Pele: Estrutura e Função
Para que você seja capaz de realizar uma boa limpeza de pele em seus clientes, é importante que, primeiramente, você seja capaz de entender como esse órgão funciona e quais são os fatores atrelados à sua manipulação em laboratório.
De maneira geral, a pele é um órgão um pouco mais diferente que os outros. Primeiro por apresentar características muito variáveis de pessoa para pessoa, e segundo, pois a sua estrutura linear se distingue dos modelos tridimensionais, como vemos com o baço, o pulmão e outros órgãos do corpo.
A composição da pele consiste de três camadas principais, denominadas de epiderme, derme e hipoderme, sendo que essa última pode também ser conhecida como estrutura subcutânea.
Cada uma delas é composta por várias subcamadas que permitem a sua múltipla ação enquanto principal barreira de proteção no corpo.Entenda um pouco mais sobre cada uma dessas estruturas a seguir:
Epiderme
A epiderme, ou córnea, como também é conhecida, é a camada mais externa da pele. É essa estrutura que conseguimos ver em contato com o meio externo e possibilita que a gente consiga tocar nos objetos ao nosso redor sem que tenhamos medo de adquirir infecções por vírus, bactérias ou outros microrganismos patogênicos.
Além disso, é importante salientar que é justamente na epiderme que ficam depositadas as células mortas. Outro ponto importante é que essa estrutura é formada por cinco sub-camadas de células chamadas queratinócitos, que são produzidas na sub-região basal da epiderme. Com o passar do tempo, essas células são direcionadas para a região mais externa, ou seja, para a superfície, onde podem amadurecer e auxiliar no processo de proteção do corpo.
Essa relação de migração dos queratinócitos de um local para o outro é reconhecida como queratinização ou cornificação, e possibilita a adaptação da nossa pele através das mudanças externas. Além disso, é devido a esse processo que cada uma das sub-camadas da epiderme são distintas entre si.
É importante citar ainda que as células presentes na região mais externa estão ligadas por uma espécie de lipídio. É essa substância que permite a configuração da pele como barreira primária contra os agentes infecciosos e regula a temperatura interna do corpo através da fixação da umidade. Ademais, esses lipídios também são importantes na questão da elasticidade e flexibilização da pele, já que sem eles nós conseguimos enxergar problemas como secura, aspereza e fragilidade.
Como dito anteriormente, a sub-camada da epiderme denominada de estrato córneo é a região mais externa de todo órgão epitelial. Ela é estruturada basicamente por células mortas, sem núcleos e achatadas e lipídios.
No processo de estética, a camada que mais terá a atenção do profissional é o estrato córneo. É a partir dele que realizaremos a limpeza de pele, a remoção de cravos e o estímulo de colágeno pelos procedimentos da ozonioterapia, por exemplo. Isso acontece pois, é também na sub-camada mais externa que ficam localizados os poros das glândulas sudoríparas e as fendas das glândulas sebáceas.
A segunda camada que compõe a epiderme é o estrato lúcido. Por estar abaixo da estrutura córnea, o estrato lúcido apenas consegue ser visualizado em pessoas com pele mais espessa, nas extremidades do corpo onde esse órgão é naturalmente mais estimulado, como as palmas das mãos e na planta dos pés.
De maneira análoga, nas regiões onde a pele apresenta uma camada mais delgada já não conseguimos evidenciar a presença do estrato lúcido. Diferente do exemplo anterior, essa subcamada é constituída por células eosinófilas, elas têm uma coloração translúcida e estrutura mais achatada.
Esses eosinófilos são responsáveis por liberar enzimas na epiderme, já que, de maneira geral, as estruturas organelares e o núcleo desta célula são digeridos por outro componente do nosso corpo chamado de lisossomos.
O estrato granuloso é o terceiro componente da epiderme que possui uma função muito importante para a manutenção da sua integridade: eles possuem dois tipos de grânulos responsáveis pela produção de queratina e conteúdo lipídico.
De maneira geral, esse extrato pode apresentar entre 3 a 5 camadas de células poligonais achatadas. Diferente do estrato lúcido, as células presentes na sub-camada granulosa possuem um núcleo central e citoplasma acumulado de grânulos basófilos. Esses grânulos, que também podem ser chamados de grânulos de querato-hialina, são as estruturas responsáveis pela produção de queratina.
Por fim, o outro ponto importante acerca da sub-camada granulosa são as células lamelares, assim como no exemplo anterior, essas células estão no formato de grânulos envolvidos por membrana.
