Ao contrário do sistema circulatório sanguíneo que tem a impulsão do coração, o sistema linfático não é um sistema fechado e nem mesmo conta com uma bomba central.
Para que a linfa circule é necessário a presença de agentes externos, como por exemplo, os músculos esqueléticos que pressionam o fluido, por isso que esse líquido se move de uma maneira tão lenta e sob baixa pressão.
Além disso, a contração rítmica das paredes dos vasos também é um fator que auxilia no movimento do fluido através dos capilares linfáticos.
Progressivamente, a linfa é transportada por todo o corpo através dos vasos linfáticos maiores acumulando-se no ducto linfático direito e no duto torácico, desembocando assim no sistema circulatório na veia subclávia esquerda e direita.
O sistema linfático tem afinidade a proteína, ele detecta esses compostos e devolve para a circulação, por isso, a ausência de proteínas impede o perfeito funcionamento do sistema linfático.
São as proteínas que mantém as pressões dentro dos vasos, uma baixa proteína pode ocasionar no aumento dessas pressões e com isso vai extravasar líquido para o meio e o linfático.
Funções do Sistema Linfático
O sistema linfático é um importante sistema do organismo humano que tem como função coletar impurezas da circulação e manter nossas defesas vigilantes contra patógenos e agentes estranhos ao corpo.
O sistema linfático devolve proteínas à circulação quando vazam dos capilares sanguíneos através das fenestrações presentes nessas estruturas.
Esses poros podem ser tão grandes que permitem o vazamento contínuo de pequenas quantidades de proteínas.
Existe uma meta diária de proteínas que devem estar circulando no corpo, caso essas proteínas não sejam devolvidas a circulação, a pressão coloidosmótica do plasma da pessoa teria valor extremamente baixo.
Dessa forma, o indivíduo perderia grande parte do seu volume de líquido para os espaços intersticiais, levando à morte dentro de 12 a 24 horas.
Anatomia do sistema linfático
Vejamos quais são as partes que integram o sistema linfático humano:
Canal Linfático Direito
O canal linfático direito é uma estrutura responsável pela drenagem do quadrante superior direito do corpo.
Isso quer dizer que o ducto realiza a passagem da linfa nas regiões direita da cabeça, pescoço, tórax e membro superior direito.
O canal termina no tronco das veias jugular interna direita e subclávia direita, na altura das clavículas.
Canal Torácico Esquerdo
O canal torácico esquerdo é uma estrutura relativamente maior do que a do ducto linfático direito, tendo a sua origem marcada por uma dilatação da cisterna do quilo ou de Pecquet, uma espécie de “bolsa" no abdômen por onde fluem a linfa do tronco intestinal, tronco lombar esquerdo e tronco lombar direito.
Esse ducto termina no tronco das veias jugular interna esquerda e direita e termina na veia braquiocefálica esquerda que desemboca na cava superior.
Através do canal torácico esquerdo são coletados líquidos de todos os vasos linfáticos do corpo, com exceção do membro superior direito, e da metade direita da cabeça, do pescoço e do tórax.
Vasos Linfáticos
Os vasos linfáticos são responsáveis por coletar a linfa captada pelos capilares para levar aos gânglios ou linfonodos que funcionam como estação de filtragem da linfa.
Esse componente é bastante similar a pequenas veias, contendo muitas válvulas para garantir o sentido único do fluxo da linfa.
Os vasos linfáticos desembocam nos coletores aferentes, ou seja, nas cadeias ganglionares, e deixam os gânglios em cadeiras de menor número, denominados coletores eferentes.
Linfonodos
Os linfonodos são centenas de gânglios linfáticos espalhados em pontos específicos do corpo humano, especificamente nas regiões do pescoço, axila e virilha.
Essas estruturas se encontram reunidas em grupos superficiais e grupos profundos, tendo tamanhos que variam entre 0,5cm e 2cm, mantendo em sua forma normal aspecto oval ou arredondado.
Os linfonodos são estruturas bem pequenas que funcionam como um filtro para substâncias nocivas.
Ou seja, tendo em vista que a linfa transporta resíduos que são capazes de provocar a reação do sistema imunológico, esse filtro é capaz de reter resíduos provenientes do metabolismo celular.
Nos linfonodos são encontradas as células do sistema imunológico que ajudam a combater infecções atacando e destruindo germes que são transportados pelo líquido linfático.
Em casos de infecção, os gânglios linfáticos costumam aumentar de tamanho e tendem a ficar doloridos quando estão reagindo a um microorganismo invasor.
Os gânglios são pontos de extrema importância para o sistema imunológico, tendo em vista que sempre que solicitado uma resposta imunológica, os gânglios produzem grandes quantidades de linfócitos.
Além disso, essa estrutura é regulador da concentração protéica na linfa, diluindo ou tornando mais concentrada a proteína na linfa circulante.