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SIMBOLISMO NA COMIDA CHINESA

A fascinação da China por comida vem da antiga veneração de deuses e espíritos, quando os imperadores eram levados aos templos ou aos picos sagrados para pedir boas colheitas, com sacrifícios de carne e vinho de arroz. Atualmente, qualquer coisa dá motivo para um banquete, em que famílias  se unem, crescem amizades, sanam-se disputas e fecham-se negócios. Os cozinheiros chineses, com dedicação milenar, souberam tirar proveito da inventividade e da versatilidade. Desenvolveram técnicas tão sutis de preparo e cozimento dos alimentos que transformaram sua cozinha em uma das mais refinadas  do mundo.


O princípio da culinária chinesa tem relação com o taoísmo e o equilíbrio –  yin e yang. Os opostos que se complementam. Mas o que isso influencia na preparação de um alimento? Na mesa dos chineses, há um alimento doce e outro salgado, um frio e um quente, e assim por diante. Além disso,  o excesso ou ausência de alguns elementos, de acordo com a culinária chinesa, podem ser causadores doenças. Cada elemento representa um sabor: fogo (amargo), madeira (azedo), terra (doce), água (salgado), e metal (picante).  Por isso que o equilíbrio é tão importante para os chineses: principalmente com aquilo que colocamos em nosso corpo – a comida.


Culinária da fome


A culinária chinesa é muito diferenciada e antiga, com iguarias como carne de cachorro, cobra, gafanhoto e outros insetos. É importante entendermos que essa cultura alimentícia é proveniente de um passado de guerras e fome que assolou o país ao longo de sua história. Muitas acreditam que essas comidas “estranhas” são extremamente comuns, mas, na verdade, é mais fácil achar uma batata frita no mercado que escorpião. São como a carne de jacaré para os brasileiros: existe, mas é algo raro. Já comidas como frango xadrez, rolinho primavera e algumas sopas são mais comuns.


Antigamente, muitos pratos da culinária chinesa eram restritos aos imperadores e seus familiares. A população mais pobre não tinha a mesma alimentação. Banquetes eram feitos por esses imperadores como oferenda a deuses para que tivessem uma colheita próspera. Os próprios chefes de cozinha surgiram entre 1368 e 1644, durante a dinastia Ming, e criaram o famoso Pato de Pequim. O prato é uma carne servida com molho, pão e outro acompanhamento.



Pratos festivos



  • Festa da Primavera

Na celebração da chegada do Novo Ano Lunar, enchem-se tabuleiros especiais com doces e petiscos. Um dos principais é o que é conhecido no sul como tong iun – uma bolinha pequena, feita de farinha de arroz glutinoso, e que pode levar diferentes recheios. Geralmente, a cor ou o nome dos alimentos consumidos nesta época festiva soam a algo auspicioso, como é o caso do tong iun, que alude à “união”, ou o wonton, que lembra “um novo começo”. Também comum nesta altura são as tangerinas kat, cujo nome soa a “boa sorte” – estas tangerinas-anãs são plantadas em vasos meses antes do Ano Novo Chinês.

 

  • Festa dos Barcos-dragão

Os tchông são uma das comidas tradicionais desta festa de Junho. Trata-se de arroz glutinoso, cozido, com vários recheios, moldado em forma de pirâmide e envolto em folhas de bambu.

 

  • Festa da Lua

A comida mais tradicional desta festa, celebrada em Setembro (Agosto, segundo o calendário chinês), é o famoso ut-pèang, ou Bolo Lunar, também conhecido como “bate-pau” em Macau. Tem a forma redonda a lembrar a lua e muitas vezes inscrições no topo em relevo, com imagens ou caracteres que aludem às lendas associadas à Lua. O recheio varia muito, podendo ir de carnes a frutos secos, contendo alguns deles gemas de ovo salgado.




Este artigo pertence ao Curso de Cozinha Chinesa

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