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Atuação no Campo de Gêneros

Na área do serviço social, as questões de gênero são tratadas basicamente no contexto das diferenças sociais que existem entre homens e mulheres. Por isso que, um assistente social que escolhe trabalhar nesse ramo deve ter uma apropriação crítica, reflexiva e incisiva sobre esses discursos, visto que o dia a dia do profissional é repleto de demandas que são relacionadas a gêneros.

Na área do serviço social, as discussões e ações sobre gênero são transversais, mas nem sempre foi debatido como é atualmente nas discussões e políticas sociais. Uma das características do serviço social é que a maior parte dos profissionais são mulheres e as demandas estabelecidas, além do público-alvo, também são mulheres. Então, torna-se mais que necessário ter debates e ações sobre gênero, além de ser uma categoria de muita análise e estudos no campo do serviço social.

O século XX foi um dos períodos que houve maior avanço nas questões de Direitos Humanos, políticas públicas sociais, por isso que é importante que os profissionais dessa área tenham uma visão de desenvolvimento e erradicação das desigualdades, além disso, o perfil desse profissional deve prepará-lo para perspectivas e objetivos mais claros, para que atue como interventor nas políticas e proteções sociais.

Existem três núcleos de conhecimento dentro do curso de Serviço Social que visa atender as demandas e desafios do setor, esses núcleos são indissociáveis, não são hierarquizados e possuem contextualização histórica:

 1. Núcleo de fundamentos da vida social.

 2. Núcleo de fundamentos da formação sociohistórica no Brasil.

 3. Núcleo de fundamentação do trabalho e do profissional.

Dentro do curso possui uma disciplina de “Gênero e Serviço Social” que tem foco na gênese das desigualdades sociais de gênero, além do foco na constituição social e cultural na sociedade brasileira, proveniente da perspectiva das mulheres e configurações operacionais do serviço social.

De acordo com Chauí (1991, p.22) “(...) nenhuma cultura lida com o sexo como um fato natural bruto, mas já o vive e compreende simbolicamente, dando-lhes sentidos, valores, criando normas, interditos e permissões.”

Dentro da sexualidade existem três principais ângulos que são: o biológico, que é o sexo, o psicológico, que é a identidade e o social, que é o gênero. O parâmetro de gênero é o conceito principal para compreensão e para superar os preconceitos, visto que é algo construído socialmente, então pode ser um parâmetro para superar as ações que resultam na desigualdade. Outro ponto é que as relações sociais também são formadas pelas relações de gênero, então assim é possível entender gênero basicamente por algumas categorias:

  • Formação de identidade feminina e masculina.
  • Relações entre homens x mulheres.
  • Entendimento cultural do que é masculino e feminino.
  • Compreensão da posição que ocupa socialmente como homem ou como mulher.
  • Entendimento dos processos de objetificação e subjetivação.
  • Desenvolvimento pessoal dentro das relações interpessoais diárias.
  • Presença nos meios políticos institucionais.

Dentro do Serviço Social há elementos históricos que são importantes serem discutidos e que articulam as relações de gênero e a profissão. Além disso, essas discussões podem ser orientadas por um Projeto Ético-Político do serviço social, em que os princípios do Código de Ética tem vínculo com o projeto profissional e o processo de construção de uma nova ordem societária, sem dominação, exploração de classe, etnia e gênero.

A formação em serviço social é transversal devido a amplitude do conhecimento, porém tem uma face generalista e como objeto de intervenção as expressões que permeiam as questões sociais, então a temática de gênero não está presente nos núcleos centrais.

Porém, há um reconhecimento da importância e necessidade dessas discussões, visto que é uma das dimensões sociais e que é uma determinante de relações interpessoais e de poder, haja vista que, também se expressa explorações, subalternidade e dominação de classe. Dessa forma, a discussões de gênero são transversais e essenciais para a formação profissional, sendo também necessária para as reflexões de identidade profissional, principalmente por serem as mulheres que predominam dentro da profissão, então essas discussões contribuem para a formação do profissional, além de auxiliar o desvendamento de relações sociais onde ele atua. 

É importante compreender que as relações de gênero estão interligadas desde a criação da profissão de Serviço Social e que é necessário entender o social como um todo e com as complexidades presentes nas relações e para as transformações sociais. 

O serviço social teve uma imagem construída através de movimentos no âmbito das políticas sociais de altruísmo e de controle. Então, a inserção feminina no serviço social se apresentou como um estigma de uma imagem profissional que é desvalorizada e submissa, justamente devido às desigualdades presentes nesse campo de gênero. Assim, por ser uma profissão majoritariamente feminina, como outras profissões, o serviço social definiu um estatuto de subalternidade feito historicamente pelas desigualdades nas relações sociais (CISNE, 2012). 

A  assistente social atuando nesse campo de gênero deverá buscar as ações efetivas com objetivo de transformação das condições desiguais que atingem as mulheres, principalmente. É importante que essas soluções incorporem as medidas contra as violências, abusos, relações de poder, relações trabalhistas, vulnerabilidades, entre outros problemas que persistem fortemente nesse campo de gênero.



Este artigo pertence ao Curso de Serviço Social Básico

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