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SUGESTÕES DE OFICINAS CULTURAIS PEDAGÓGICAS II


Faz de Conta

A brincadeira do faz de conta é considerada um poderoso instrumento de desenvolvimento da capacidade imaginativa e criativa da criança. Através dela é possível experimentar diferentes situações do cotidiano e suas regras, contribuindo para o desenvolvimento da linguagem oral e corporal, favorecendo a interação, criando e vivenciando diferentes papéis sociais. Imaginando a criança se comunica, constrói narrativas e expressa desejos. Potencializar os espaços de brincar organizando-os de modo favorável proporciona o desenvolvimento destes aspectos fundamentais ao universo infantil.


Cantigas de roda



As cantigas de roda, cirandas ou brincadeiras de roda, que têm origem folclórica, são mais usuais entre as crianças. As letras das canções podem sofrer variações regionais, comuns em manifestações de transmissão oral. Entre as cantigas de roda mais conhecidas estão: “Ah, eu entrei na roda”, “Capelinha de melão”, “O meu chapéu”, “Marinheiro”, “Ciranda, cirandinha”, “Roda pião”, “Escravos de Jó”, “Rosa juvenil”, “Sapo Jururu”, “O cravo e a rosa”.


Teatro



As oficinas teatrais constituem-se como um excelente recurso para o desenvolvimento das possibilidades de ver, ouvir, interpretar e julgar as qualidades dos objetos artísticos e das manifestações culturais. O indivíduo abre-se para novas possibilidades de ação, assim como para mudanças internas e externas, e isso cabe perfeitamente nas atividades curriculares e extracurriculares. Um exemplo disso é interdisciplinar a oficina cultural com práticas de leitura, pois ler mobiliza mecanismos lingüísticos, psicológicos, sociais, culturais e históricos que resultam na produção de sentidos.


Além disso, as atividades voltadas para esse tipo de arte desenvolvem o processo criativo, a socialização de idéias e temas sociais que valorizam o papel do cidadão, fator importante na construção dos saberes e na consciência da dignidade humana. Essa capacidade de criar está ligada ao processo de viver e organizar experiências vividas, ampliando o repertório existencial de todos que atuam na escola.


Dança


A dança é uma das manifestações da cultura que está associada ao desenvolvimento das capacidades de expressão corporal. É no movimento que a dança acolhe sua dimensão expressiva. Então, nada melhor que começar a se movimentar logo cedo. A dança pode ser introduzida na escola por meio de brincadeiras de roda ou de danças circulares. São elas que favorecem o desenvolvimento do ritmo individual e coletivo e, conseqüentemente, introduzem os movimentos inerentes à dança. É participando de atividades simples e lúdicas que vamos descobrindo e explorando movimentos acompanhados de um ritmo.


Expressando nossas emoções, ampliamos as possibilidades do uso significativo do gesto e das posturas corporais. Com isso, adquirimos cada vez mais o controle sobre nosso corpo e nos apropriamos das possibilidades de interação com o mundo. Pois bem, estas danças-brincadeiras oferecem boas oportunidades de socialização e resgate da nossa cultura pela riqueza de seus variados movimentos de qualidades expressivas e rítmicas. Danças como a catira paulista, o coco de roda alagoano, o maracatu e o frevo pernambucanos, o bumba-meu-boi maranhense, a chula rio-grandense, as quadrilhas, entre tantas outras danças do nosso Brasil, apresentam características muito expressivas e revelam, por seu lado, a cultura corporal de cada grupo social, constituindo atividades privilegiadas especialmente em razão do movimento aprendido e de seu significado.


Artesanato



O artesanato é outra atividade que pode enriquecer as oficinas culturais, pois ele traz também seu valor histórico e cultural. Propostas podem ser elaboradas no âmbito da escola para resgatar este tipo de arte, coletando informações sobre sua origem em sites, livros, revistas, identificando pessoas da comunidade que produzam os mais variados tipos de artesanato, aprendendo com elas, até mesmo, como geram renda negociando suas produções. Uma vez identificadas, essas pessoas podem ainda participar das atividades de oficinas na escola, pois através da oralidade e da experiência, elas contribuem para manter vivos certos hábitos culturais.


