O trabalho Com Crianças Com Necessidades Especiais
A creche deve ser um espaço democrático, totalmente aberto e preparado para receber todas as crianças. Sendo a educação infantil a fase inicial da formação acadêmica, esse primeiro contato entre a criança e seus pares é necessário e não pode ser negativamente afetado por qualquer precariedade de condições.
Essa é uma fase onde o processo de aprendizagem está a todo vapor e existem diversas descobertas todos os dias. Isso faz com que a inclusão seja algo imprescindível, principalmente porque todos os desafios da rotina vêm acompanhados da necessidade do início à socialização.
O trabalho de inclusão com crianças com necessidades especiais junta a demanda de adaptação ao ambiente com a demanda de adaptação ao ensino em si. Mas só com a combinação desses elementos é possível dar sequência ao começo da educação infantil para o futuro no ensino fundamental.
No entanto, isso só pode funcionar com o engajamento e preparo de todos: auxiliares de creche, gestores, educadores e toda a equipe pedagógica. Todos devem oferecer seus conhecimentos, suporte e atenção para fazer o movimento dar certo do jeito que essas crianças precisam.
Segundo a Constituição Federal de 1988, no Artigo 205 “a educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.”
Isso significa que todos os cidadãos do Brasil têm assegurado o direito à educação, sem qualquer forma de restrição que impeça que esse direito seja plenamente exercido. Sendo assim, a inclusão desde a educação infantil não pode ser um debate, deve ser um fato.
Faz sentido então que as creches mais modernas investem em ações de inclusão verdadeiras para que todas as crianças aprendam, cresçam e prosperem no mesmo ambiente. São essas as instituições mais completas e que respeitam o tempo e as necessidades de todos os alunos.
Para melhorar o trabalho com as crianças portadoras de necessidades especiais, as creches e seus colaboradores devem se comprometer com atividades diárias que reforcem a cidadania, o cuidado, a empatia, a aceitação e outros valores que estejam alinhados ao respeito às adversidades.
Essas atividades devem seguir um planejamento de estratégias multidisciplinares que vão amparar essas crianças em termos de desenvolvimento da linguagem, de suas habilidades percepto cognitivas, emocionais e motoras e de todos os importantes aspectos de uma formação plena. Elas também devem assegurar integração e considerar o tempo de cada criança, suas características e limitações para efetivamente se tornar inclusiva.
Vamos aos exemplos:
- Gincana das crianças com a participação das famílias
Inclusão na educação infantil e integração andam lado a lado. Assim sendo, nada mais justo do que criar situações onde familiares e alunos estejam unidos para conseguir um pouco de diversão e conhecimento.
Gincanas e outras maratonas de jogos simbólicos geralmente são escolhidas para aproximar a comunidade, criar e fortalecer o sentimento de pertença, estimular o trabalho em equipe e unir todas as crianças e seus familiares em suas diferenças e semelhanças.
- Atividades para manter os pequenos corpos em movimento
O uso de cantigas populares e músicas atuais são excelentes para esse tipo de recreação. Com a assessoria dos auxiliares de creche, os educadores podem desenvolver ações que estimulem o movimento das crianças com foco também na socialização entre elas.
E quanto mais materiais que tenham associação com a ideia de conexão, mais frutos essa atividade pode render. Por isso, pode-se investir em barbantes, tecidos, rodas, bolas, enfim, tudo que movimente e conecte todas as crianças.
- Coletividade na hora de planejar as atividades
É muito importante que haja um planejamento coletivo no momento da atividade para garantir a inclusão na educação infantil. A instituição de educação deve ser e atuar como uma unidade para reunir esforços e alcançar o objetivo de elaborar um plano de atendimento educacional efetivamente inclusivo para a criança com necessidades especiais.
Quanto mais pessoas envolvidas e focadas nesse objetivo, maiores são as chances de promover um ensino acessível, equitativo e de qualidade.
De acordo com Schreiber, Erwin, Santos e Mantoan, a inserção da criança com necessidades especiais em espaços escolares regulares deve favorecer a experiência de uma diversidade maior de atividades. Então, afinal é possível que essa seja uma das chaves de sucesso das instituições.
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