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Ferramentas da Qualidade

Nesta etapa do nosso curso, mergulharemos profundamente nas diversas ferramentas e técnicas disponíveis para medir, analisar e melhorar a qualidade dos produtos, serviços e processos. A busca incessante pela qualidade é um dos pilares de uma gestão eficaz, pois está diretamente ligada à satisfação do cliente, à redução de desperdícios, ao aumento da eficiência e à competitividade no mercado.

Nesta unidade, exploraremos ferramentas poderosas, como o Diagrama de Pareto, o Diagrama de Ishikawa, as cartas de controle e muitas outras, que ajudarão você a identificar problemas, tomar decisões baseadas em dados e implementar melhorias significativas.

Ferramentas Básicas 

Diagrama de Ishikawa (Espinha de Peixe): O Diagrama de Ishikawa, ou Diagrama de Causa e Efeito, é uma ferramenta poderosa para a análise de problemas e a identificação de suas causas raiz. 

Foi desenvolvido por Kaoru Ishikawa, um renomado professor e especialista em qualidade japonesa. A ferramenta recebe o apelido de "espinha de peixe" devido à sua aparência gráfica, que se assemelha a uma espinha de peixe, com a causa raiz no centro e as causas potenciais estendendo-se como espinhas.

Como criar um Diagrama de Ishikawa:

  • Identificação do Problema: Comece definindo claramente o problema que deseja analisar. Coloque-o no centro do diagrama.
  • Categorias de Causas: Crie categorias principais de causas que podem estar contribuindo para o problema. Essas categorias geralmente incluem pessoas, processos, máquinas, materiais, métodos e ambiente.
  • Identificação de Causas: Sob cada categoria principal, liste todas as possíveis causas que podem estar relacionadas ao problema. Isso envolve uma discussão em grupo ou brainstorming para identificar as causas potenciais.
  • Análise das Causas: Após listar todas as causas potenciais, é importante analisar e priorizá-las. Isso pode ser feito usando técnicas como votação para identificar as causas mais prováveis e impactantes.
  • Ação Corretiva: Uma vez que as causas raiz tenham sido identificadas e priorizadas, a equipe pode começar a desenvolver planos de ação para abordar cada causa. Isso pode envolver a implementação de mudanças nos processos, treinamento de pessoal ou outras medidas corretivas.

O Diagrama de Ishikawa é particularmente eficaz porque ajuda a equipe a visualizar as múltiplas causas de um problema e a entender como elas estão interconectadas. Ele promove a comunicação e a colaboração, permitindo que as equipes trabalhem juntas para resolver problemas de forma sistemática.

Exemplo prático

Vamos considerar uma situação onde uma empresa de manufatura está enfrentando um problema de alta taxa de defeitos em um de seus produtos. O Diagrama de Ishikawa pode ser usado para identificar as causas potenciais deste problema, agrupando-as em categorias como "Pessoas", "Processos", "Máquinas", "Materiais", "Métodos" e "Ambiente". Por exemplo, sob "Máquinas", as causas podem incluir equipamentos desatualizados ou mal calibrados.

Histograma: O Histograma é uma representação gráfica de uma distribuição de dados. Ele é frequentemente usado para visualizar a frequência ou a quantidade de ocorrências de valores em um conjunto de dados. Histogramas são úteis para entender a distribuição de dados e identificar padrões, tendências ou anomalias.

Como criar um Histograma:

  • Coleta de Dados: O primeiro passo é coletar os dados relevantes que você deseja analisar. Isso pode incluir medições de qualidade, tempos de ciclo, valores de produção ou qualquer outra métrica que seja importante para o problema em questão.
  • Agrupamento de Dados: Divida os dados em intervalos ou classes. Isso é feito para criar barras no histograma que representem a frequência de ocorrência de valores dentro de cada intervalo.
  • Construção do Histograma: Desenhe um gráfico de barras onde o eixo horizontal representa os intervalos e o eixo vertical representa a frequência ou a quantidade de ocorrências em cada intervalo. As barras são desenhadas acima dos intervalos correspondentes.
  • Interpretação: O histograma resultante permite visualizar a distribuição dos dados. Pode revelar se os dados estão distribuídos de forma normal, se há picos, lacunas ou outras características importantes.
O Histograma é uma ferramenta valiosa para a análise estatística de dados e ajuda na tomada de decisões informadas. Ele pode ser usado para identificar áreas de melhoria em processos, identificar problemas de qualidade e tomar decisões baseadas em dados.

