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FALANDO SOBRE BEBIDAS
A origem do álcool
Grãos fermentados, suco de frutas e mel vêm sendo utilizados durante milhares de anos para fazer álcool (álcool etílico ou etanol). Acredita-se que a bebida alcoólica teve origem na Pré-História, mais precisamente durante o período Neolítico quando houve a aparição da agricultura e a invenção da cerâmica.
A partir de um processo de fermentação natural ocorrido há aproximadamente 10.000 anos o ser humano passou a consumir e a atribuir diferentes significados ao uso do álcool. Os celtas, gregos, romanos, egípcios e babilônios registraram de alguma forma o consumo e a produção de bebidas alcoólicas.
As bebidas fermentadas existem desde o despertar da civilização egípcia, que deixou documentado, em papiros, as etapas de fabricação, produção e comercialização da cerveja e vinho. Os egípcios também acreditavam que as bebidas fermentadas eliminavam os germes e parasitas, especialmente contra aqueles provenientes das águas do Nilo.
Há, ainda, evidências da primeira bebida alcoólica na China por volta do ano 7000 a.C. Na Índia, uma bebida alcoólica chamada Sura, destilada do arroz, era utilizada entre os anos 3000 e 2000 a.C. Os babilônios, por sua vez, veneravam uma deusa do vinho já no ano 2700 a.C.
Na Grécia, uma das primeiras bebidas alcoólicas que ganhou popularidade foi o hidromel, uma bebida fermentada feita de mel e água. A propósito, o solo e o clima na Grécia e em Roma eram especialmente ricos para o cultivo da uva e produção do vinho. Os gregos e romanos também conheceram a fermentação do mel e da cevada.
Mas, o vinho seguida como a bebida mais difundida nos dois impérios, tendo importância social, religiosa e medicamentosa. No período da Grécia Antiga, o dramaturgo grego Eurípedes (484 a.C.-406 a.C.) menciona nas Bacantes duas divindades de primeira grandeza para os humanos.
Uma era Deméter, a deusa da agricultura que fornece os alimentos sólidos para nutrir os humanos. A outra, Dionísio, o Deus do vinho e da festa (Baco para os Romanos). Apesar do vinho participar ativamente das celebrações sociais e religiosas greco-romanas, o abuso de álcool e a embriaguez alcoólica já eram severamente censurados pelos dois povos.
Várias civilizações de índios americanos criaram bebidas alcoólicas nas épocas pré-colombianas. Uma variedade de bebida fermentada da região dos Andes, na América do Sul, foi criada com milho, uvas e maçãs e recebeu o nome de “chicha”. No século XVI, o álcool (chamado “aguardente”) foi amplamente utilizado para propósitos medicinais.
Na Idade Média, a comercialização do vinho e da cerveja cresce, assim como sua regulamentação. Durante a Renascença, passa a haver a fiscalização dos cabarés e tabernas, sendo estipulados horários de funcionamento destes locais que, inclusive, eram locais onde as pessoas podiam se manifestar livremente.
Nesse momento, o álcool participa dos debates políticos que, mais tarde, vão desencadear na Revolução Francesa. No início do século XVIII, o parlamento inglês aprovou uma lei que promovia o uso de grãos para a destilação de aguardente. A bebida, que era barata, inundou o mercado e chegou ao seu auge em meados do século XVIII.
Para se ter uma idéia, na Grã-Bretanha, o consumo de gim chegou aos 70 milhões de litros. Em 1764, a Inglaterra restringiu o comércio de bebida alcoólica, que os colonos americanos importavam e exportavam em grande quantidade. Isso gerou uma insatisfação que viria a explodir, 11 anos mais tarde, numa guerra.
Liderados pelo general George Washington, que era dono de uma fábrica de uísque, os soldados americanos se embebedavam durante o combate – cada um tomava 1 litro de rum por dia. Em 1776, a Declaração de Independência dos EUA foi escrita por Thomas Jefferson num bar – e o primeiro a assiná-la foi um contrabandista de vinho, John Hancock.
Em 1830, cada americano entornava o equivalente a 10 litros de álcool puro por ano, nível superior ao de hoje (8,5 litros). Foi aí que o alcoolismo, até então apenas uma inconveniência, passou a ser visto como doença séria. Surgiram as primeiras campanhas e associações contra a bebida, que conquistaram mais de 500 mil adeptos nos EUA.
Na França, o químico Louis Pasteur estava prestes a fazer uma dos maiores invenções da história. Tentando entender a transformação do açúcar em álcool, acabou descobrindo a técnica da pasteurização, que atualmente é usada na produção de leite, iogurte, sorvete e sucos industrializados.
No começo do século 20, os impostos sobre bebidas alcoólicas eram responsáveis por mais de 50% da arrecadação do governo dos EUA. Mesmo assim, o país decidiu instituir, em janeiro de 1920, a lei seca . Mas, as pessoas migraram para bares clandestinos, fato que aumentou a criminalidade e fortaleceu as máfias.
Contudo, o problema acabou gerando uma consequência positiva: consolidou a igualdade de direitos entre os sexos e mostrou a força dos movimentos feministas. Durante a lei seca, a presença de mulheres nos bares deixou de ser um tabu. Tanto que elas se mobilizaram para legalizar a prática.
Em 1932, mais de 1 milhão de americanas já tinham se associado à Women’s Organization for National Prohibition Reform (Liga das Mulheres Contra a Lei Seca). No ano seguinte, a lei seca foi revogada. Na 2ª Guerra Mundial, ao dominar a França, os alemães passaram a controlar as vinícolas de Borgonha, Bordeaux e Champagne o controle dos nazistas.
Na Inglaterra, Hitler bombardeou seis grandes cervejarias (inclusive uma fábrica da famosa Guinness) e destruiu 1.300 pubs. Quando o jogo começou favorecer os Aliados, a cerveja alemã teve fortes alterações. Sua graduação alcoólica cai de 4,8% para 1,2% em 1943. Em 1944, eles param de fabricar cerveja. No ano seguinte, perdem a guerra.
Com o fim do conflito, começava a Guerra Fria, na qual a URSS tentou usar o álcool como arma. Os soviéticos criaram um comprimido que, supostamente, impedia a embriaguez. A ideia era que os espiões russos tomassem o remédio e fossem beber com diplomatas americanos. Eles, completamente bêbados, acabariam revelando segredos de Estado.
Não deu muito certo e, hoje em dia, o remédio é vendido como “atenuador de ressacas”. Falando nela, a busca por uma cura definitiva chegou a duas propostas. Um composto químico chamado Ro15-4513, criado na década de 1970, e a Alcohol Without Liquid (AWOL), uma máquina que destila e vaporiza bebidas alcoólicas.
A ideia desta é que, se o álcool for inalado, não passa pelo estômago nem produz acetaldeído (uma das principais causadoras da ressaca). Nada disso funcionou. O Ro15-4513 não está no mercado porque pode provocar convulsões. E a AWOL foi proibida em vários estados americanos por ser considerada ineficaz e perigosa.
Por via nasal, a bebida é absorvida mais facilmente pelo organismo e a pessoa não vomita quando está intoxicada. Isso aumenta o risco de overdose de álcool de forma substancial.
Este artigo pertence ao Curso Bartender Básico
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5.0
12.743 AvaliaçõesAmei o curso esse foi meu primeiro passo para entrar como bartender profissional
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