Oficina de origamis


Transformar uma simples folha de papel numa flor, animal, balão ou qualquer outro objeto de forma tridimensional, é um momento mágico do origami, a milenar arte oriental da dobradura de papel. No origami é possível se acrescentar som, movimento e volume e, com isto sua beleza ganha valor sendo enfocada como utilitário: pássaros que batem asas, rãs que saltam, uma vaso de forma inusitada ou qualquer outro objeto. Hoje o origami tem sido muito utilizado no ensino básico da geometria. Esta arte também possibilita desenvolver a capacidade motora e criativa do indivíduo.



Bonecos de garrafas pet



Material: 30 tampinhas plásticas, tesoura, furadeira elétrica, fio ou arame, isqueiro.


Outras sugestões:


  • Tapetes (retalhos)

  • Crochê

  • Quadro (tela)

  • Bordado (ponto cruz)

  • Cestos (jornal/reciclado)

  • Biscuit (lembrancinhas, vidros, etc.)


Museus



Um espaço para algumas atividades de conscientização da importância de resgatar a memória. Mas como funciona essa oficina? De forma bem simples: por meio de pesquisas, debates, apresentação de vídeos, exposições, mostras e palestras sobre o museu. Assim, mesmo quem nunca pôde conhecer essa riqueza de perto, poderá ter a oportunidade de entender o que é um museu, o que ele abriga, seus objetivos e seus encantos. Sugerimos, ainda, um cantinho especial que pode ser utilizado para contar a história da escola.


Nesta atividade tão simples, podemos colher a principal missão do museu: desenvolver o espírito crítico na comparação com o presente, tendo o compromisso com o conhecimento, a memória e a reflexão. O que, conseqüentemente, enriquece a formação da comunidade na conquista da cidadania, no respeito às culturas do passado e suas tradições. Tudo isso deve ser feito de forma bem organizada e correta, com orientação do diretor de um museu da cidade, um museólogo ou de um professor ou artista estudioso do assunto, porque a questão envolve arte, técnica e conhecimento.


Artes plásticas



A oficina de artes plásticas deve ser bem pensada, estruturada em conjunto com um profissional que possa desenvolver um trabalho de qualidade e não como mera atividade de passatempo em que o desenhar, o colar, o pintar sejam destituídas de significados. Todas as atividades na oficina de artes plásticas devem conduzir seus participantes para o processo criador e sobre as artes das várias culturas. Devem valorizar a livre expressão e a sensibilização para o desenvolvimento do potencial criador.


Mas também requerem uma atenção quanto ao respeito das potencialidades e conhecimentos próprios de cada faixa etária e nível de desenvolvimento. Isso significa que o pensamento, a sensibilidade, a imaginação, a intuição e a cognição de cada participante devem ser trabalhados de forma que desenvolva as capacidades criativas. Para que isso ocorra, a criatividade não deve ser tratada como algo isolado, mas sim dentro de um vasto contexto envolvendo problemas sociais, econômicos, políticos e culturais, para que os envolvidos na proposta possam perceber a realidade e criar novas formas de arte de acordo com certas conveniências vitais.


Nesse sentido, alguns aspectos devem ser bem estruturados para que a linguagem que se faz nas artes plásticas e visuais seja a expressão e a linguagem com características próprias cuja aprendizagem se dá por meio do fazer artístico, da apreciação e da reflexão. Vejamos então como podem ser exploradas:


  • Quanto ao espaço da oficina de artes plásticas: deve ser amplo, confortável, dando autonomia para que o participante tenha acesso e uso dos materiais, que tenha local para exposição e secagem de seus trabalhos. Torneiras e pias são necessárias para a lavagem dos objetos e instrumentos utilizados.

