A ORGANIZAÇÃO DOS ESPAÇOS DE LEITURA NA EDUCAÇÃO INFANTIL
A sala de aula deve ser carregada de intencionalidade, que pode ser concretizada a partir de mesas, carteiras, lousa, livros, brinquedos e materiais. Para introduzir a leitura na Educação Infantil, a sala ou a escola precisa ter esse espaço que incite ao universo dos livros e da leitura.
Alguns aspectos básicos podem ser analisados para a construção de espaços de leitura. Por exemplo, uma biblioteca com estantes de madeira escura, livros do chão ao teto e ambiente silencioso indicam ambiente de estudos e pesquisa. Agora, se o espaço possui livros à mostra, mesas e cantos com sofás, tapetes e almofadas, a pessoa subentende que ali há um convite à informalidade para a experiência com a leitura. Esses últimos objetos chamam para uma leitura em posição mais confortável.
As crianças da Educação Infantil ainda estão se constituindo como leitoras apresentando cada uma suas particularidades. Logo, os espaços de leitura para elas precisam ter algumas características especiais:
▪ Móveis adaptados como mesas e cadeiras que possam gerar mais conforto, autonomia e identificação com aquele ambiente.
▪ Estantes que podem ser alcançadas por todas as crianças. Essas estantes devem permitir que as capas dos livros fiquem visíveis, porque, dessa forma, a criança terá autonomia para fazer suas escolhas.
▪ Disponibilizar ambientes para diversas atividades. Isso pode ser feito com mesas e cadeiras, tapete com almofadas, colchonetes, pufes, entre outros. Assim, subgrupos poderão ser formados.
Observe que os objetos devem ter um peso e mobilidade correspondentes à capacidade das crianças a fim de proporcionar autonomia a elas:
Além disso, o ambiente deve ter a sintonia lúdica que as histórias para esse público possuem. Na imagem a seguir, o espaço possui uma centopeia formada por almofadas:
▪ Os móveis devem ser leves tanto para que a criança possa transportá-los quanto para que seja possível organizar a sala ou canto de leitura constantemente, atendendo às diferenças entre os alunos. Também, essa opção por móveis mais fáceis de manusear permitem que o educador faça mudanças após a leitura a fim de montar atividades que pedem uma nova forma de remanejar o ambiente.
▪ Objetos como fantoches para incrementar a contação de histórias ou para fazer parte das atividades pós-leitura podem ajudar na representação de personagens ou ações. É interessante montar um baú com sininhos, tules, panos e fantasias.
▪ A exibição de painéis com informações sobre os livros, dicas de leitura e trabalhos feitos pelos alunos estimulam trocas e dão identidade ao ambiente.
▪ Aplicar na decoração materiais próprios da cultura local enriquece o desenvolvimento das crianças.
▪ O ambiente deve ser claro, arejado e organizado. A claridade é extremamente importante para a leitura, e as outras duas características são essenciais para preservar os livros. Além disso, a organização permite às crianças encontrarem de forma autônoma as leituras que desejam.
▪ O acervo deve ser adequado ao público e renovado constantemente. A pluralidade também se faz necessária para o desenvolvimento infantil: contos de fadas, lendas e fábulas, poesias, parlendas e trava-línguas, livros informativos, gibis, livros e brinquedos.