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Noções de Primeiros Socorros

Durante o dia-a-dia no transporte escolar, podem surgir diversas situações que interfiram na integridade física das crianças, prejudicando assim a sua saúde. Para isso, é necessário que o monitor conheça os primeiros socorros.

Como o seu próprio nome já indica, os primeiros socorros são as primeiras intervenções feitas após uma pessoa sofrer mal súbito ou algum acidente até que o socorro especializado chegue. Essas práticas, ainda que simples, podem ser fundamentais para que uma pessoa permaneça viva no fim do dia, ou ainda, que não ocorra nenhuma consequência grave no processo de acidentes.

De acordo com alguns especialistas do campo da saúde, “os primeiros socorros são intervenções que devem ser feitas de maneira rápida, logo após o acidente ou mal súbito, visando assim reduzir as chances de agravamento do problema até que um serviço especializado de atendimento chegue até o local. Essas intervenções são muito importantes, pois podem evitar complicações e até mesmo evitar a morte de um indivíduo.”

Conheça abaixo algumas dessas práticas:


Primeiros Socorros em casos de Engasgo

Uma das principais manias das crianças, especialmente as pequenas, é levar objetos à boca independente do seu tamanho ou material. Como consequência, é possível que em uma dessas situações, o menor acabe engolindo o objeto e obstrua as vias aéreas.

De maneira geral, podemos entender como engasgo o bloqueio da traqueia – por algum objeto estranho ao corpo como alimentos, utensílios e até mesmo fluidos como saliva, vômito e sangue. A traquéia é o órgão do corpo humano responsável pela passagem de ar para dentro e fora dos pulmões, dessa forma, quando um engasgo acontece, a criança acaba sendo impedida de respirar

Em nosso corpo, a traquéia é protegida pela epiglote, uma espécie de porta que se abre e se fecha de acordo com a necessidade do momento. Porém, quando fazemos o movimento de ingestão, seja para a absorção de alimentos ou líquidos, a traqueia se fecha para que nada se infiltre e chegue até o pulmão. De forma contrária, quando respiramos, a traqueia se mantém aberta para que o ar entre nos pulmões e ocorra a troca gasosa no nosso organismo.

Quando há falhas no funcionamento do epiglote, os alimentos e líquidos podem acabar chegando ao pulmão. Entretanto, o pulmão não é um órgão capaz de processar nada além da entrada de a, por isso, quando um alimento ou bebida passa pela traqueia, ele bloqueia a passagem do ar, o que causa asfixia e pode levar à morte dependendo da gravidade do engasgo. Outro ponto de risco é que, em casos de líquido, parte do composto não pode ser retirado, gerando assim uma contaminação nos pulmões.

Dessa forma, por oferecer risco de vida, algumas situações de engasgo podem ser classificadas como emergências médicas, e devem ser atendidas o mais rápido possível em uma unidade de atendimento especializada. Entretanto, você também pode operar de forma a tentar realizar o manejo da situação com as técnicas de primeiros socorros.


Como agir em casos de engasgos?

Em casos de engasgo, a primeira coisa a se fazer é avaliar se será possível ajudar a vítima. Moedas, brinquedos pequenos, pedras, alimentos e outros objetos podem estar entre os motivos de engasgo e para retirá-los, você deve usar a manobra conhecida mundialmente em casos de urgências como essas: a Manobra de Heimlich.

Essa manobra consiste em realizar uma pressão na região da ‘boca’ do estômago (epigástrio), resultando na desobstrução das vias aéreas.


Primeiros socorros em casos de fraturas

Outra situação que também pode ser bem comum no manejo de crianças são os casos de suspeita de fratura.

Eles se classificam pelo processo em que o osso se parte provocando dor, incapacidade de movimentos, inchaço e, algumas vezes, deformidade da área afetada, podendo estar exposto ou não. Independente da causa ou da gravidade da situação, é muito importante que enquanto monitor você mantenha a calma e observe se há outros ferimentos mais graves, como sangramentos, em todos os casos, o indicado é que os pais da criança sejam sinalizados e indiquem o local indicado para atendimento médico.

A fratura de um membro, seja ele perna, mãos ou braços, ocorre quando o osso se quebra devido a algum impacto exercido sobre a região que tenha sido mais forte do que o osso pode suportar.

