Quando o assunto é cuidado com o pet, um dos pontos principais é a higiene. Os animais domésticos podem acumular muita sujeira. Essa sujeira, além do mau cheiro desagradável, quando atinge regiões sensíveis ou lesionadas se tornam graves infecções.
Portanto, assim como nos humanos, o corpo do animal deve ser limpo para garantir a eliminação de bactérias e possíveis parasitas. É nesse momento que também é feita boa parte da inspeção visual do corpo do pet, identificando sinais de doenças, locais doloridos, feridas e diversas questões ligadas a sua pele e pelo.
A higiene do animal deve ser feita com frequência. Todo animal possui seu cheiro característico, no entanto é importante identificar quando esse cheiro ultrapassa o comum, e se torna um problema para o bichinho e todos à sua volta.
Dentre os hábitos de higiene mais comuns, não estão apenas os banhos regulares. Também é incluído a escovação frequente para retirar pelos mortos (principalmente em gatos) limpeza de dentes, patas, diminuição das unhas, etc.
Por exemplo, realizar a higiene bucal do cachorro é importante para garantir que não haja a proliferação de bactérias, que além do incômodo bucal, também irão adentrar o organismo do bicho, já que a boca é a principal porta de entrada de infecções. Ao decorrer do curso, iremos explicar detalhadamente a maneira correta de se realizar a escovação, utensílios e produtos utilizados.
A estrutura e a importância da pele nos pets
Você provavelmente já deve saber que a pele é o maior órgão do corpo humano. O mesmo ocorre nos pets, sendo o órgão em maior quantidade e superfície. Debaixo de todo aquele pêlo, existe um importante órgão que se comunica com a parte interna do corpo, que necessita de cuidado e atenção.
É a pele quem irá criar uma importante barreira de proteção contra ataques, infecções e lesões. Além de regular a temperatura do corpo e servir para que o animal possa sentir a superfície dos locais. Trabalhando em conjunto com outros órgãos do corpo, a pele é quem irá na maioria das vezes demonstrar algum sinal e sintoma quando algo não está indo bem.
A pele pode ser dividida em epiderme, seus anexos (como as glândulas sudoríparas e sebáceas), derme e hipoderme. Começando pela epiderme, ela é a camada mais externa da pele, nela não há vascularização, possuindo apenas uma fina camada de membrana celular, rica em proteínas e lipídios, o que torna a epiderme bastante flexível e resistente.
Logo abaixo está a derme, sendo basicamente formada por tecido conjuntivo. Ela serve como uma base firme para a epiderme, possui um sistema nervoso desenvolvido, além de ser extremamente vascularizada, o que leva os nutrientes para a epiderme.
Por fim, a hipoderme é também composta por tecido conjuntivo, mas desta vez um tecido menos firme. Isso ocorre devido a maior quantidade de tecido adiposo, que atua como um isolante térmico, reserva de energia e está diretamente ligada aos músculos e ossos.
É importante saber que a espessura de cada divisão da pele vai ser diferente em cada parte do animal. Normalmente a maior espessura está na região do rosto, pescoço e tórax dorsal e também na base da cauda, sendo mais fina no ventre do tronco, axila, orelhas, virilha e região perianal. Nos cachorros, a pele possui uma espessura de cerca de 0,5 a 5 milímetros, enquanto nos gatos é um pouco mais fina, de 0,4 a 2 milímetros.
Outro ponto importante diz respeito as espécies. Cada espécie de cachorro ou gato vai ter uma variedade e espessura de pele e também de seus pelos. Algumas áreas em certas raças de cachorro são mais conhecidas por ter um acumulo de pelo na região do pescoço. Falaremos a diante um pouco mais sobre os pelos destes animais.
Diversos animais no mundo todo tem uma camada de pelagem sobre a pele, inclusive os humanos. No entanto, nada é mais característico dos pets, como o fato de ter seu corpo quase totalmente coberto por pelos. Inclusive, o fato de ter o corpo coberto por pelos, é uma das principais características para diferenciar animais mamíferos vertebrados de outros.
A pelagem possui diversas funções importantes na saúde e bem estar do animal, além de ter diferentes estruturas, tamanhos e textura. Conhecer e entender tudo sobre os pelos destes animais é ideal para oferecer as melhores opções de banho e tosa.
Neste capítulo faremos um apanhado geral sobre os pelos, desde a sua estrutura física, importância, e tipos diferentes.
Cada animal possui uma estrutura diferente de pelo. No caso dos cachorros e gatos, é preciso entender as particularidades envolvidas no crescimento e formato destes pelos, além de apenas uma questão estética.
Para poder hidratar, identificar algo errado ou constatar se o cachorro está ou não saudável, é necessário um cuidado especial durante o contato com o animal. Mais para frente iremos explicar um pouco sobre as funcionalidades deste pelo, como a proteção contra danos, isolante térmico e ser um importante filtro.
O folículo piloso é um tipo de invaginação da epiderme, por onde sai o pelo dos animais. Além do fio, esse folículo é formado por outras estruturas que auxiliam no crescimento e desenvolvimento do pelo, como o músculo eretor do pelo, bainhas de revestimento, bulbo e glândulas sebáceas.
Nos cães, existem 3 tipos de folículos que só são facilmente identificados através de um microscópio, são eles:
- Folículo principal: Aquele que contém o pelo mais duro e principal;
- Folículos primários: São 2 fios laterais que surgem junto ao fio principal, nomeados de “barbas” ou “tátil”;
- Folículos secundários: São 15 folículos secundários que recobrem o principal e primário. É este que irá criar a penugem.
Nos gatos, também existem 3 tipos, no entanto diferentes daqueles encontrados nos cães. Eles são bem mais numerosos, o que provoca maior volume e consequentemente mais quedas de pelos.
