BRINQUEDOS POPULARES E QUANDO FORAM INVENTADOS
Os primeiros brinquedos surgiram nas oficinas de entalhadores alemães, onde a sua produção era totalmente artesanal. Apenas no século XIX começa – se a ter uma indústria específica. Existem relatos que afirmam que há 6.500 anos os primeiros brinquedos de madeira que começaram a aparecer foram a bola, barcos e espada, bonecas e casinha de bonecas. As bonecas mais especificamente têm idade de 40 mil anos, pois eram adoradas como deusas; as primeiras casinhas de bonecas surgiram na Alemanha em 1558.
Na idade média encontramos registros de pinturas nas cavernas onde sua tradução relata crianças brincando, onde ossos era uma forma de diversão dos nossos ancestrais. Desde o século 15 Leonardo Da Vinci já havia feito um desenho sobre o que seria a bicicleta. Ela seria de madeira, sem correntes, pedais e muito menos freio. Muitos brinquedos surgiram porque durante o período de Reforma, os artesãos começaram a produzir pequenos objetos de decoração caseira em pequenos formatos, traduzindo assim suas obras juntamente com a imaginação do público infantil.
Conversando com as pessoas mais velhas, encontramos um grande arsenal de informações, onde primava-se a imaginação além de tudo, pois além de não existirem tantas fábricas de brinquedo como existem hoje, o poder aquisitivo não era suficiente para ser gasto em coisas “supérfluas”, onde somente a alimentação e o vestuário eram importantes, sem saber que a criança tem como base da sua formação o brincar.
O lado positivo disso tudo é que a imaginação era muito requisitada, uma vez que um sabugo de milho transformava-se em uma linda princesa dos contos de fada, alimentos colhidos da horta eram muitas vezes os cavalinhos e animaizinhos que fazia o imaginário da criança ser fértil a ponto de conseguir proezas com simples materiais. Conseqüentemente, com a evolução do processo de industrialização e com o consumismo começando a aflorar, percebe-se que as crianças conforme iam ganhando brinquedos prontos começava-se a podar uma grande conquista que os nossos queridos mais velhos tinham e utilizavam com grande primor: a sua imaginação.
A história do brinquedo fornece informações valorosas sobre a origem da industrialização e o avanço das técnicas de produção. Trata-se de um setor progressista, inovador e dinâmico por excelência. A indústria brasileira de brinquedos é relativamente nova, em comparação àquelas de países como: Alemanha, França, Inglaterra, Estados Unidos. Grande parte dos brinquedos produzidos no Brasil tem sido resultado de intercâmbios internacionais.
Brinquedos há que, de tão importantes, de tão boa aceitação, além de serem produzidos em larga escala em seus países de origem, atravessam fronteiras e são reproduzidos fielmente em todos os continentes. Assim como as brincadeiras tradicionais e as cantigas de roda, os brinquedos artesanais também são transmitidos de geração em geração, de país para país, recebendo, muitas vezes modificações que ora respeitam as características fundamentais, ora, por um processo de criatividade que é inerente ao ser humano, dão origem a outros brinquedos que passam inclusive a ser fabricados industrialmente.
Desde tempos antigos, os brinquedos tiveram um importante papel na vida das crianças. Por milhares de anos crianças brincaram com brinquedos dos mais variados tipos. Bolinhas de gude foram usadas por crianças no continente africano há milhares de anos atrás. Na Grécia Antiga e no Império Romano, brinquedos comuns eram barquinhos e espadas de madeira, entre os meninos, e bonecas entre meninas. Durante a Idade Média, fantoches eram brinquedos muito comuns entre as crianças.
Até o final do século XIX, a maioria dos brinquedos era fabricada em casa, ou fabricada artesanalmente. Atualmente, a grande maioria dos brinquedos são fabricados em massa, e comercializados. A partir da segunda metade do século XX, vários países criaram leis que proíbem a venda de brinquedos considerados perigosos - por exemplo, por conterem materiais tóxicos ou partes que se soltam facilmente - ou que não possuem claros avisos. Por exemplo, não recomendado para menores de três anos de idade por conter materiais que podem ser engolidos pela criança. Tais leis também dão ao governo o direito de recolher do mercado, todos os produtos que não atendem às especificações necessárias.
