ABORDANDO O PACIENTE
Se a equipe de saúde detectar um desses sinais, os seguintes aspectos deverão ser avaliados:
- Estado mental atual e pensamentos sobre morte e suicídio;
- Plano suicida atual (o quanto a pessoa está preparada e quão cedo o ato está para ser realizado;
- Sistema de apoio social da pessoa (família, amigos, entre outros).
Por mais estranho que possa parecer, a melhor maneira de descobrir se a pessoa intenciona se suicidar é perguntando para ela se isso passa pela sua cabeça.
Isso pode ser feito de forma gradual, como:
Você se sente triste?
Você sente que ninguém se preocupa com você?
Você sente que a vida não vale mais a pena ser vivida?
Você sente como se estivesse cometendo suicídio?
Pergunte quando:
A pessoa tiver o sentimento de estar sendo compreendida;
A pessoa estiver confortável falando sobre seus sentimentos;
A pessoa estiver falando sobre sentimentos negativos de solidão, desamparo, entre outros.
O que perguntar?
1. Descobrir se a pessoa tem um plano definido para cometer suicídio:
• Você fez algum plano para acabar com sua vida?
• Você tem uma ideia de como você vai fazê-lo?
2. Descobrir se a pessoa tem os meios para se matar:
• Você tem pílulas, uma arma, inseticida ou outros meios?
• Os meios estão facilmente disponíveis para você?
3. Descobrir se a pessoa fixou uma data:
• Você decidiu quando você planeja acabar com sua vida?
• Quando você está planejando fazê-lo?
Como lidar em cada caso:
▪ Baixo risco
É quando o paciente teve alguns pensamentos suicidas como “Eu não consigo continuar” e “Eu gostaria de estar morto”, mas não fez nenhum plano.
Tomadas de ações necessárias:
• Oferecer apoio emocional.
• Trabalhar sobre os sentimentos do paciente. Quanto mais abertamente a pessoa fala sobre perda, isolamento e desvalorização, menos turbulentas suas emoções se tornam. Quando a turbulência emocional cede, a pessoa pode se tornar reflexiva. Este processo de reflexão é crucial, pois somente o indivíduo pode revogar a decisão de morrer e tomar a decisão de viver.
• Focalize na força positiva da pessoa, fazendo-a falar como problemas anteriores foram resolvidos sem recorrer ao suicídio.
• Encaminhe a pessoa para um profissional de saúde mental ou a um médico.
• Encontre-a em intervalos regulares e mantenha contato externo.
▪ Médio risco
O paciente já apresenta pensamentos e planos, porém estes não são imediatos.
Tomadas de ações necessárias:
• Ofereça apoio emocional, trabalhe com os sentimentos suicidas da pessoa e focalize em forças positivas.
• O profissional da saúde deve focalizar na ambivalência sentida pela pessoa suicida, entre viver e morrer, até que gradualmente o desejo de viver se fortaleça.
• O profissional da saúde deve tentar explorar as várias alternativas ao suicídio, até aquelas que podem não ser soluções ideais, na esperança de que a pessoa vá considerar ao menos uma delas.
• Faça um contrato por um período específico. Extraia uma promessa do indivíduo suicida de que ele ou ela não vai cometer suicídio sem antes se comunicar com a equipe de saúde.
• Encaminhe a pessoa a um psiquiatra ou médico e marque uma consulta o mais breve possível.
• Entre em contato com a família, amigos e colegas e reforce sua rede de apoio.
▪ Alto risco
O paciente tem um plano definido, assim como os meios. Planeja realizá-lo imediatamente.
Tomadas de ações necessárias:
• Nunca deixar a pessoa sozinha.
• Falar gentilmente com a pessoa e remover as pílulas, facas, armas, inseticidas, entre outros meios do alcance dela.
• Fazer um contrato como especificado acima.
• Entrar em contato com um profissional da saúde mental ou médico imediatamente e providenciar uma ambulância e hospitalização.
• Informar a família e reafirmar seu apoio.
Quando encaminhar a pessoa com risco de suicídio?
• Quando o paciente apresentar doença psiquiátrica;
• Quando houver histórico de tentativa de suicídio;
• Quando houver histórico familiar de suicídio, alcoolismo ou doença mental;
• Quando o paciente apresentar doença física;
• Quando o paciente não tiver nenhum apoio social.
Como deve ser esse encaminhamento?
• O profissional de saúde deverá separar tempo suficiente para explicar ao paciente a razão do encaminhamento.
• Uma consulta deverá ser marcada.
• O profissional de saúde deverá esclarecer que o encaminhamento não significa que ele está lavando as mãos em relação ao problema.
• O profissional de saúde deverá ver a pessoa após a consulta.
• O profissional de saúde deverá manter contato periódico.
Fontes de apoio do paciente
• Família;
• Amigos;
• Colegas;
• Clérigo;
• Centros de crise;
• Profissionais de saúde.
Este artigo pertence ao Curso de Prevenção de Suicídio
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