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Anamnese Nutricional no Paciente Idoso

A anamnese é uma entrevista feita por um profissional de saúde ao seu paciente, que tem o objetivo de coletar a maior quantidade de dados possíveis acerca do histórico e das condições de saúde daquele indivíduo para traçar um planejamento mais assertivo. Quanto mais detalhada é a anamnese nutricional, mais fácil se torna a identificação de problemas e compreensão das necessidades daquele idoso.

A anamnese é uma entrevista feita por um profissional de saúde ao seu paciente, que tem o objetivo de coletar a maior quantidade de dados possíveis acerca do histórico e das condições de saúde daquele indivíduo para traçar um planejamento mais assertivo. Quanto mais detalhada é a anamnese nutricional, mais fácil se torna a identificação de problemas e compreensão das necessidades daquele idoso. 

Este processo envolve a coleta minuciosa de informações sobre a queixa principal do idoso, condições socioeconômicas, doenças existentes, uso de medicamentos, exames bioquímicos, hábitos alimentares e outros aspectos relevantes. Além da coleta aprofundada destas informações, a avaliação do idoso também deve incluir o exame clínico e físico, triagem nutricional e antropometria, que serão abordados posteriormente. A seguir apresentaremos detalhadamente os itens da anamnese e em seguida a triagem e avaliação nutricional.

Queixa principal e história pregressa

A queixa principal é aquela que levou o idoso a busca por um nutricionista, e pode ser por diversas razões, desde perda ou ganho de peso, alterações em exames bioquímicos ou a presença de doenças. É a partir da queixa principal que o nutricionista inicia o seu trabalho. A iniciativa para a busca do acompanhamento nutricional pode partir do próprio idoso, de familiares ou indicação por outros profissionais da área de saúde.

A história pregressa diz respeito a antecedentes de saúde do idoso, investigando a existência de doenças ou intercorrências de saúde. Os dados podem ser obtidos através de informações fornecidas pelo próprio paciente, e, caso isso não seja possível, o cuidador pode fornecer os dados.

Condições socioeconômicas e estilo de vida

Investigar os hábitos sociais e de estilo de vida do idoso também é um tópico importante, como o hábito de fumar, consumir bebidas alcoólicas, renda, ocupações e prática de atividade física.

Medicações em uso

O uso de medicamentos e polivitamínicos deve ser avaliado quanto ao seu tempo de uso, frequência, doses e horário de consumo, em virtude da relação entre a ingestão de alguns medicamentos com o horário de alimentação.

Exame clínico e físico

O exame clínico é tudo aquilo que o paciente irá informar, a partir da sua pergunta, iniciando da cabeça e acabando nos pés, conforme descrito a seguir:

  • Queda de cabelo e unhas frágeis: em excesso podem indicar deficiência de proteínas e micronutrientes (vitaminas e minerais);
  • Uso de prótese e dificuldade de mastigação: são questões frequentemente encontradas em idosos e podem ser um grande obstáculo para a ingestão alimentar;
  • Ritmo urinário: interessante para avaliar a frequência e coloração, a ingestão hídrica e presença de anormalidades;
  • Ritmo intestinal: a frequência de evacuações e consistência das fezes também deve ser investigada, visto que a constipação (prisão de ventre) é uma condição comum no idoso, em virtude da menor atividade física, redução da ingestão hídrica e consumo de fibras.

Já o exame físico é tudo aquilo que o examinador observa, buscando identificar carências nutricionais, além de sinais de desnutrição e desidratação. Assim, pode-se observar depleção de massa muscular e tecido adiposo em diversos compartimentos corporais, elasticidade da pele, presença de lesões em mucosas ou lesões por pressão. Mas é necessário saber diferenciar os sinais de processos de doença com o envelhecimento natural, como a púrpura senil, que são manchas na pele, principalmente nos braços e mãos, em virtude da exposição frequente ao sol.

Exames bioquímicos

Apesar da existência de diversos exames bioquímicos, os exames básicos para a população idosa são o hemograma, glicemia de jejum, proteínas totais e frações (albumina e globulina), perfil metabólico do ferro, como transferrina e ferritina, colesterol total e frações, vitamina B12 e vitamina D. Mas estes exames normalmente necessitam ser correlacionados com outros indicadores, como a presença de doenças, medicamentos e outros.

Por exemplo, o hemograma pode indicar a presença de anemia, mas esta não necessariamente é em decorrência da deficiência de ferro, pois existem muitas outras causas, como a deficiência de vitamina B12, ácido fólico e até mesmo a presença de doenças crônicas, como doença renal crônica e câncer, sendo preciso uma avaliação mais aprofundada.

A redução da albumina, apesar de ser uma proteína e aparentemente indicar desnutrição, existe a “armadilha” de que esta proteína é produzida pelo fígado, e quando doenças acometem este órgão, a produção de albumina cai.

A avaliação do estoque de ferro também não pode ser feita apenas pela ferritina, pois esta também é uma proteína produzida pelo fígado e sofre alterações por outros fatores, especialmente diante de inflamação e disfunções do fígado, tendo como resposta a produção intensa de ferritina, portanto, não significa que há grande estoque de ferro, e sim que existe uma resposta metabólica a algum distúrbio.

Sendo assim, apesar da indicação dos principais exames bioquímicos para idosos, estes sempre devem ser correlacionados com o restante da clínica daquele indivíduo. Portanto, inicialmente, estes exames representam um ponto de partida para a correlação e investigação como um todo, a fim de descartar outras causas antes de estabelecer um diagnóstico concreto, se fazendo necessário um bom conhecimento teórico para estabelecer correlações clínicas.

Hábitos alimentares e ingestão de líquidos

Ao avaliar os hábitos alimentares buscamos identificar como está o consumo alimentar daquele idoso. No geral, é mais interessante questionar o que o idoso habitualmente ingere diariamente, refeição por refeição, descrevendo o tipo de alimento e suas quantidades. Além disso, neste tópico serão questionados a presença de alergias e aversões alimentares.

A ingestão de líquidos também é essencial, pois o idoso se desidrata com maior facilidade, em virtude da redução da sensação de sede que acompanha o envelhecimento, com consequente diminuição do volume de ingestão de água.



Este artigo pertence ao Curso de Introdução à Nutrição para Idosos

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