Entrar/Criar Conta
TIPOS DE HEMORRAGIAS INTERNAS
Como já mencionamos, o maior perigo da hemorragia interna é que, por ser invisível, carrega alguma dificuldade de identificação. É interessante que o socorrista considere os riscos de uma hemorragia interna em vítimas de acidentes violentos sem lesão aparente, quedas, contusão contra volante ou objetos rígidos e quedas de objetos sobre o corpo.
Porém, existem hemorragias que, nem sempre, decorrem de traumas, mas por problemas clínicos, como:
Hemorragia Nasal (Epistaxe ou Rinorragia): uma das emergencias mais comuns, pode ser resultado de distúrbio local, grave desordem sistemica, e também de traumatismo craniano. Exceto quando resultado de um trauma, quando o sangue não deve ser contido, a hemorragia nasal sempre pode ser estancada.
É bom lembrar que, por vezes, a epistaxe não tem causa aparente. Além dos motivos citados acima, pode ocorrer pelo rompimento dos vasos com as unhas; diminuição da pressão atmosférica; altura; viagem aérea; saída de sino de mergulho; contusão; corpo estranho; fratura da base do crânio; altas temperaturas; entre outras.
Também pode ser sintoma de grave transtorno no organismo que requer investigação imediata, como uma crise hipertensiva. Voltando para as formas de contenção, independente da causa, essas devem ser aplicadas o mais rápido possível, no intuito de evitar perda excessiva de sangue.
Primeiros socorros na hemorragia nasal:
Tranquilizar o acidentado para evitar o pânico.
Afrouxar a roupa que aperte pescoço e tórax.
Sentar o acidentado em local fresco e arejado com tórax recostado e cabeça levantada.
Verificar o pulso e, se apresentar sinais de hipertensão, deixar que certa quantidade de sangue seja eliminada.
Fazer ligeira pressão com os dedos sobre a asa do orifício nasal de onde flui o sangue, para que as paredes se toquem e o sangramento seja contido por compressão direta.
Inclinar a cabeça do acidentado para trás e manter a boca aberta.
Aplicar compressas frias sobre a testa e nuca.
Introduzir um pedaço de gaze ou pano limpo torcido na narina, caso a pressão não tenha sido suficiente para estancar a hemorragia.
Encaminhar o acidentado para assistência especializada
.
É importante que o acidente evite assoar o nariz por, pelo menos, duas horas após contido o sangramento, a fim de evitar novas crises. Outro ponto destacável é que, caso a hemorragia nasal seja frequente e sem causa aparente, a pessoa procure um médico, assim como aquelas oriundas de contusões cefálicas.
Hemoptise: perda sanguínea pelos pulmões por meio das vias respiratórias. Quando ocorre, o sangue flui pela boca, em pequena ou grande quantidade, coloração vermelha viva, espumoso, e precedido de tosse. Por ameaçar a vida do acidente de forma direta, a hemoptise pode representar um dos mais alarmantes sinais de emergência.
As causas mais frequentes de hemoptise são:
a) Bronquiectasia
b) Tuberculose
c) Abscesso pulmonar
d) Tumor pulmonar
e) Estenose da válvula mitral
f) Embolia pulmonar
g) Traumatismo
h) Alergia (poeiras, vapores, gases, etc).
Além dos sintomas já descritos para hemorragia interna, o acidentado pode apresentar palidez intensa, sudorese, expressão de ansiedade e angústia, características do estado de choque.
Primeiros socorros da hemoptise:
Sua gravidade demanda procedimentos urgentes, que seguem abaixo:
Tranquilizar o acidentado.
Deitá-lo de lado para prevenir sufocamento com o sangue.
Deixá-lo em repouso.
Recomendar que não fale e nem faça esforço.
Não demonstrar apreensão.
Providenciar transporte urgente para atendimento especializado.
Hematêmese: perda de sangue através pelo vômito e tem origem gástrica, como úlcera, ou esofagiana, a exemplo da ruptura de varizes esofagianas. Na hematêmese, o sangue pode sair só ou acompanhado a restos alimentares. Sua coloração pode ser de um vermelho rutilante ou escura, nesse caso, mediante ação do suco gástrico, como borra de café.
Este tipo de hemorragia é comum em enfermidades como varizes do esôfago, úlcera, cirrose e esquistossomose. Outras causas frequentes são inflamações, ações mecânicas ou tóxicas (arsênico, sulfureto de carbono, mercúrio). Até se exteriorizar, pode apresentar sinais de palidez, distensão abdominal, extremidades frias e úmidas, pulso rápido e fraco.
Os sinais seguem quando o sangue torna-se aparente, mas acompanhados de fraqueza, tontura, enjôo, náusea, vômitos com sangue escuro e desmaio.
Primeiros socorros da hematêmese:
Manter o acidentado em repouso em decúbito dorsal (ou lateral, se inconsciente), sem usar travesseiros.
Suspender a ingestão de líquidos e alimentos.
Aplicar bolsa de gelo ou compressas frias na área do estômago.
Encaminhar o acidentado para atendimento especializado.
