Como Funciona o Trabalho do Assistente Social

O trabalho do profissional de serviço social, também chamado por “Assistente social” tem foco exclusivo na integração e reintegração do indivíduo na sociedade e nas ações que permeiam o coletivo. Esse profissional atua ativamente na busca e execução de mecanismos para combater a desigualdade social, além de acompanhar, analisar e apresentar projetos de melhorias para as condições de vida de cada indivíduo, independente da idade, cor, raça, gênero e sexualidade.

O profissional do serviço social pode atuar em diversos campos, possibilitando-o um desenvolvimento em atividades em instituições públicas, privadas ou não-governamentais. Algumas dessas áreas que o assistente social pode atuar e você pode aprender sobre cada uma delas, são:

Atuação no campo Educacional

O profissional do serviço social pode atuar na área da educação e realizar atividades nesse setor educacional ou em outro que campo sócio-ocupacional, onde tem atividades regulamentadas pelos direitos, deveres e princípios presentes no Código de Ética Profissional (CEP), do ano de 1993 mediante a Lei nº 8.662/93 que regulamenta a profissão do assistente social.

A instituição “escola” é um ambiente social para educação que possui o objetivo de desenvolver o indivíduo por meio de metodologias e didáticas utilizadas para viabilizar o processo do ouvir, absorver, aprender e desenvolver de cada estudante, além de permitir que cada um deles possuam experiências coletivas dentro desse ambiente escolar.

O assistente social possui uma importância significativa para a educação, visto que possui acessos e possibilidades de contribuição no exercício pleno do direito à educação que todo ser humano possui. O profissional pode realizar essa contribuição por meio de ações que permitam o acesso e permanência do indivíduo na instituição, além de trabalhar as relações interpessoais e em grupo de cada um, proporcionando através do conhecimento que possui, uma qualidade nos serviços oferecidos pelo sistema educacional, buscando as melhorias necessários para um atendimento pleno. O assistente social também deve considerar as diversas oportunidades de intervenção nas políticas educacionais, onde pode, com devida amplitude do campo da educação, passar por exercícios que exijam sua autonomia profissional, execução plena de sua competência profissional crítica e propor ações importantes para o campo que atua.

No setor educacional existem políticas públicas indispensáveis na contemporaneidade, mas passíveis de melhorias e complementos. Entretanto, de acordo com Simone Lessa:

“a educação influencia e é influenciada pela produção e reprodução das relações sociais, sendo objetivada nas vidas humanas. (...) assim, na educação supõe-se o desenvolvimento do indivíduo como ser coletivo”. Lessa (2013)

Já para Eliana Martins, a política educacional e a assistência social possuem articulações fundamentais para o desenvolvimento de projetos sociais que envolvam familiares, com intuito de efetivar ações em conjunto para obter resultados melhores na qualidade de vida de cada indivíduo.

“A inserção do serviço social na política de educação está ligada à trajetória histórica da profissão (...) podendo contribuir para a necessária articulação da educação pública, de qualidade e como direito social.” (Martins, 2012, p. 225). “Essa articulação contribui para o avanço da inserção desse profissional no cenário educacional, mas, sobretudo, da prerrogativa que abarca as prevenções do risco social, numa lógica de proteção social”. (Dentz, 2015)

Educação e problemáticas sociais

Diariamente as instituições são postas em desafios que exigem a produção de conhecimento e soluções a todo o tempo, e a escola é uma das principais instituições sociais que deve trabalhar todas as questões educacionais dentro do âmbito social do estudante, isto é, a inúmeras questões sociais que permeia a vida de cada um deles.

Todavia, para que isso seja realizado de forma eficiente, a instituição deve conhecer a realidade de cada estudante, para que possua soluções que reduzam a distância entre a instituição e a família, ambas responsáveis pelo desenvolvimento desse ser na sociedade.

O ambiente escolar é onde o aluno precisa encontrar as oportunidades de resgatar seus valores sociais, além de orientar cada um para a sociedade, pois, é por meio da escola que a família é inserida em todo contexto educacional, fortalecendo assim os vínculos sociais e familiares. Dessa forma, a escola exerce um papel político e contribui no desenvolvimento do senso e pensamento crítico do estudante mediante a realidade que está inserido socialmente, além de fazê-lo compreender a realidade sociocultural e econômica que está presente, proporcionando maior vínculo com a família nos processos pedagógicos.

Com isso, o serviço social se insere no âmbito escolar, contribuindo com ações transformadoras no campo educacional, além de propor práticas que formam a cidadania, emancipam o indivíduo e os incluem na sociedade, tendo assim as oportunidades de orientá-los para uma consciência de empoderamento e transformador da própria história.

De outro modo, o profissional do serviço social também pode atuar dentro de equipes interdisciplinares e em áreas onde podem expor diferentes conhecimentos e formações profissionais, assim permite uma cooperação de visão ampla de todos os contextos e problemáticas sociais, oferecendo ideias práticas e válidas para resgatar ou executar a integridade de cada indivíduo.

Segundo Amaro (1997), a interdisciplinaridade dentro das questões escolares pode ser representada nos estágios de superação do pensar, fragmentando-o e disciplinando-o para obter resultados que complementam de forma íntegra entre as áreas do saber.

Pode-se compreender o ambiente escolar como o espaço diário desses estudantes e suas famílias, onde pode se originar algumas expressões de algumas questões sociais, por exemplo, a fome, o desemprego, habitação perigosa, abusos sexuais, trabalho infantil, drogas, desnutrição, extrema pobreza, abandono, negligências familiares e demais desigualdades e exclusões sociais que pode permeiar cada indivíduo, tanto em sua singularidade quanto no coletivo. Dessa forma, a presença do assistente social pode ser justificada na educação por meio das demandas emergentes que provém dessas problemáticas sociais, onde ele é inserido para atender e solucionar de alguma forma todos esses problemas.

O assistente social também atua no âmbito escolar dentro da área de educação inclusiva, onde irá buscar resoluções para problemáticas especificamente desse setor, isto é, para PCDs (pessoas com deficiência) ou algum transtorno que o faça necessitar de um cuidado especial.

Dentro desse setor, alguns documentos e declarações podem direcionar o assistente social, por exemplo:

• Norteadores internacional

   - ONU (1948) na Declaração Universal dos Direitos Humanos.

    - ONU (1994) na Declaração de Salamanca- Espanha.

    - Definição de discriminação na Convenção da Guatemala.

• Norteadores nacional

    - Constituição Federal Brasileira (1988), instruções presentes no Art. 208, III, VII, Art. 227, II.

    - Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA)- Lei nº 8.069/90.

    - Política Nacional para a Integração da Pessoa com Deficiência- Decreto nº 3.298/99.

    - Ministério da Educação na Portaria nº 1679/99.

    - Critérios para a promoção de acessibilidade- Lei nº 10.098/00.

    - Plano Nacional de Educação- Lei nº 10.721/01.

    - Convenção Internacional para Eliminação de todas as formas de Discriminação contra a Pessoa com Deficiência - Decreto nº 2.956/01. 

    - CNE- Diretrizes Nacionais para Educação Especial na Educação Básica - Resolução de nº 02/01.