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História da Educação infantil e das creches no Brasil

A educação infantil é algo que norteia a profissão de auxiliar de creche. Compreender a história da educação infantil, bem como a história da criação de creches aqui no Brasil é de extrema importância para a sua formação.

Sendo assim, esse será o nosso ponto de partida.

Os ensinos infantil, fundamental I, fundamental II e o médio são as 4 fases que compõem a educação básica em nosso país. O auxiliar de creche geralmente está inserido na realidade educacional na primeira infância, isto é, para as crianças nas idades entre 0 a 6.

A educação nessa fase é de suprema importância no desenvolvimento soco emocional e cognitivo das crianças. Além disso, essa mesma educação proporciona e fortalece uma rede de apoio para as famílias que precisam de algumas figuras de referência para a criança enquanto elas trabalham em busca do sustento.

Mas isso só se tornou possível a partir de 1988, quando o atendimento em creches e pré-escolas para as crianças de 0 a 6 anos foi previsto na Constituição Federal como um dever do estado. Antes desse marco histórico, a história da educação infantil no Brasil é marcada por um longo e conturbado processo.

Até 1874 o ensino para as crianças na primeira infância não era não cogitado e nunca foi muito importante. Esse ano foi marcado pelo começo dos primeiros projetos desenvolvidos por pequenos grupos particulares. No entanto, eles só tomaram forma a nível nacional no início do século XX. Foi a partir daí que esses projetos ganharam relevância para o país por conta da fundação de instituições de ensino e da criação de normas e leis voltadas para as crianças.

Mas no começo dessa história, os jardins de infância e as creches foram originalmente atribuídas para faixas etárias e classes sociais mais definidas.

Por exemplo, as creches eram destinadas para os bebês de trabalhadores das classes operárias. Isso dava às instituições uma cara mais social e um papel assistencialista. Isso seria interessante se elas fossem mais completas. Isso porque, ao invés de focar na educação, autonomia e emancipação da criança, essas instituições focavam na atenção higiênica, médica e alimentícia dos bebês.

Já os jardins de infância, instituições voltadas para crianças com idades entre 3 a 6 anos de idade, eram procurados por famílias das mais altas camadas da sociedade. Esses sim eram voltados para o desenvolvimento cognitivo dessas crianças e tinham programações focadas na oferta de um futuro melhor para elas.

Sabemos até aqui que a educação da criança na primeira infância foi assegurada pela Constituição Federal de 1988. Em 1990 ela também foi assegurada no Estatuto da Criança e do Adolescente. Mas outro importante marco histórico foi quando o direito à educação infantil foi inserida na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira (LDB) e sancionada em 1996.

Quando a LDB reconhece a educação infantil como primeira etapa da educação básica, ela reafirma a relevância da aprendizagem nessa fase da vida das crianças e considera a importância dos profissionais que fazem parte desse contexto. Entende-se então, esse como um processo indispensável para o desenvolvimento infantil, para a educação e para o exercício da cidadania em um futuro próximo.

Dentre os principais pontos citados na LDB, Lei nº 12.796/2013 citamos:

  • Art. 29: A educação infantil, primeira etapa da educação básica, tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança de até 5 (cinco) anos, em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade;
  • Art. 30: A educação infantil será oferecida em: I-creches, ou entidades equivalentes, para crianças de até três anos de idade; II-pré-escolas, para as crianças de 4 (quatro) a 5 (cinco) anos de idade.

Dando continuidade a linha do tempo desse histórico, em 2009, o ensino infantil passou a ser uma obrigatoriedade para as crianças de 4 e 5 anos. Quem garante esse dever é a Emenda Constitucional nº 59. Em 2013, a extensão da obrigatoriedade foi incluída também na LDB, garantindo que as crianças nessa idade estejam matriculadas em instituições de educação infantil.

Mais recentemente, em 2017, foi divulgado que a educação infantil no Brasil foi implementada na última versão da Base Nacional Comum Curricular ou apenas BNCC. Essa é uma grande conquista de evolução já que o documento é responsável por estabelecer normas e referências para que as instituições de ensino elaborem currículos escolares, propostas pedagógicas e atividades para todos os ciclos da educação de base.

É nesse momento que a Base Nacional Comum Curricular confirma as pré-escolas e as creches brasileiras como ambientes essenciais para o processo de desenvolvimento da criança. A BNCC as reconhece como a primeira separação das crianças com suas famílias, por isso, se torna importante que as instituições ampliem o meio de experiências para também ampliar os conhecimentos, habilidades e aprendizagem das crianças. Como uma forma complementar à educação obtida dentro de casa.

Hoje em dia, de acordo com o Censo Escolar de 2019, existem uma média de 9 milhões de crianças matriculadas no ensino infantil em nosso país. Isso é 1 milhão a mais em relação ao ano de 2014 e muitos milhões a mais em comparação aos anos em que o direito à educação infantil ainda não era assegurado.

Com isso, felizmente existem várias opções de pré-escolas e creches no Brasil. Elas variam quanto aos métodos de ensino, valores e localidades. Dentre as opções de métodos de ensino, você pode encontrar as metodologias: tradicional, montessoriana, construtivista, Pikler e Waldorf.



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