Estomatorragia: sangramento proveniente da cavidade bucal. Os primeiros socorros para esse tipo de hemorragia depende de sua origem. Normalmente, é necessário comprimir a área que está sangrando, usando gaze ou pano limpo até estancar. Se necessário, procurar atendimento especializado imediato.
Com hemorragia dentária, deve-se colocar um rolo de gaze, atadura ou lenço enrolado e apertar fortemente o local que sangra contra a arcada dentária, até que o sangramento seja contido. Isto pode ser feito com a mão ou o paciente mordendo a compressa de tecido.
Melena e Enterorragia: perda de sangue escuro, brilhante, fétido e com aspecto de petróleo. O sangue sai pelo orifício anal por hemorragia no aparelho digestivo alto (melena) ou baixo (enterorragia). Suas causas se relacionam a doença gástrica, rompimento de varizes esofagogástricas, cirrose hepática, febre tifóide e perfuração intestinal.
Também incluem gastrite hemorrágica, retocolite ulcerativa inespecífica, tumores malignos do intestino e reto, hemorróidas e outras.
Primeiros socorros da melena e enterorragia:
Tranquilizar o acidentado.
Deitar o acidentado de costas.
Aplicar bolsa de gelo sobre o abdômen, na região gástrica e intestinal.
Aplicar compressas geladas na região anal (sangramento por hemorróidas).
Encaminhar o acidentado para atendimento especializado com urgência.
Metrorragia: perda anormal de sangue pela vagina por causas variadas, a saber:
a) Aborto.
b) Hemorragias do primeiro trimestre da gravidez (gravidez ectópica e outras).
c) Traumatismos causados por violências sexuais e acidentes
d) Tumores malignos do útero ou da vulva (carcinomas)
e) Hemorragia pós-parto, ocasionada pela retenção de membranas placentárias, ruptura e traumatismos vaginais.
f) Distúrbio menstrual
Nenhuma hemorragia durante a gravidez é normal e representa sério risco para a gestante e o feto. Por isto, a acidentada deve receber assistência médica assim que lhe sejam prestados os primeiros socorros.
Primeiros socorros em grávidas ou suspeitas de gravidez:
a) Manter a gestante em repouso, deitada, aquecida e tranquilizá-la.
b) Impedir qualquer forma de esforço.
c) Conservar a totalidade do sangue e dos produtos expulsos do útero para mostrar ao médico.
d) Encaminhar para assistência médica ou serviços de saúde.
e) Prevenir o estado de choque.
Quando o sangramento é acompanhado por forte dor abdominal, deve-se suspeitar de gravidez ectópica (extra uterina). Aqui, a acidentada deve ser urgentemente transportada para um hospital, em repouso, preferencialmente deitada e aquecida. Jamais administrar alimentos líquidos ou sólidos e sempre atentar para os sinais de choque.
Primeiros socorros em hemorragias não relacionadas com gravidez:
Descartar uma possível gravidez.
Manter a vítima em repouso, deitada e tranquilizá-la.
Impedir qualquer forma de esforço.
Aplicar absorvente higiênico externo, bolsa de gelo ou compressas geladas sobre a região pélvica (baixo ventre).
Encaminhar para assistência especializada.
Otorragia: perda do sangue pelo conduto auditivo externo devido a ferimento no ouvido externo, contusão por corpo estranho ou trauma. Outra causa de otorragia é o traumatismo craniano, quando o sangue vem geralmente acompanhado de líquor. Este tipo de hemorragia não deve ser estancada e o socorro médico nestes casos deve ser urgente.
Em casos de otorragias simples, o primeiro passo é introduzir um pequeno pedaço de gaze no ouvido e deixá-lo no local até que o sangue estanque. Logo após, é conveniente encaminhar o acidentado para atendimento especializado.
Hematúria: perda de sangue com a urina devido a traumatismo com lesão do aparelho urinário (rins, ureter, uretra, bexiga) ou doenças como nefropatia, cálculo, infecção, tumor, processo obstrutivo ou congestivo e após intervenção cirúrgica no trato urinário. Recebe as classificações de:
macroscópica ou microscópica: se é visível a olho nu ou não
inicial, total e terminal: conforme a fase de micção em que aparece.
Em qualquer uma, é necessário encaminhar o acidentado para atendimento especializado.
Este artigo pertence ao Curso Noções Básicas de Primeiros Socorros
Curso GRÁTIS sem mensalidade, sem taxa de matrícula.COMENTÁRIOS
5.0
12.743 AvaliaçõesParabéns
Muito bom
Um curso , maravilhoso e sei que ajuda não somente a nossa profissão , mas ao nosso dia a dia .
muito bom
Foi muito bom o conteúdo
Adorei o conteúdo bem explicado
Parabéns
Muito bom mesmo assim
Muito bom
Bom
Um curso , maravilhoso e sei que ajuda não somente a nossa profissão , mas ao nosso dia a dia .
Acredito que todo o ser humano precisa de um curso desse, ajuda salvar vidas
muito bom
É muito bom os cursos
Foi muito bom o conteúdo