Exemplo Prático 

Uma fábrica pode usar um histograma para analisar a distribuição dos tamanhos de peças produzidas. Se os dados mostrarem uma grande variação nos tamanhos das peças, isso pode indicar um problema com a precisão das máquinas ou com o controle de qualidade do processo de produção.

Diagrama de Pareto: O Diagrama de Pareto é uma ferramenta que ajuda a identificar e priorizar as causas mais significativas de um problema. Ele é baseado no princípio de Pareto, que afirma que a maioria dos efeitos é causada por um número relativamente pequeno de causas.

Como criar um Diagrama de Pareto:

  • Identificação das Causas: Comece identificando todas as causas potenciais de um problema. Isso pode ser feito por meio de brainstorming ou análise de dados.
  • Coleta de Dados: Registre dados sobre a frequência ou impacto de cada causa identificada. Isso pode ser feito usando contagens, porcentagens ou outros métodos relevantes.
  • Classificação: Ordene as causas em ordem decrescente com base nos dados coletados. A causa com o maior impacto ou frequência deve ser listada no topo.
  • Construção do Diagrama: Desenhe um gráfico de barras, onde o eixo vertical representa o impacto ou a frequência das causas, e o eixo horizontal lista as causas em ordem decrescente.
  • Linha de Pareto: Adicione uma linha de Pareto, que ajuda a visualizar o ponto em que as causas começam a ter um impacto significativo. Isso ajuda a focar os esforços de melhoria nas causas mais importantes.
O Diagrama de Pareto é valioso porque permite que as organizações concentrem seus recursos e esforços nas causas que têm o maior impacto em um problema. Isso pode levar a melhorias significativas na qualidade e eficiência.

Exemplo Prático 

Uma empresa de atendimento ao cliente pode usar um Diagrama de Pareto para identificar as principais categorias de reclamações dos clientes. Se descobrirem que 80% das reclamações estão relacionadas a apenas 20% dos problemas, como tempos de espera longos e erros na faturação, podem priorizar a resolução desses problemas.

Fluxograma: Um fluxograma é uma representação gráfica de um processo ou sistema, mostrando a sequência de etapas, decisões, ramificações e interações entre elementos. É uma ferramenta fundamental para visualizar e analisar processos, identificar gargalos, ineficiências e oportunidades de melhoria.

Como criar um Fluxograma:

  • Definição do Escopo: Comece determinando o escopo do processo que deseja representar. O que está incluído e o que está excluído do fluxograma?
  • Identificação de Etapas: Liste todas as etapas ou atividades envolvidas no processo. Isso pode incluir ações, decisões, espera, interações com sistemas ou pessoas, etc.
  • Sequência de Etapas: Organize as etapas em ordem sequencial, indicando a ordem em que ocorrem.
  • Conexões e Ramificações: Desenhe setas que conectam as etapas e mostre como elas estão relacionadas. Isso inclui decisões que levam a diferentes caminhos no processo.
  • Documentação de Detalhes: Para cada etapa, você pode adicionar informações adicionais, como responsáveis, tempo necessário ou recursos envolvidos.
  • Revisão e Melhoria: O fluxograma deve ser revisado e refinado para garantir sua precisão e clareza. À medida que o processo é otimizado, o fluxograma pode ser atualizado para refletir as melhorias.
O Fluxograma é uma ferramenta versátil que pode ser usada em várias áreas, desde a melhoria de processos de negócios até a documentação de procedimentos operacionais padrão. Ele ajuda a visualizar de forma clara como um processo funciona e é uma base sólida para a identificação de oportunidades de otimização.

Exemplo Prático
Uma clínica médica pode usar um fluxograma para mapear o processo de atendimento ao paciente, desde a chegada até a saída. Este mapeamento pode ajudar a identificar gargalos no processo, como demoras no atendimento ou na realização de exames.


Este artigo pertence ao Curso de Gestão da Qualidade

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