- Folículo protetor: são os pelos protetores, mais duros, longos, retos e espessos, crescendo e forma abundante nas regiões superior do gato;
- Folículo do manto: mais finos do que os protetores, no entanto sua função também é de proteger. O diferencial é que estes fios possuem uma certa curvatura em sua ponta;
- Folículo inferior: São conhecidos como sub pelos, sendo os fios mais finos, geralmente ondulados ou crespos, e são bem densos. Sua principal função é atuar como um isolante térmico.
Além destas classificações, ambos animais possuem os famosos pelos táteis, também conhecidos como bigode. Estes pelos normalmente estão próximos ao focinho, acima dos lábios, são grossos e bastante sensíveis. A sua função primordial é auxiliar nas questões sensoriais, já que são pelos que se comunicam com diversas células nervosas.
De forma geral, o formato do folículo determina o tipo de pelo do cachorro. Folículos retos, irão produzir pelos retos, enquanto folículos ondulados, produzirão pelos ondulados. No entanto, é possível haver a modificação dos pelos à medida que o animal cresce.
Pets adultos terão pelos diferentes de sua fase jovem, pois, a função destes pelos também terá características diferentes. Por exemplo, o pelo como uma espécie de comunicação sexual não é necessário para filhotes.
Se tratando do crescimento dos pelos, ele ocorre de forma cíclica, divididos em 3 fases. A primeira fase é a fase anágena, e diz respeito a fase de crescimento, onde cerca de 0,3 mm são adicionados todos os dias aos folículos principal/protetor.
Após isso, na fase catágena, há o cessamento do crescimento, apenas mantendo o fio no folículo, essa fase dura aproximadamente 1 ano. E a última fase, a fase telógena é a fase de descanso, onde o folículo repousa, para que o fio caia e possa crescer outro fio mais jovem e forte no lugar.
Esse crescimento em ciclos varia de acordo com as mudanças sazonais de temperatura e ambiente. Essa é uma característica dos animais domésticos, visto que necessitam se adaptar às condições ambientais.
Por esse motivo, o crescimento na fase anágena é mais observado em períodos mais frios, e cachorros de clima frio, como o Husky siberiano, terá mais queda de fios em locais quentes.
Além disso, questões como a nutrição do pet, estado de saúde geral, hormônios e influência genética da raça, irão determinar o crescimento destes pelos, o local onde terá maior quantidade. São estas questões que determinam as características de cada raça, por exemplo: o Golden Retriever possui longos pelos na região do pescoço.
A ausência de proteína na dieta dos animais é uma das principais causas de queda de pelo, já que os fios são compostos em sua maior parte por uma estrutura proteica. O déficit leva a fragilidade, opacidade, secura e queda.
São os demais constituintes associados ao folículo piloso. As glândulas podem ser do tipo sebácea ou sudorípara. Se tratando das glândulas sebáceas, estas estão ligadas a secreção de material lipídico, que contribui para o surgimento da película cutânea, um tipo de proteção gordurosa que recobre todos os fios.
As glândulas do tipo sebácea estão em sua maioria nas regiões interdigitais das patas, próximo ao queixo, dorso da cauda e dorso do pescoço. Essa secreção sebácea tem o intuito de também conservar a pele, deixando-a mais flexível, úmida, sem assaduras, e ao subir para os pelos, concede maior brilho aos fios.
Se tratando das sudoríparas, elas são do tipo apócrinas e écrinas. As do tipo écrinas, estão aderidas diretamente na pele e se limitam apenas aos coxins, que são aquelas almofadinhas da pata (geralmente escura nos cachorros e rosado nos gatos). Ela vai auxiliar na melhor aderência das patas em certas superfícies.
No caso das glândulas sudoríparas apócrinas, elas se distribuem em todo corpo, produzindo um líquido rico em proteína e alcalino.
Além destas duas glândulas, existem outras com funções específicas, como as perianais, responsáveis por produzir substâncias para marcação de território e comunicação entre as espécies.
Principais funções dos pelos
Os pelos nos pets são responsáveis por deixar eles fofinhos e irresistíveis. Com diferentes cores, formatos e tamanhos, existe um tipo que agrada cada pessoa. No entanto, além de toda essa fofura, os pelos possuem funções importantes para a sobrevivência e bem estar do animal!
Para entender melhor como essa importante estrutura contribui para um pet, conheça suas principais funções:
- Isolamento e termorregulação
Uma das mais comentadas é o pelo sendo responsável por manter a temperatura corporal estável em ambientes mais frios, e diminuir a troca de calor com o ambiente externo. Isso só é possível graças à combinação dos pelos em complemento pelas glândulas sebáceas, criando uma espécie de isolante.
Além disso, as glândulas sudoríparas auxiliam a deixar o corpo mais refrescado quando há elevação de temperatura, produzindo o suor que umedece o pelo e a pele.
Você sabia que os pelos auxiliam na proteção contra a maioria das feridas e acidentes, principalmente picadas de insetos. Isso ocorre, pois, a quantidade excessiva de pelo amortece os impactos e é uma barreira física para a entrada de certos insetos.
Além disso, os pelos são responsáveis por proteger a pele dos danos causados pela ação de raios ultravioletas, que são responsáveis por queimaduras e câncer de pele. Nesse caso, as áreas sem quantidades consideráveis de pelo são as mais afetadas e necessitam do uso de protetor solar canino/felino.
Você já percebeu que em certos animais, principalmente aqueles com pelos mais curtos e duros, existe uma certa camada impermeável sobre os pelos, que produz até certo brilho. Essa é a ação das glândulas sebáceas, que deixam o corpo do pet impermeável. Pequenas quantidades de água e a umidade do ambiente não conseguem penetrar a pele. É como tentar misturar óleo e água.