Alguns brinquedos, jogos e brincadeiras tradicionais entre as crianças brasileiras têm origens surpreendentes. Vêm tanto dos povos que deram origem à nossa civilização (o índio, branco e negro), como até mesmo do longínquo Oriente. Atualmente, no mundo cada vez mais urbanizado, industrializado e informatizado, a tendência é que muitas das brincadeiras tradicionais percam espaço nas preferências infantis. Mesmo assim, jogos e brinquedos como a peteca, a amarelinha, a ciranda, a pipa e a cama de gato têm valor cultural inestimável, e o lugar dessas brincadeiras no folclore já está garantido.
Brinquedos tradicionais e sua história
Peteca: quando os portugueses chegaram no Brasil, encontraram os índios brincando com uma trouxinha de folhas cheia de pequenas pedras, amarrada a uma espiga de milho, que chamavam de Peteka, que em tupi significa "bater". A brincadeira foi passando de geração em geração e, no século 20, o jogo de peteca tornou-se um esporte, com regras e torneios oficiais.
Amarelinha: essa brincadeira tão tradicional entre as crianças brasileiras também é chamada de maré, sapata, avião, academia, macaca etc. A amarelinha tradicional é desenhada no chão com giz e tem o formato de uma cruz, com um semicírculo em uma das pontas, onde está a palavra céu, lua ou cabeça. Depois vem a casa do inferno (ou pescoço) e a área de descanso, chamada de braços (ou asas), onde é permitido equilibrar-se sobre os dois pés. Por último, a área do corpo (ou quadrado).
Cama de gato: a cama-de-gato é uma brincadeira com barbante. Consiste em trançar um cordão entre os dedos das duas mãos e ir alterando as figuras formadas. Provavelmente de origem asiática, a brincadeira é praticada em diversas partes do mundo. Uma versão mais moderna é trançar um elástico com as pernas.
Cinco Marias: também chamada de três Marias, jogo do osso, onente, bato, arriós, telhos, chocos, nécara etc. O jogo, de origem pré-histórica, pode ser praticado de diversas maneiras. Uma delas é lançar uma pedra para o alto e, antes que ela caia no chão, pegar outra peça. Depois tentar pegar duas, três, ou mais, ficando com todas as peças na mão. Na antiguidade, os reis praticavam com pepitas de ouro, pedras preciosas, marfim ou âmbar. No Brasil, costuma ser jogado com pedrinhas, sementes ou caroços de frutas, ossos ou saquinhos de pano cheios de areia.
Pipa: pipa, papagaio, arraia, raia, quadrado, pandorga... As pipas apareceram na China, mil anos antes de Cristo, como forma de sinalização. Sua cor, desenho ou movimento poderia enviar mensagens entre os campos. Os chineses eram peritos em construir pipas enormes e leves. Da China elas foram para o Japão, para a Índia e depois para a Europa. Chegaram no Brasil trazidas pelos portugueses. Os tipos de pipa mais conhecidos são o de três varas, o de cruzeta e o de caixa. Para confeccioná-las bastam algumas folhas de papel, varinhas e linha.
Ciranda: a famosa dança infantil, de roda, conhecida em todo o Brasil, teve origem em Portugal, onde era um bailado de adultos. O Semelhante a ela é o fandango, baile rural praticado até meados do século XX no interior do Rio de Janeiro (Parati) e São Paulo, em que homens e mulheres formavam rodas concêntricas, homens por dentro e mulheres por fora. Os versos que abrem a ciranda infantil são conhecidíssimos ainda hoje: "Ciranda, cirandinha/ Vamos todos cirandar/ Vamos dar a meia volta/ Volta e meia vamos dar". De resto, há variações regionais que os complementam como "O anel que tu me deste/ Era vidro e se quebrou./ O amor que tu me tinhas/ Era pouco e se acabou".
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