Área do Aluno


ou



TEORIA DA AGENDA (AGENDA SETTING)

O estudo dos efeitos dos meios de comunicação tem importância para a sociedade, uma vez que se compreende como estes meios trabalham na formação da opinião pública. É inegável a influência dos meios de comunicação no cotidiano das pessoas, visto que temos uma infinidade de informações que são disseminadas por estes canais. A pauta das conversas interpessoais é sugerida pelos jornais, televisão, rádio e internet, propiciando aos receptores a hierarquização dos assuntos que devem ser pensados/falados. A realidade social passa a ser representada por um cenário montado a partir dos meios de comunicação de massa.


A corrente de investigação que estuda sobre o quê e como os assuntos devem ser pensados é a hipótese do agenda setting. Com origem americana, o primeiro estudo foi desenvolvido pelos pesquisadores Maxwell McCombs e Donald Shaw em 1972, embora sua essência tenha sido indicada no ano de 1922 por Walter Lippmann em sua obra clássica Public Opinion. A curiosidade pelos efeitos dos meios de comunicação na opinião pública produziu uma vasta literatura sobre o agenda setting. Os estudos são aplicados, em sua maioria, em períodos de campanhas eleitorais. 


Entende-se que uma eleição fornece subsídios suficientes para uma análise de influência dos meios de comunicação sobre a opinião pública, pois são produzidas muitas informações que serão assimiladas pelo público. Em consequência da ação dos jornais, da televisão e dos outros meios de informação, o público sabe ou ignora, presta atenção ou descura, realça ou negligencia elementos específicos dos cenários públicos. As pessoas têm tendência para incluir ou excluir dos seus próprios conhecimentos aquilo que o mass media incluem ou excluem do seu próprio conteúdo. 


Além disso, o público tende aquilo que esse conteúdo inclui uma importância que reflete de perto a ênfase atribuída pelos mass media aos acontecimentos, aos problemas, às pessoas. A Teoria do Agendamento pressupõe que as notícias são como são porque os veículos de comunicação nos dizem em que pensar, como pensar e o que pensar sobre os fatos noticiados. A teoria do agendamento defende a ideia de que os consumidores de notícias tendem a considerar mais importantes os assuntos veiculados na imprensa, sugerindo que os meios de comunicação agendam nossas conversas. Ou seja, a mídia nos diz sobre o que falar e pauta nossos relacionamentos.

A hipótese do agenda setting não defende que a imprensa pretende persuadir. A influência da mídia nas conversas dos cidadãos advém da dinâmica organizacional das empresas de comunicação, com sua cultura própria e critérios de noticiabilidade. Nas palavras de Shaw, citado por Wolf, "as pessoas têm tendência para incluir ou excluir de seus próprios conhecimentos aquilo que os mass media incluem ou excluem do seu próprio conteúdo". É disso que se trata o agendamento.


Na maioria dos casos, estudos baseados nessa teoria referem-se a confluência entre a agenda midiática e agenda pública. Entretanto, seus objetivos não são verificar mudanças de voto ou de atitude, mas sim a influência da mídia na opinião dos cidadãos sobre que assuntos devem ser prioritariamente abordados pelos políticos. No Rio de Janeiro, por exemplo, o assunto violência tem espaço diário nos jornais. Adivinhem que tema os políticos mais falam? A ação da mídia no conjunto de conhecimentos sobre a realidade social forma a cultura e age sobre ela. Para Noelle Neumann, citada por Wolf, essa ação tem três características básicas:


  • Acumulação: é a capacidade da mídia para criar e manter relevância de um tema.

  • Consonância: as semelhanças nos processos produtivos de informação tendem a ser mais significativas do que as diferenças.

  • Onipresença: o fato da mídia estar em todos os lugares com o consentimento do público, que conhece sua influência.




Este artigo pertence ao Curso de Teorias da Comunicação

Faça o Curso completo grátis!!
Cursos Escola Educação © 2014 - CNPJ: 50.389.088/0001-53 - 2024. Todos os direitos reservados