Entretanto, o produto dessas estruturas são diferentes, enquanto no exemplo anterior temos a produção de queratina, nos grânulos lamelares contamos com a produção de lipídios formando uma barreira de proteção que impede a perda de água pelo organismo. Para isso, as células lamelares liberam seu conteúdo lipídico no espaço intracelular
O estrato espinhoso é a penúltima subcamada da epiderme. Sua função está atrelada a estrutura da pele já que as suas células em formato de pequenos cubos conseguem apresentar projeções citoplasmáticas com filamentos de queratina.
Esses filamentos são considerados como verdadeiros diferenciais para a epiderme já que é um dos responsáveis por manter as células unidas. O arranjo formado lembra a imagem de espinhos conferindo à subcamada o nome de estrato espinhoso. É importante ressaltar ainda que esse estrato é constituído por 5 a 10 camadas de células cubóides, pouco achatadas e com núcleo centralizado.
Além disso, também podemos encontrar em pequenas quantidades as células responsáveis pelo desenvolvimento de queratina ainda subdesenvolvidas. Essas células imaturas têm como origem a camada basal onde são formadas e direcionadas para a composição da pele.
Estrato germinativo ou basal
O estrato germinativo, ou estrato basal é a última camada da epiderme. Como consequência, essa subcamada também é o ponto de conexão entre a epiderme e a derme.
A principal função do estrato germinativo é conseguir fornecer renovação para a epiderme. Dessa forma, é essa subcamada que consegue impulsionar a atividade mitótica (de reprodução das células), gerando assim um dos componentes mais importantes para a pele: os queratinócitos.
Como dito anteriormente, os queratinócitos são os componentes responsáveis pela produção de queratina. Eles são fabricados no estrato basal e direcionados para as camadas superiores, onde aumentam sua produção de queratina e exercem diferentes funções na composição da pele. Uma curiosidade sobre o assunto é que a célula produzida no estrato basal demora quase 30 dias para chegar ao estrato córneo (primeira camada), e e quando isso acontece, ela já passou por todos os seus estágios de vida.
Além de todas as subcamadas que compõem a epiderme, existe ainda uma outra camada que, apesar de não fazer parte da sua constituição, apresenta grande importância para a manutenção da sua integridade. Essa camada é conhecida como camada hidrolipídica.
O seu nome tem como origem a junção dos seus componentes estruturais: hidro, vem de água; enquanto lipídica vem dos lipídios, que representam a gordura. Ou seja, a camada hidrolipídica nada mais é que uma espécie de emulsão entre esses dois componentes.
De maneira geral, ela é mantida através das secreções das glândulas sebáceas e sudoríparas, que auxiliam a nossa pele a manter suas características de flexibilidade e de proteção contra agentes infecciosos.
A camada hidrolipídica possui ainda uma região líquida que pode ser conhecida como manto protetor, ou manto ácido protetor. A parte líquida desta camada é conhecida como o manto ácido protetor. Veja os principais fatores da sua composição:
- Ácido láctico e componentes estruturais do suor.
- Ácidos gordurosos livres de sebo.
- Aminoácidos, e outros fatores hidratantes naturais (FHN); esses fatores são extremamente importantes para que a pele permaneça saudável. Eles são produzidos através do desenvolvimento das células queratinócitas;
Como o próprio nome sugere, o manto é composto por muitas substâncias de origem ácida, e é justamente a presença dessas substâncias que fornece à pele o seu pH ácido (5,4 a 6,9). Isso vai permitir que a pele permaneça saudável e promove o ambiente ideal para:
- O desenvolvimento de microorganismos, conhecidos como a flora cutânea, que possuem afinidade com a pele e permitem o seu normal funcionamento, bem como realizam o combate a outros microorganismos que sejam nocivos ao corpo.
- Formação de lipídios para compor a camada da epiderme.
- Produção de enzimas que auxiliam no processo de descamação e consequente renovação da pele
- Habilidade de auto-reparação da primeira subcamada, quando esta for danificada por agentes externos.
É importante ressaltar que, a camada da epiderme é a região mais importante para a realização dos procedimentos de limpeza de pele. Ela será o nosso meio de contato e principal referência para que possamos avaliar o estado de saúde dos nossos clientes.
No corpo saudável, a epiderme possui uma espessura de 0,1 mm na grande maioria das regiões do corpo. Em partes onde o nosso organismo necessita de um maior cuidado e proteção, a epiderme pode ser consideravelmente mais grossa, chegando até 5 mm de espessura. Esse é o caso da planta dos pés e das palmas das mãos.
Além disso, também existem regiões onde essa camada é ainda mais fina que o normal, como na região das pálpebras, por exemplo, onde a espessura da epiderme pode ser de até 0,05 mm.
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