus desafios, e isso está se tornando cada vez mais claro na educação e no local de trabalho. As pessoas agora precisam ser criativas para serem bem-sucedidas, mas embora a ideia de sucesso tenha mudado, o sistema educacional nem sempre ajustou seus métodos ou metas para cumpri-lo.
A educação do século XX enfatizou a conformidade com a criatividade, duas habilidades necessárias para se dar bem em um ambiente profissional ou corporativo e manter um bom emprego por décadas. Ambas são agora uma relíquia, mas ainda são valores fundamentais em muitas escolas, informando a política mesmo quando não são expressamente promovidas aos alunos.
Em seu livro, o líder mundial do pensamento educacional Yong Zhao preceitua:"Padrões impostos por testes de alto risco, podem, na melhor das hipóteses, ensinar aos alunos o que é prescrito... Como resultado, estudantes talentosos em outras áreas nunca têm a oportunidade de descobrir esses talentos. Estudantes com interesses mais amplos são desencorajados, não recompensados. O sistema resulta em uma população com habilidades semelhantes em um espectro estreito de talentos. Mas, especialmente na sociedade atual, a inovação e a criatividade são necessárias em muitas áreas, algumas ainda desconhecidas."
Infelizmente, a maioria dos alunos continua a ser educada da mesma forma que eram no passado, sendo ensinado um currículo padronizado através da aprendizagem e testes individualizados, em um ritmo único. Muitos alunos estão lutando para aprender porque estão desengajados e não têm motivação.
Por que ir para a escola quando você poderia aprender a mesma informação mais rápido assistindo um vídeo do Youtube ou jogando um jogo de computador? Por que memorizar fatos para um teste quando você tem todas as informações na palma da sua mão?
Métodos baseados fazem pouco sentido para os alunos de hoje que aprendem e pensam diferente, e eles fazem pouco sentido em relação à mudança de local de trabalho, onde fazer uso da informação agora é muito mais valioso do que simplesmente saber coisas. As escolas estão falhando em ensinar os alunos a responder a mudanças rápidas e como lidar com novas informações porque estão se agarrando a métodos obsoletos.
Estudantes do século 21
Geração Z – nascida entre 1995 e 2009 – a maioria não se lembra da vida sem internet, e teve tecnologia como smartphones, iPads, smartboards e outros dispositivos disponíveis durante a maior parte de sua escolaridade.
Geração Alpha – nascida desde 2010 – é mais jovem que smartphones, iPad, televisão 3D, Instagram e aplicativos de streaming de música como o Spotify. Esta é a primeira geração que se pode ver no século 22 em grande número.
Crescer com esse nível de tecnologia significa crescer com uma quantidade completamente sem precedentes de informação na ponta dos dedos. Há crianças que nunca estiveram a mais de alguns segundos de distância das respostas às suas perguntas, com tudo a apenas uma rápida busca.
Eles são capazes de ensinar-se sobre qualquer tema que eles estão interessados sem sequer sair de seu quarto. A atual leva de alunos vem da Geração Z e Geração Alfa. Essas duas gerações cresceram com tecnologia avançada como dado em suas casas e salas de aula. Eles são nativos digitais, tão confortáveis usando aplicativos e códigos quanto seus avós estavam lançando páginas.
As gerações Z e Alpha também são as mais conectadas internacionalmente na história. Eles encontram pessoas online de todo o mundo, e podem facilmente fazer amigos do outro lado do planeta antes mesmo de deixar seu estado natal. Escolas e pais também estão cada vez mais oferecendo às crianças e jovens a oportunidade de viajar, criando uma experiência verdadeiramente sem fronteiras de aprendizagem.
Os alunos de nossas escolas hoje são inteligentes, independentes e extremamente capazes. São habilidosos com tecnologia e confortáveis com comunicação global e intercultural. Podemos esperar que as gerações futuras tenham ainda mais experiência nessas áreas.
A educação do século 21 é sobre dar aos alunos as habilidades que eles precisam para ter sucesso neste novo mundo, e ajudá-los a aumentar a confiança para praticar essas habilidades. Com tanta informação prontamente disponível para eles, as habilidades do século 21 se concentram mais em dar sentido a essa informação, compartilhá-las e usá-las de maneiras inteligentes, o que envolve 4 habilidades:
- Criatividade
- Pensamento crítico
- Comunicação
- Colaboração
Esses quatro temas não devem ser entendidos como unidades ou mesmo disciplinas, mas como temas que devem ser sobrepostos em todo o mapeamento curricular e planejamento estratégico. Eles devem fazer parte de todas as lições da mesma forma que a alfabetização e a numeração.
Criatividade é pensar através da informação de novas formas, fazer novas conexões e chegar a soluções inovadoras para problemas. O pensamento crítico é analisar informações e criticar reivindicações. A comunicação é entender bem as coisas o suficiente para compartilhá-las claramente com outras pessoas. Colaboração é sobre o trabalho em equipe e o gênio coletivo de um grupo que é mais do que a soma de suas partes.