Com o envelhecimento e com determinadas doenças ósseas, como a osteoporose, o risco de fraturas aumenta, por isso, crianças mais debilitadas podem apresentar fraturas mesmo que a origem tenha sido movimentos ou impactos menores. Por isso, elas devem ter atenção especial para que seja possível evitar acidentes.

Além de todos esses fatores, é importante ressaltar que você deve suspeitar de fratura sempre que a criança sofrer um impacto em algum membro, acompanhado de sintomas como:

  • Dor intensa;
  • Inchaço ou deformação;
  • Formação de uma área arroxeada;
  • Sons de crepitação ao movimentar ou incapacidade de movimentar o membro;
  • Encurtamento do membro afetado.


Para casos em que uma fratura é o diagnóstico mais provável, você deve realizar os primeiros socorros à vítima, que devem seguir as seguintes etapas:

1. Manter o órgão afetado em repouso, de formaimóvel, numa posição natural e confortável;

2. Imobilizar as articulações que ficam acima e abaixo da lesão, com o uso de talas. Não havendo talas disponíveis, é possível improvisar com pedaços de papelão, revistas ou jornais dobrados ou pedaços de madeira, que devem ser acolchoados para evitar abrasões ou pioras na região do machucado. Isso deve ser feito com panos limpos e amarrados ao redor da articulação;

3. Nunca tentar endireitar uma fratura ou colocar o osso no lugar;

4. Em caso de fratura exposta, deve-se cobrir o ferimento, de preferência com gaze esterilizada ou um pano limpo. Caso a criança esteja numa situação de sangramento muito intenso, é necessário fazer compressão acima da região fraturada para tentar impedir a saída do sangue em grande velocidade.

Por fim, é recomendado que a vítima seja direcionada para o pronto-socorro ortopédico mais próximo do local do acidente.


Primeiros socorros em casos de desmaio

Outro grande problema que pode ser apresentado no dia-a-dia são as ocorrências de desmaio. Um indivíduo pode vir a desmaiar por diversos motivos diferentes, sejam eles genéticos, por estresse, ou ainda, por problemas de pressão.

De maneira geral, o desmaio, também conhecido como síncope, é a perda total da consciência e da capacidade de ficar em pé, o que os especialistas da saúde também podem conceituar como perda de tônus postural. Dessa forma, como consequência, a criança pode acabar caindo devido a essa falta de força nos membros inferiores.

Essa condição pode permanecer por um curto período de tempo, e é importante sabermos que a recuperação desse estado, geralmente, é rápida e completa, porém, para algumas pessoas, esse cenário pode ser assustador e causar pavor.

Entretanto, você deve manter a calma e, aos primeiros sinais que antecedem uma síncope, deve-se colocar a vítima sentada e bem amparada.

Caso você já tenha encontrado a criança já desmaiada, o primeiro passo então será a checagem das vias respiratórias e da frequência da respiração. Caso a vítima esteja respirando normalmente, procure elevar suas pernas para permitir um aumento do fluxo sanguíneo na cabeça. Esse processo vai facilitar o processo de recuperação para que a pessoa possa recobrar os sentidos. Também é importante que o monitor folgue peças como cintos, golas ou qualquer peça de roupa que provoque constrição.

Qualquer que seja a situação, é importante ligar para o Samu (192) ou para o Corpo de Bombeiros (193) em busca de atendimento especializado bem como para os pais da criança para notificar o ocorrido.


Primeiros socorros em casos de convulsões


Convulsão é um distúrbio que se caracteriza pela contratura muscular involuntária de todo o corpo ou de parte dele, provocada por aumento excessivo da atividade elétrica em determinadas áreas cerebrais. Elas podem ser parciais, ou focais, quando apenas uma parte do hemisfério cerebral é atingida por uma descarga de impulsos elétricos desorganizados, ou generalizadas.

Diante de um quadro de convulsão, você necessita seguir os seguintes passos:

  • Coloque a pessoa deitada de lado para que ela não engasgue com a própria saliva ou vômito;
  • Remova todos os objetos ao redor que ofereçam risco de machucá-la;
  • Afrouxe-lhe as roupas, permitindo melhor respiração;
  • Erga o queixo para facilitar a passagem do ar;
  • Não introduza nenhum objeto na boca nem tente puxar a língua para fora;
  • Leve a pessoa a um serviço de saúde tão logo a convulsão tenha passado, para que ela possa fazer um check-up.


Este artigo pertence ao Curso de Básico de Monitor de Transporte Escolar

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