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Manchas/Discromias

Outro grande problema dermatológico muito presente na população brasileira são as manchas ou discromias. A maior causa para esses problemas no país está na alta incidência dos raios solares, e na falta de cuidado dos cidadãos em relação à luz.

De maneira geral, as discromias ou manchas pigmentares são problemas que afetam diretamente a nossa pele a partir de alterações na coloração da superfície do órgão.

Essas alterações podem ser causadas por inúmeros motivos, mas estão mais associadas à agressão constante da nossa pele por fatores externos, como fonte de calor, e raios UV, fazendo assim com que ocorra uma desregulação na produção de melanina ou no depósito de outros pigmentos no nosso corpo.

Apesar da busca por tratamento ser mais comum no público feminino, é importante destacar que as discromias podem afetar tanto os homens quanto as mulheres e o seu aparecimento pode surgir em qualquer idade da vida.

Além disso, as discromias podem ser originadas tanto por excesso de pigmentos, como também pela ausência deles em alguma região da pele. No caso de excesso de pigmentos melânicos, podemos citar como exemplo as hipercromias ou hipermelanoses e melanodermias, gerando assim o escurecimento de alguma região específica da pele.

Agora, quando nos referimos a ausência de pigmentos, podemos citar as hipomelanoses, leucodermia, que têm como consequência o clareamento ou a despigmentação de alguma região da pele.

É importante ressaltar que, como citado anteriormente, nem sempre essas enfermidades são causadas por problemas de produção e armazenamento de melanina. Dessa forma, casos como pigmentação externa por alcatrão, antralina, ou o abuso de medicamentos também devem ser considerados no momento de avaliação do paciente.

A pigmentação da pele é uma consequência do processo de produção e transporte de melanina no nosso corpo. Esse processo é definido principalmente através da carga genética, por isso, é comum que a cor da pele de um filho seja uma mistura da cor de pele dos seus pais.

Como muitos já sabem, é justamente a melanina que realiza a diferenciação individual e racial dos seres humanos, e a sua presença em maior quantidade consegue promover uma maior proteção para a barreira primária.  Essa substância é sintetizada por um grupo de células denominadas como melanócitos.

Quando os melanócitos sofrem algum processo de lesão, ou ainda, quando o corpo passa por alguma situação de estresse, temos como consequência o surgimento das discromias. Elas são caracterizadas como patologias de origem endógena e exógena que induzem uma mudança na cor da pele. 

Como dito anteriormente, essas modificações podem ser classificadas pelo excesso (hipercromia), diminuição (hipocromia) ou ausência (acromia) de melanina na pele. Veja alguns exemplos a seguir:


Hipercromias

Melasma: Um dos problemas mais comuns relacionados à discromia na população brasileira é o melasma. Ele é constituído pela presença de manchas acastanhadas na região do rosto, principalmente nas bochechas, na testa e no nariz, mas também podem aparecer em menor quantidade nos lábios. 

O melasma ocorre devido ao processo de indução de produção  dos melanócitos pelos hormônios estrogênio e progesterona,mas a causa mais comum dessa enfermidade está ligada à exposição solar constante. Além disso, a carga genética do paciente também influencia diretamente na presença dessa discromia. Fatores de uso de anticoncepcionais e hormônios sintéticos também podem aumentar a chance de desenvolvimento de um melasma.

Cloasma gravídico: Assim como o melasma, o cloasma é uma mancha amarronzada que surge principalmente na região da face após a exposição ao sol. A principal diferença entre essas enfermidades é que o cloasma gravídico é desencadeado devido a um processo de gestação.

Efélides: Comumente chamadas de sardas, ou efélides são classificados como uma hipercromia na região do rosto que é desencadeada pelo aumento de melanina na região. Normalmente, os efélides são trazidos como carga genética e são mais propensos em pessoas de pele clara, de fototipos I e II, e em pessoas ruivas. 

Fitofotomelanose: Também conhecida como hipercromia de contato, é um tipo de discromia causada por uma reação à um agente danoso para a pele. As causas mais comuns da fitofotomelanose são queimaduras pelo contato com frutas cítricas, como o limão, ou por perfumes, cosméticos, e álcool, seguidos de exposição solar.

Melanose pós-inflamatória: Trata-se de uma mancha escura causada principalmente pela associação de um quadro de inflamação prévia e exposição solar. Normalmente, pacientes que estão em tratamento para acne, ou que realizam algum peeling no processo de limpeza facial devem tomar cuidado para não se expor ao sol e acabar causando esse tipo de melanose. Também podemos receber casos de melanose por queimadura.

