O sistema de suspensão é o principal mecanismo responsável pela estabilidade do veículo no processo de movimento. Seja ela traseira ou dianteira, ambas possuem como premissa a sustentação de toda a carga do carro, de modo a amortecer os impactos originados das imperfeições do solo.
O primeiro sistema de suspensão foi desenvolvido no início do século XVIII, bem antes dos automóveis. Entretanto, o objetivo do mecanismo era o mesmo: diminuir os efeitos de trepidação nas carruagens e carroças. Dessa forma, quando os automóveis passaram a ser construídos, eles possuíam o sistema de amortecimento.
Como a velocidade dos carros era muito maior do que as atingidas pelas carroças, foi necessário investir em novas tecnologias para que o objetivo das suspensões fosse alcançado, chegando assim, aos modelos disponíveis no mercado atual.
O sistema de suspensão é um conjunto de elementos que acopla os chassis às rodas, garantindo que elas estejam sempre em contato com o solo. Alguns dos componentes que fazem parte da suspensão são as molas, as barras estabilizadoras, as bandejas e os amortecedores.
Existem inúmeros tipos de suspensões disponíveis no mercado, elas devem ser aplicadas de acordo com o tipo de veículo a ser projetado, respeitando as especificações legais de cada mecanismo. Entretanto de forma geral, um dos modelos mais utilizados atualmente nos veículos brasileiros é a suspensão Mac Pherson telescópica.
Macpherson:
Este modelo foi inicialmente projetado por Earle Steele MacPherson na década de 1940. A suspensão MacPherson é largamente utilizada na indústria automotiva e, embora possa ser instalada tanto no eixo dianteiro como no traseiro, é mais comum encontrá-la apenas na dianteira dos veículos.
Seu mecanismo é basicamente composto por mola, braço oscilante, amortecedor e manga de eixo. Além disso, é importante salientar que a parte superior da mola se apoia no chassi do veículo, enquanto a parte inferior no prato do amortecedor e a base do amortecedor se conecta à manga de eixo que também é responsável por se conectar ao braço oscilante — esta peça tem a demanda desse ligar a parte inferior da suspensão ao chassi.
Para que ela fosse capaz de suportar maiores cargas, essa suspensão precisou passar por um aprimoramento do sistema de barras de torção, sendo formada por lâminas sobrepostas que deslizam uma sobre a outra. Estas lâminas retornam à sua posição original logo após a retirada do peso ou absorção do impacto.
Agora que você já sabe um pouco mais o que é a suspensão e entendeu como funciona o modelo de Mac Pherson, chegou a hora de ganhar um pouco mais de conhecimento acerca das peças que constituem as diversas suspensões disponíveis no mercado:
Amortecedor
O amortecedor é um dos principais componentes da suspensão. Ele é uma peça de aço, geralmente formada por duas partes, que se movimentam lentamente. A peça foi desenvolvida nos anos 1930, ainda para a aplicação em carruagens. Os amortecedores possuem como objetivo atuar em conjunto com as molas para absorver os impactos recebidos pelo veículo ao trafegar pelas ruas.
A ação do amortecedor é diminuir o tempo de oscilação da mola, controlando seu movimento. Sem ele, o carro ficaria oscilando continuamente enquanto estivesse em circulação. Além disso, é importante salientar que os amortecedores podem ser tanto hidráulicos, como hidráulicos-pneumáticos.
O braço oscilante, ou como também conhecido: bandeja de suspensão, é o mecanismo responsável por ligar a coluna (onde se encontram o amortecedor, a mola e outras peças) ao chassi do veículo. Ele é o ponto de apoio inferior para a suspensão executar seu movimento oscilatório de subida e descida.
Além disso, a bandeja de suspensão também é capaz de manter e determinar o alinhamento das rodas do veículo, garantir que as rodas se movimentem apenas verticalmente, suportar as forças laterais geradas nas curvas, bem como limitar o movimento das rodas nos arranques e frenagens.
As buchas são responsáveis por impedir o atrito de ferro com ferro, além disso ela permite que o chassi se conecte à manga do eixo. Entretanto, por se tratar de um componente de borracha, é comum o seu desgaste, principalmente se o motor tiver algum vazamento de óleo que passe por elas.
Como consequência, o aumento de ruídos no veículo passará a ser muito maior, principalmente quando o veículo passar por obstáculos no chão. Isto acontece, pois uma das funções da borracha é permitir que o braço oscilante realize seu movimento sem gerar ruído.
O pivô, que também é conhecido pelo nome de pino esférico ou articulação, é responsável por fazer com que a coluna da suspensão gire em seu próprio eixo, permitindo assim que a caixa de direção empurre as rodas e execute as manobras de direção. Dessa forma, quando as rodas sobem, descem ou viram, o pivô permite que esse movimento seja realizado sem o desgaste de nenhuma outra peça do veículo.
Este componente é constituído principalmente por ligas metálicas e borracha. O defeito mais comum do pivô é a folga, que pode ser identificada no alinhamento. Nesse caso, é preciso realizar a substituição, pois um pivô com folga não deixa o carro segurar o alinhamento por muito tempo.
O coxim do amortecedor é uma peça de metal revestida por uma borracha, onde a sua principal função é fixar o amortecedor no monobloco. Além disso, é importante ressaltar que esta é a peça responsável por receber os impactos do amortecedor, bem como de permitir que a coluna da suspensão rotacione com o movimento do volante.
Assim como o pivô, ao passar pelo processo de desgastes, o coxim apresentará principalmente o aumento de ruídos ao passar por irregularidades ou obstáculos no solo. Isto acontece, pois o seu revestimento em borracha é o primeiro aspecto a ser danificado. Dessa forma, quando o coxim está desgastado, teremos como consequência o atrito de metal com metal, resultando nos altos ruídos no interior do veículo.
Como o próprio nome sugere, a barra estabilizadora liga as duas colunas de suspensão, permitindo maior estabilidade ao carro, transmitindo igualmente a força entre as rodas. Dessa forma, ao realizar movimentos bruscos com o veículo, a barra estabilizadora tem o papel de manter a dinâmica do automóvel, gerando assim uma maior aderência ao solo, bem como permite um maior controle da direção e da capacidade de frenagem do carro.
Essa barra é constituída principalmente por ligas metálicas, a sua fixação é realizada na carroceria com o auxílio de buchas e as colunas são ligadas a ela por meio de bieletas.
Como é possível perceber, a todo momento o sistema de suspensão está atuando juntamente com as rodas e pneus para garantir a maior estabilidade do veículo. É por este motivo que alguns autores consideram o sistema de rodas e pneus como um dos componentes do sistema de suspensão.
Além disso, podemos perceber que a engenharia por trás de todas essas peças deve ser projetada nos mínimos detalhes. Isto acontece, pois um pequeno defeito em peças como pivô, ou na formulação incorreta da borracha que reveste os pneus, podem gerar graves problemas ao veículo e consequentemente à segurança dos passageiros.
Este artigo pertence ao Curso de Mecânica Automotiva Básica
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