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Aspectos Sociais do Bullying

O bullying é uma dinâmica social problemática que envolve uma série de fatores sociais. Neste capítulo nos aprofundaremos em conhecer os personagens envolvidos nesse processo, suas características habituais e as consequências futuras desta interação.

Quem são os personagens envolvidos?

O surgimento dessa prática se baseia na formação de relações específicas entre crianças que praticam, que sofrem e que observam o bullying — o bully, a vítima e o espectador.

Uma criança que intimida seleciona de seu grupo uma criança potencialmente vulnerável para ser alvo de bullying. Se a criança-alvo responder submissamente, cedendo silenciosamente, chorando ou fugindo, a criança praticante de bullying alcançou o "sucesso", e a criança-alvo provavelmente se tornará uma vítima repetidamente.

Em situações de grupo, outras crianças estão frequentemente assistindo ao bullying se desenrolar. Esses espectadores aprendem quem está envolvido e quais comportamentos são permitidos e recompensados. Eles podem ficar com medo da criança intimidadora, rejeitando a criança vitimada e aceitando passivamente um clima em que esse comportamento é permitido. Eles também podem ser seduzidos a participar ou experimentar o bullying eles mesmos.

Crianças que intimidam precisam aprender a parar o bullying, se engajar em comportamentos mais cooperativos e desenvolver empatia e habilidades sociais de resolução de problemas.

As crianças que são alvos de bullying precisam aprender a responder ao bullying com assertividade, em vez de submeter ou contra-atacar.

Os espectadores precisam aprender que têm o poder de parar o bullying e como usar estratégias de resolução de problemas para ajudar a prevenir essa ocorrência.

Quem corre o risco de sofrer bullying?

Qualquer um pode ser vítima de bullying, no entanto, algumas crianças correm um risco maior do que outras. Crianças que são menos populares e têm menos amigos tendem a ser vítimas de bullying, enquanto crianças que são populares são mais propensas a serem bullies. Outros fatores de risco associados ao bullying incluem:

  • características físicas diferentes dos pares (por exemplo, estar acima ou abaixo do peso, usar óculos ou aparelho ortodôntico, ter uma deficiência física, ser de um grupo racial diferente ou usar roupas que as crianças consideram "não legais");
  • ter uma deficiência cognitiva;
  • identificar-se como lésbica, gay, bissexual ou transgênero;
  • ser visto como irritante, fraco ou indefeso e improvável de revidar;
  • ser percebido como socialmente estranho e ter poucos amigos.

No entanto, possuir qualquer uma dessas características não significa automaticamente que uma criança será intimidada.

Alguns transtornos que aumentam o risco de bullying (seja como bully ou como vítima) são:

  • TDAH;
  • Transtornos do espectro autista;
  • Aprendizagem;
  • Desordem desafiadora oposicionista (ODD) ;
  • Desordem de Tourette.

O bullying afeta a vítima e os espectadores. As vítimas de bullying correm o risco de ter transtornos psicológicos, como depressão, ansiedade, sintomas psicossomáticos, distúrbios alimentares e abuso de substâncias. O agravamento dos sentimentos de isolamento e depressão pode contribuir para o comportamento suicida e outras formas de automutilação.

O bullying pode ter sérios efeitos negativos em espectadores e testemunhas também. Eles aprendem a perceber sua escola ou ambiente como inseguro, também podem desenvolver ansiedade ou depressão ao testemunhar e podem começar a evitar a escola.

Quais são os sinais de que uma criança pode ser vítima de bullying?

É útil saber quais sinais procurar se você suspeitar que uma criança pode ser vítima de bullying. Alguns sinais de alerta incluem:

  • relutância ou recusa em ir para a escola;
  • frequentes dores de cabeça ou de estômago, mas parece não haver nenhuma razão médica subjacente;
  • problemas para dormir e pesadelos frequentes;
  • pouco interesse em sair com os amigos ou participar de situações sociais.
  • ferimentos inexplicáveis;
  • baixa autoestima, isolamento e irritação;
  • relato de objetos, como livros ou outros pertences, perdidos ou destruídos;
  • falta ou excesso de apetite (às vezes, pula uma refeição ou come compulsivamente);
  • notas baixas e desinteresse na escola.

Esteja ciente de que às vezes uma criança pode não mostrar qualquer sinal de que está sendo intimidada. Para ficar ligado no que está acontecendo na escola, fale com elas regularmente. Interesse-se no dia escolar e faça perguntas específicas sobre bullying. Por exemplo, "Há crianças malvadas na sua classe? Quem eles tendem a implicar? Alguém está sendo mau com você?

Ao contrário de discussões e brigas ocasionais, o bullying acontece repetidamente, não é um evento isolado. Envolve um desequilíbrio de poder físico ou social entre duas pessoas, com o agressor tendo mais poder e a vítima tendo menos.

Também envolve uma pessoa tentando prejudicar intencionalmente a outra. Pode ser físico (empurrando, socando, chutando) ou verbal (xingamentos, fofocas, espalhando rumores), e pode acontecer através de mídias sociais, como Facebook, Twitter ou Instagram.

Quais os sinais de que uma criança pode ser um bully?

A maioria das crianças, adolescentes ou adultos que praticam bullying costumam compartilhar as seguintes características e exibir tais comportamentos:

  • impulsividade;
  • problemas de controle da raiva;
  • controlar, em vez de liderar;
  • frustração e sentimento de irritação;
  • falta de empatia;
  • culpa as vítimas dizendo coisas como :"se aquele nerd não parecesse tão estúpido, eu não teria que bater nele";
  • dificuldade em seguir regras;
  • pouco respeito pela autoridade;
  • vê a violência de forma positiva, como entretenimento ou uma boa maneira de obter necessidades atendidas;
  • fisicamente mais forte do que outras crianças;
  • percebido como popular.

Ainda, a prática do bullying pode decorrer de problemas de saúde mental subjacentes, como ansiedade ou transtornos de comportamento, como transtorno desafiador oposicionista. Outros adolescentes começam a intimidar depois de terem sido abusados ou experimentado um evento traumático.



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