  • Quanto aos materiais: devem estar acomodados em prateleiras, estantes e caixas de fácil alcance, devem também ser dos mais variados tipos, com atenção para os de uso constante, como o lápis preto, o lápis de cor, pincéis, tintas, cola, papéis, barbantes, lãs, linhas, tesouras, lápis de cera, tecidos, sucatas etc. Cada Região deve aproveitar os recursos próprios da natureza, como sementes, folhas, pedras, areias etc.

  • Quanto ao reconhecimento e à valorização: o espaço deve possibilitar a exposição dos trabalhos e deve-se ter o cuidado com os objetos produzidos, valorizando as produções. É aconselhável que, por meio da apreciação individual e coletiva, os participantes reconheçam e estabeleçam relações com seu universo. Ao permitir que falem sobre suas criações e escutem as observações dos outros colegas sobre seus trabalhos, os participantes poderão reformular suas idéias e construir novos conhecimentos. Uma boa exposição e apreciação colaboram para a auto-estima e estimulam cada vez mais a produção de novos trabalhos.


Música



A música está presente em todas as culturas. Sua linguagem musical possibilita expressar e comunicar sensações, sentimentos e pensamentos por meio da organização e da sintonia entre o silêncio e o som. De modo intenso, a música está presente em nosso cotidiano. Temos músicas para dançar, para dormir – e até para chorar os mortos. Temos os jingles usados em variadas ocasiões, no rádio, na TV, no cinema, no teatro, na dança e na escola, como instrumento de educação de valores e conceitos etc. Do popular ao clássico, todo o tempo somos envolvidos pelos sons musicais.


Também nas brincadeiras de rodas, cantando, aprendemos a nos relacionar socialmente. Além disso, esse tipo de brincadeira desenvolve na criança o senso de organização, o espírito de equipe, o toque corporal, o senso rítmico pela música e pelo movimento que ela cria, tudo isso despertando a alegria e a descontração. As cantigas de roda são basicamente do nosso folclore. As letras, as melodias e os ritmos são bastante lúdicos, envolvendo de maneira coletiva várias brincadeiras, danças e trava-línguas.


A música tem forte poder de integração com as outras artes, especialmente a dança, o cinema, o teatro, as artes visuais – e até mesmo com a literatura, sobretudo na poesia. O interesse e o fascínio pela música costumam ser intuitivos. O trabalho em uma oficina de música pode desenvolver as capacidades de ouvir, perceber, discriminar os diversos tipos sonoros e produções musicais, utilizar a linguagem musical para expressão de idéias, socializar, brincar, imitar, inventar e reproduzir criações musicais.


Dentre as mais variadas atividades da oficina musical, destacamos as seguintes:


  • Jogos de improvisação: são atividades que possibilitam o exercício criativo de situações musicais como ouvir e classificar os sons quanto à altura, imitar variados sons (de animais, máquinas, objetos, pessoas etc.) e compará-los, estabelecendo relações e discriminando os sons graves ou agudos, curtos ou longos, fracos ou fortes e outros exercícios que estimulem a memória auditiva.

  • Composição musical: consiste em criar melodias e letras a partir de estruturas fixas e determinadas. ¾Interpretação: é a execução de uma composição musical com a participação expressiva do intérprete.

  • Apreciação musical: concentra-se na audição e na interação com variadas músicas.

  • Coral: possibilita trabalhar o corpo e a voz como um todo, destacando-se os seguintes itens: relaxamento corporal, que promove a ambientação, proporciona controle dos movimentos respiratórios e auxilia na concentração; técnica vocal, que consiste em ajudar a descobrir a própria voz, produzi-la conscientemente e com facilidade; e o repertório, que é identificado pela audição de composições da música popular brasileira.


Vídeo e cinema



Muitos filmes são baseados em obras literárias: O auto da Compadecida, de Ariano Suassuna; O pequeno príncipe, de Antoine de Saint-Exupéry; O nome da rosa, de Umberto Eco; O código da Vinci, de Dan Brown, entre outros. Esta é uma excelente oportunidade de comparar as duas artes: literatura e cinema. Outros bons filmes e documentários tratam de questões importantes na atualidade, como o meio ambiente, o avanço tecnológico, as descobertas na ciência, especialmente da medicina, que beneficia mais diretamente as pessoas.


