Quando falamos do processo de gestão e controle dos serviços de saúde a partir da aplicação das funções administrativas, temos como destaque o planejamento, a coordenação, organização, direção e execução de tarefas pelo profissional da enfermagem responsável por essa liderança.
Com isso, o processo de gestão está diretamente ligado ao compromisso, responsabilidade, empatia, habilidade para tomada de decisões e comunicação de forma efetiva e eficaz tanto com os demais membros de equipe, como com os pacientes e líderes corporativos.
Quando o enfermeiro é o profissional à frente da tomada de decisões, ele influencia as ações dos outros membros de equipe e do ambiente a sua volta para que o alcance das metas e objetivos sejam alcançados. Para isso, é necessário que esse profissional defina e planeje toda a assistência de enfermagem a partir de um contexto interativo e multifacetado.
Dessa forma, como dito anteriormente em seções predispostas neste módulo de ensino, para que a enfermagem esteja em um papel de liderança, ela precisa dominar e conciliar o emprego tanto dos princípios e técnicas de administração, como os princípios e as técnicas que norteiam a prestação do cuidado ao paciente em enfermagem.
De acordo com a lei nº 7.498/86, que condiz com a Regulamentação do Exercício Profissional, redigida pelo Conselho Regional de Enfermagem (COREN), o profissional enfermeiro executa atividades, cabendo-lhe: dirigir órgão de enfermagem integrante da estrutura básica do sistema de saúde e liderar o serviço e a unidade de enfermagem local; Além disso, ele deve organizar e dirigir os serviços de enfermagem, bem como as suas atividades técnicas e auxiliares no atendimento ao paciente; planejar, organizar, coordenar, executar e avaliar os serviços de assistência de enfermagem; realizar sistematização da assistência de enfermagem; oferecer cuidados diretos de enfermagem a pacientes graves com risco de vida; prestar cuidados de enfermagem de maior complexidade técnica e que exijam conhecimentos de base científica e capacidade de tomar decisões imediatas; participar do planejamento, da execução e da avaliação da programação de saúde e participar da elaboração, execução e avaliação dos planos assistenciais de saúde.
Logo, consideramos que a integração das funções de supervisão e assistência à saúde é tida como pressuposto à construção da identidade profissional do enfermeiro, bem como à prestação de serviços de enfermagem com o mais alto nível qualidade ao usuário daquele serviço.
Quando os conhecimentos administrativos são aplicados pela enfermagem, temos na verdade uma parte da necessidade de estarem-se organizando um ambiente terapêutico nos hospitais envolvidos no processo. Isso está ligado à aquisição de um conhecimento de gestão em enfermagem que teve origem junto com a organização das técnicas e com os instrumentos de trabalho para o cuidado ao paciente.
Assim, podemos dizer que o trabalho da enfermagem está estruturado em três direções distintas, definidas como: 1- a organização do cuidado ao doente, através da sistematização das técnicas de enfermagem; 2- a organização do ambiente terapêutico através da discussão das condições de trabalho e do meio ambiente; e por fim, 3 - a disposição da equipe de enfermagem, através da educação e desenvolvimento do pessoal.
A partir do final do século XX, tivemos a enfermagem como fator intrínseco do processo de produção em saúde, dessa forma, a administração em enfermagem pode ser considerada como uma prática social e não apenas técnica. Por isso, a prática de enfermagem é marcada por determinações sociais, econômicas e políticas, e consequentemente pelo modo de organização do processo de produção em saúde e da forma como as instituições de saúde operam de maneira geral.
Atualmente, o grande destaque relacionado a administração aplicada a enfermagem, vem sendo substituído por um novo processo progressista, onde temos novas concepções que passam pela sensibilidade, geração do processo criativo, tomada de decisões, visão estratégica, participação, liderança integrativa, caminhando para um referencial mais humano das práticas de administração nas organizações, assim como também na enfermagem.
E o que podemos concluir com isso? De forma simples, toda enfermeira é uma administradora, tanto da sua vida enquanto profissional, como dos cuidados aos seus pacientes. Porém, devemos entender que a nível de prática profissional, a enfermeira precisa desenvolver competências na teoria de administração em enfermagem, que significa que ela deve ter conhecimentos, habilidades e atitudes que corroborem para tal.
Isso acontece, pois a administração é uma ciência exata e ao mesmo tempo adaptável e fluída que possui um corpo de conhecimentos que lhe é próprio. Quando direcionamos essa ciência para os cuidados de enfermagem, nós utilizamos o corpo de conhecimentos da administração em relação às aplicações nos setores de saúde.