Tipos de Blends
Os blends são processos complexos e podem ser realizados de diferentes formas, mesmo que sejam utilizadas a mesma espécie de grãos. No Brasil, o processo de Blend normalmente já acontece no processamento industrial, mas é possível realizar essas misturas caso você tenha um vasto conhecimento sobre os processos e os equipamentos e técnicas corretas para isso.
De formal geral os blends são feitos a partir de:
Blend de duas espécies: é o que geralmente acontece quando queremos utilizar o café robusta. Normalmente é escolhido uma variedade do café arábica e introduzido na formulação uma pequena parcela de café robusta para acentuar sabores específicos na bebida. No Brasil, esse tipo de harmonização é bem comum durante o processo produtivo visando o barateamento das misturas.
Blend de Variedades: é quando utilizamos diferentes variedades de espécies do café arábica para produzir uma bebida com características específicas. Esse tipo de blend é bastante utilizado no preparo de drinks frios como os smoothies.
Blend de Subvariedades: acontece quando misturamos por exemplo um bourbon vermelho com um catuí amarelo. Não necessariamente as subvariedades precisam ser da mesma espécie, como podemos perceber no exemplo citado anteriormente. É importante que você saiba distinguir a formulação de blends com o cruzamento das espécies.
Cruzamento significa que diferentes componentes genéticos de duas plantas foram utilizados para a criação de uma nova espécie. Já o blend utiliza as próprias plantas como se fossem ingredientes para a formulação de um novo sabor.
Blend entre outros Terroir: basicamente esse tipo de blend consiste em harmonizar grãos de territórios diferentes, mesmo que eles sejam da mesma espécie ou subvariedade. Mas porquê isso acontece?
Grãos cultivados em locais diferentes apresentam propriedades reológicas também distintas e isso pode afetar alguns aspectos da estrutura e em fatores pontuais de aroma e sabor. Por isso, muitas vezes são utilizadas as misturas de grãos de mesmo tipo que crescem em terrenos diferentes para padronizar a qualidade do café que está sendo desenvolvido.
Para que isso seja possível, primeiro os grãos precisarão passar por todo o processo de análise laboratorial de qualidade. Em seguida para a avaliação sensorial e no fim de todos esses trâmites ocorre a harmonização. Um ponto importante é que isso geralmente acontece com matérias primas de uma mesma indústria ou agricultor. Logo, um grão arábico da espécie catuí amarelo de Minas Gerais vai ser misturado com outro grão arábico da espécie catuí amarelo de São Paulo, por exemplo, formando um blend terroir.
Blend de processo pós colheita: você já sabe que o café pode sofrer diversos tratamentos após a colheita dos grãos. Entretanto, nada impede que no momento de construir um blend seja feita a mistura de grãos que passaram por acentuação natural e grãos que foram lavados, por exemplo.
Além disso, saiba que um tipo de harmonização não anula a possibilidade de realizar uma outra, É muito comum que esses métodos de mistura sejam realizados de forma integrada de maneira que: um blend pós colheita seja feito, para depois misturar numa harmonização por terroir e por fim acrescentando diferentes subvariedades na formulação de um mesmo café.
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