Merecem um destaque especial os documentários que trazem o conhecimento de nossa história, dos processos formadores de nossa identidade social e cultural. A proposta é discutir o passado com enfoques no presente e no futuro. Mas não basta reunir os alunos e assistir ao filme. Todo um trabalho pedagógico deve permear essa atividade. Uma boa discussão possibilita ampliar a visão, ver além e com outros olhos. Deve-se destacar tanto a qualidade cultural quanto a educativa.


A oficina de cinema talvez seja um pouco mais trabalhosa que a de vídeo. Sua proposta exige a dedicação de um profissional que saiba trabalhar os elementos que compõem um filme: estrutura narrativa, direção, roteiro, fotografia, montagem, trilha sonora etc. É fundamental o conhecimento das diferentes fases da história do cinema. Fazer uma análise da sua evolução através da história. Apresentar o cinema como arte e objeto de estudo, mostrando que na sua construção estão presentes significações históricas, filosóficas e psicológicas. E ainda conhecer filmes fundamentais do cinema brasileiro e mundial e a obra de importantes diretores.


Literatura



Antes de apresentar uma proposta voltada para a prática literária a ser desenvolvida na escola, é importante você ter um conhecimento da situação de leitura na sua escola. Isso o ajudará a elaborar um bom projeto. Comece por um pequeno levantamento, entre trabalhadores em educação e alunos sobre quantos livros já leram, o nível de interesse pela leitura, os gêneros prediletos, prática de leitura em casa, motivos para ler (e não ler), entre outras questões.


Esse mapeamento é um dos primeiros passos para você pensar em idéias que poderão ser realizadas na escola e até mesmo fora dela, porque, afinal, a leitura cabe bem em qualquer lugar. Explorar a literatura na escola é simplesmente abrir o espaço para a promoção da leitura, pois assim, como as demais artes, é uma provocação à razão, à emoção e à sensibilidade. É por meio de atividades como essas e muitas outras, que privilegiem a literatura, que podemos proporcionar à escola e à comunidade, como um todo, estímulos para uma formação permanente.


Uma vez encantado com o livro, o leitor passa a ter autonomia e, independentemente das ações motivadoras, será sempre um leitor. O que podemos fazer numa oficina literária? Estimular o gosto pela leitura, exercitar habilidades de escrita e interpretação, ampliar o conhecimento sobre a diversidade de textos literários, desenvolver o potencial criativo de forma artística. Divulgar e incentivar a literatura constituem um dos principais objetivos das oficinas literárias. Podemos trabalhar uma oficina literária de várias formas, aqui vamos citar algumas:


  • Roda de leitura: você viu no Módulo Biblioteca escolar que a literatura comentada em grupo traz novas perspectivas de leitura, favorece o encontro de outros leitores e a troca de impressões. A leitura compartilhada ganha uma fruição comum e uma interação com os outros leitores. A roda de leitura é uma atividade em que você e seu público leitor dividem os saberes, as experiências que foram manifestadas ao encontrar na palavra algo que modificou seu pensamento. São conduzidas por um mediador que ajuda os participantes a compreender melhor um texto, uma obra ou um autor.

  • Oficina de leitura, escrita e interpretação: trabalha vários gêneros literários e diferentes tipos de textos como o conto, o poema, a crônica, o romance, o texto informativo, o publicitário, o dissertativo, o descritivo, o argumentativo etc.

  • Encontro com o escritor: o leitor apresenta ao escritor as vivências das obras lidas por meio de teatro, música, poesia, ilustração, leitura ou narração de partes dos livros. O escritor é entrevistado e dialoga com o leitor, fala de suas experiências literárias, sobre suas obras, seus personagens, o contexto histórico e as curiosidades.



Este artigo pertence ao Curso de Oficinas Culturais Pedagógicas

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