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Atividades Realizadas pelo Pedagogo Hospitalar

Como vimos anteriormente, o professor da Classe Hospitalar trabalha para garantir a continuidade das atividades educativas enquanto o aluno estiver internado. Ele ou ela pode estar desenvolvendo atividades relacionadas ao conteúdo do curso, bem como atividades voltadas para o bem-estar mental e emocional daqueles que estão doentes.

As atividades de aprendizagem mais eficazes nessa situação são aquelas que estimulam a curiosidade, a criatividade e a descoberta do conhecimento. Jogos, uso de objetos tangíveis e uso de ferramentas multimídia também são sugeridos como recursos viáveis ​​para uso na prática pedagógica no hospital, sempre tendo em mente as condições, limitações e capacidades do paciente.

O desafio de realizar atividades educativas em hospitais é a presença de rotinas rígidas, regras e horários pré-estabelecidos, onde normalmente não há espaço preparado para atendimento educativo. Em geral, o refeitório ou sala de atendimento médico é utilizado para esse fim, predominando as práticas recreativas e de terapia ocupacional sobre aquelas relacionadas à escolarização.

A maioria dos acompanhantes dos pacientes, normalmente, são convidados a participar das atividades e se inscrevem voluntariamente nas turmas. Aos poucos, os grupos vão se expandindo e os pacientes começam a superar a timidez e as barreiras de comunicação.

Jogos para a alfabetização no ambiente hospitalar

Os jogos educativos devem estimular uma aprendizagem ativa, construtiva e com maior probabilidade de construção, segundo os autores Bock et al. (2005). Nesse sentido, o cenário apresentado em um jogo que inclui o auxílio na aquisição do sistema de escrita como um de seus objetivos deve promover o aprendizado, fornecendo ao jogador informações ou oportunidades de reflexão sobre o sistema de escrita para auxiliar na construção do entendimento (BARBOSA, 2018).

É possível notar que os jogos de maneira geral conseguem despertar mais o interesse do aluno e o ajudam a realizar tarefas que exigem uma articulação intelectual mais complexa. É um ambiente de aprendizagem onde a criança pode satisfazer suas necessidades, atingir seus objetivos e explorar a área ao seu redor (ALMEIDA, 2001). Esse processo precisa ser fomentado ainda mais quando falamos sobre a inserção dos alunos nos ambientes hospitalares.

Alguns jogos que estimulam a curiosidade e o interesse das crianças em aprender incluem os seguintes:

História Bagunçada: o professor oferece um papel contendo algumas palavras que estão fora de ordem. Nesse sentido, o objetivo principal é que as crianças consigam ordená-las nas frases corretas, por exemplo a frase pode ser dada assim: uma vez Era uma borboleta. A criança deve colocar ordem certa, que seria: Era uma vez uma borboleta.

Palavras Fujonas: neste jogo, a criança deve colocar corretamente cada palavra de uma lista de palavras de dois poemas. O desafio será ler e organizar e determinar a ordem da narrativa correta. Este jogo pode ser jogado em dupla, o que ajuda também a desenvolver o lado social e comunicativo entre as crianças.

Estão faltando letras: esse jogo é bastante dinâmico e ajuda as crianças a lembrarem as palavras e começarem o processo de alfabetização de forma lúdica. Assim, o professor deve apresentar um material contendo algumas palavras e tirar letras que a compõem, como por exemplo a palavra CASA, que pode ser apresentada da seguinte forma: C_S_. Para tornar o jogo mais divertido é possível colocar ilustrações para ajudar os alunos a identificar qual a palavra.

Palavras cruzadas: este jogo, embora seja bastante tradicional, ele ajuda a desenvolver as possibilidades de criação de escrita com as letras em posições (horizontal e vertical). Esse jogo é interessante, pois além de fazer com que os alunos pensem em palavras que possam compor o quadro, também é bastante divertido.

Leitura conduzida: a leitura pode ser bastante estimulada com essa dinâmica. Para isso, o pedagogo deve, quando estiver lendo um livro para uma criança, pedir que ela ao virar as páginas discuta um pouco sobre o que está vendo. Dessa forma, é possível usar a mão de forma hábil para guiar os olhos da criança da esquerda para a direita ao longo da página e, de vez em quando, aponte para palavras ou frases específicas para chamar sua atenção.

Recado de aniversário: para essa atividade, o pedagogo deve pedir que a criança faça um desenho ou alguns desenhos para um cartão de aniversário ou em uma cartinha. Além de ser uma atividade simples, ela ajuda a envolver a criança em um sentido de comunidade e empatia. Com isso, é possível que ela desenvolva sua capacidade motora e ainda crie um sentido de importância e auto-estima.

Letras misturadas: para essa atividade é necessário pegar algumas letras do alfabeto (feitas de madeira, metal ou até pedaços de papel) e organizá-las de forma diferente para criar uma variedade de sons, como por exemplo, "bola", " balo", "loba" e "labo". Assim, é possível começar a praticar os sons das letras de forma individual, e depois o som que as letras criam ao estarem juntas, como em "l-o-b-a formam a palavras loba", por exemplo. Atenção, nessa dinâmica é melhor começar com letras maiúsculas para evitar confundir a criança usando dois formatos diferentes para representar a mesma letra dessa maneira.  

Cunha (1994) afirma que brincar tem efeitos positivos na vida das crianças. Diante disso, não se pode negar à criança hospitalizada o acesso a essa atividade crucial para o seu desenvolvimento, principalmente por estar passando por uma fase difícil, confusa e dolorosa de sua vida. Contudo, nessas condições é preciso que haja mais cuidados e atenção para garantir seu bem-estar, que tem prioridade sobre a restauração da leviandade e da alegria.

As atividades terapêuticas reduzem a ansiedade, a angústia e o medo vivenciados pelas crianças doentes, principalmente nos mais jovens, em decorrência das novas circunstâncias da doença. Afinal, nesse cenário não podemos deixar de lembrar que houve alterações drásticas na sua rotina que as impediram de participar de atividades sociais, familiares e acadêmicas. Portanto, essas ações educativas e terapêuticas podem ser um fator determinante para a recuperação total do aluno hospitalizado (BARBOSA, 2018). 

Jogos eletrônicos

Com um mundo cada vez mais digital e tecnológico, é quase impossível falar sobre jogos sem pensar nos aparelhos eletrônicos que fornecem tantos jogos. Esses equipamentos eletrônicos são bastante úteis, principalmente para crianças que precisam realizar as atividades pedagógicas.

Isso porque o computador é um ótimo recurso para usar no caso de crianças que não podem se levantar das camas e, com isso, não conseguiram escrever usando o papel e caneta. Dessa forma, a criança pode se comunicar facilmente com os outros, jogar e se divertir.

Contudo, é preciso sempre estar atento para quais jogos serão disponibilizados a fim de evitar que a criança tenha acesso a brincadeiras que não sejam adequadas para a sua idade ou que possam de alguma forma deixá-lo perturbado. Por isso, é importante ter sempre o acompanhamento pedagógico para evitar tais situações e limitar e guiar o uso do equipamento de forma saudável, visando trazer lazer e comodidade para o aluno (BARBOSA, 2018).



Este artigo pertence ao Curso de Pedagogia Hospitalar

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