Melanose Solar – Esse é o tipo de melanose mais conhecida pelos brasileiros. Trata-se do aparecimento de manchas escuras pelo corpo devido à exposição constante ao sol durante a vida. Normalmente, esse tipo de lesão costuma a aparecer após os 30 anos e por isso também é conhecida como melanose senil ou actínica ou lentigo senil. Elas podem aparecer na face, mãos, tronco e braços.

Ceratose senil: Essa é uma lesão similar ao exemplo anterior, ou seja, elas também surgem devido à exposição constante do corpo aos raios ultra-violeta. Entretanto, aqui a principal diferença está na localização dessas lesões, já que elas aparecem apenas nas áreas que ficam mais expostas ao sol. Ela pode se apresentar em diversos aspectos, mas devemos tomar cuidado para que não sejam confundidas com melanomas. A ceratose pode ser: avermelhada, descamativa, mancha de cor escura, elevada, rugosa, áspera e endurecida.


Hipocromias

Leucodermia pós-inflamatória: Esse tipo de discromia acontece devido ao aparecimento de alguma enfermidade, fazendo assim com que algumas lesões hipocrômicas apareçam ao redor do corpo. Os casos mais comuns de hipocromia pós-inflamatória são: psoríase, herpes zoster e pitiríase rósea.

Leucodermia por contato: Assim como na hipercromia, aqui, a ausência de cor na pele é causada por alguma lesão local. Essas lesões podem ser desencadeadas por múltiplos fatores externos como o contato com germicidas fenólicos, acesso a substâncias fortes como a hidroquinona ou derivados de borracha, cortes profundos e entre outros.

Nevo halo: também conhecido como nevo de Sutton, consiste num halo despigmentado (ou seja, com redução ou ausência de melanina) ao redor de tumor de pele benigno. Normalmente esse tipo de discromia surge no início na adolescência e não exige tratamento já que consegue regredir espontaneamente.

Nevo acrômico: Trata-se de mancha grande caracterizada como anomalia congênita que se apresenta nos primeiros dias de vida. Essa hipocrômica só é perceptível após o nascimento e costuma se manter estável com o passar do tempo.

Pitiríase alba: A pitiríase alba é uma condição dermatológica de mecanismo desconhecido que costuma ser apresentada nos primeiros anos de vida. Normalmente, nesse tipo de discromia a pele apresenta manchas esbranquiçadas, distribuídas principalmente na face, no pescoço e no tronco superior em pequenas proporções.

Pitiríase versicolor:  São manchas hipocrômicas desencadeadas pela infecção do fungo malassezia furfur, que é  um agente queratinofílico.  Normalmente, essa levedura costuma afetar adolescentes e adultos jovens e não é classificada como uma doença contagiosa..


Acromias

Vitiligo: O vitiligo é uma das doenças que desperta grande interesse dos especialistas em dermatologia. Isso acontece pois, de maneira geral, ainda não conseguimos descobrir qual a verdadeira causa do vitiligo nos seres humanos. De maneira geral, essas discromias se apresentam pela falta de pigmento, ou seja, não existe, nem melanócitos nem melanina, em determinadas regiões da pele. Como consequência, temos a formação de manchas brancas de diversas proporções, com limites nítidos e bordas hiperpigmentadas. Além da pele, os cabelos e pelos das regiões afetadas também podem sofrer despigmentação, ganhando fios brancos.

Albinismo: O albinismo é uma discromia causada pela ausência da melanina no corpo. Normalmente os indivíduos que possuem essa acromia apresentam uma pele bem sensível aos agentes externos. É importante ressaltar que, diferente do exemplo anterior, no albinismo existem melanócitos presentes, ainda que eles não sejam capazes de produzir a melanina. Além disso, é importante ressaltar que o albinismo é uma condição congênita que afeta não apenas a pele, como também os olhos e os pelos do paciente. 

Leucodermia solar:  São pequenas manchas de característica acrômica, que tem como origem a longa exposição à luz do sol durante a vida do indivíduo. É importante ressaltar ainda que essa acromia está presente principalmente nos antebraços e nas pernas que são áreas mais expostas à luz do sol. Além disso, as lesões podem apresentar tamanho de 2 a 5 mm de diâmetro, com atrofia.

Agora que você já conheceu as principais enfermidades que chegam nos centros de tratamento estético, chegou o momento de aprender a identificar esses problemas através da avaliação facial na ficha de anamnese.


Este artigo pertence ao Curso de Básico de Limpeza de Pele

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