Existem outras habilidades que são importantes, que se enquadram nessas quatro áreas. O empreendedorismo pode ser considerado uma habilidade própria. Inquérito e resolução de problemas são fundamentais. A inteligência emocional é uma das chaves mais importantes para o sucesso do trabalho e relacionamentos. A educação precisa ser sobre capacitar os alunos com habilidades transferíveis que se sustentarão a um mundo em rápida mudança, não conteúdo prescrito que foi escolhido por sua relevância passada.
Embora a integração digital também seja fundamental para uma educação completa do século 21, não basta simplesmente adicionar tecnologia aos métodos de ensino existentes. A tecnologia deve ser usada estrategicamente para beneficiar os alunos.
Os alunos são usuários cada vez mais avançados da tecnologia, mesmo quando entram na escola pela primeira vez, então isso muitas vezes pode significar estar aberto às possibilidades apresentadas em vez de tentar ensinar e prescrever o uso de determinados programas. Muitas "aulas de tecnologia" em sala de aula confundiram as crianças ao tentar ensiná-las sobre programas, sites e hardware que não são mais relevantes ou que entendem muito melhor do que o professor.
As escolas do século 21 também estão respondendo à demanda, mudando-se para a educação internacional. No passado, as escolas internacionais eram principalmente para as famílias de militares e diplomatas. No ano 2000, havia 2.500 escolas internacionais em todo o mundo com menos de um milhão de alunos frequentando, mas em dezembro de 2016 havia mais de 8.600 escolas internacionais com quase 4,5 milhões de alunos.
A grande maioria desses estudantes são agora crianças locais esperando frequentar a universidade no Ocidente. As escolas que não são "escolas internacionais" tradicionais também estão se esforçando para criar uma educação internacionalmente conectada através de oportunidades de viagem, programas de intercâmbio, parcerias escolares, liderança escolar internacional e comunicação online. Aprender a ser um cidadão global é crucial em um mundo onde a tecnologia está apagando fronteiras, e você não precisa necessariamente de um mestrado em educação internacional para incorporar isso em seu ensino.
Os professores do século 21 precisam servir como guia ou mentor para seus alunos, não como o sábio que lhes dá todas as suas informações. Com tanto acesso a recursos de todos os tipos, as crianças invariavelmente conhecerão mais do que os professores sobre diferentes temas, e estarão um passo à frente da tecnologia em uso. Os professores precisam ser capacitados como facilitadores e motivadores para a aprendizagem, para que possam capacitar seus alunos por sua vez.
Essa mudança é uma ótima notícia para os professores. Em vez de lutar para dar às crianças todas as informações que precisam para ter sucesso em áreas que o professor pouco conhece, eles podem apoiar os alunos à medida que dão seus próprios passos em diferentes campos. Trata-se de preparar as crianças para ir além de seus pais e professores, ter certeza de que eles têm as habilidades para fazê-lo, e, em seguida, ajudar ao longo do caminho como eles constroem confiança para alcançar.
Isso significa que os gestores escolares precisam ser pensadores, curiosos e flexíveis. Os professores devem ser alunos: aprender novas formas de ensinar e aprender ao lado de seus alunos. Simplesmente fazendo perguntas como "o que meus alunos precisarão daqui a 20 ou 50 anos? Como posso ajudá-los a dar essas habilidades?" pode mudar sua mentalidade, torná-lo um líder e ajudá-lo a trazer mudanças em sua sala de aula, escola e comunidade.
- Convide os alunos a contribuir para reuniões de estratégia e tomada de decisão
- Crie ambientes de aprendizagem adaptáveis adequados a diferentes tipos de colaboração e trabalho em grupo
- Incentive os alunos a se apropriar de programas de serviços comunitários
- Encontre maneiras de conectar estudantes a pessoas da idade em outras partes do mundo
- Reveja seu uso da tecnologia em sala de aula: como ela pode ser mais eficaz?
Em uma época em que a saúde mental e o bem-estar são um dos maiores desafios enfrentados pelos jovens, uma educação do século 21 pode dar aos alunos as habilidades de que precisam tanto para agora quanto para o futuro. Habilidades como comunicação, pensamento crítico e inteligência emocional vão além do local de trabalho: elas podem ajudar as pessoas nos momentos mais difíceis de suas vidas. Encontrar sua paixão, fazê-lo bem, ter um senso de propósito e foco, e ser capaz de controlar seu próprio trabalho e vida são passos significativos no caminho para o bem-estar.
Resultado
A capacidade de pensar crítica e criativamente, colaborar com os outros e se comunicar claramente configura os alunos para o sucesso em suas carreiras, mas também os capacita a levar uma vida mais feliz e saudável.
Trazer sua escola para o século 21 requer assumir a liderança em vez de andar para trás, buscando ativamente novas maneiras de fazer as coisas e manter contato com o mundo fora do sistema educacional. A mudança em larga escala requer liderança em sala de aula e em toda a comunidade escolar, mas cada professor pode tomar medidas imediatamente para ajudar seus alunos a terem sucesso.
