COMO MELHORAR A ERGONOMIA NO TRABALHO

A rotina dos bartenders é intensa e exige esforço físico para sustentar a excelência dos drinks e cativar os clientes durante a jornada de trabalho. Há casos em que o desgaste acumulado é tanto que surgem problemas de saúde relacionados à posturas e movimentos repetitivos, como a tendinite.

A partir de uma avaliação rápida, os movimentos mais repetidos no trabalho do bartender são levantamento de objetos pesados, rotação da coluna vertebral, movimentos rápidos com mãos e punhos para manusear coqueteleiras e garrafas, além da permanência em pé por longas horas.

Em entrevista ao site Clube do Barman, a fisioterapeuta Roberta Teixeira Ranieri aponta que os bartenders devem ter cuidado com o giro rotacional do tronco ao pegar objetos localizados atrás do balcão. Segundo ela, o correto é girar o corpo inteiro para não causar algum tipo de lesão na coluna.

Outra dica importante para evitar esta curvatura é ter os itens na direção dos olhos, posicionando o balcão na altura da cintura. Isso evita que o profissional trabalhe com uma postura errada. Ao usar as coqueteleiras com movimentos repetitivos, é importante prestar atenção no posicionamento do punho para não acarretar outras lesões.

Longos períodos em pé também geram má circulação sanguínea nos pés e nas pernas. Para amenizar este efeito, a sugestão é colocar um tablado no chão para alternar o peso dos membros inferiores. O bartender trabalha com bebidas, portanto, nada mais natural que derramar alguma coisa no chão, certo?

Para evitar escorregões durante a jornada laboral, o ideal é que o espaço atrás do bar tenha o chão revestido de piso antiderrapante ou mesmo um tapete emborrachado. Além disso, estabelecer momentos de pausa é parte importante do trabalho. O ideal é que o barman faça uma pausa de cinco minutos a cada uma hora para fazer um rápido alongamento.

Vale, ainda, ir ao banheiro ou pelo menos caminhar um pouco pelo bar. A fisioterapeuta lembra, também, dos alongamentos, sendo os que envolvem os membros superiores e a coluna cervical, que são as partes mais utilizadas na preparação dos drinks. Mas, todo o corpo merece atenção do profissional.

É importante lembrar que outros fatores influenciam no rendimento do profissional, como a iluminação e a temperatura do ambiente. O correto é não haver luminosidade que incida diretamente sobre os olhos do bartender. A exposição prolongada a efeitos luminotécnicos pode provocar ofuscamento da visão, irritabilidade, indisposição e falta de concentração.

Quanto à temperatura, nem ambientes muito frios e nem muito quentes. No verão, o ideal é que o ar esteja regulado entre 20 e 23ºC. Já no inverno, o corpo fica mais predisposto ao trabalho quando exposto a temperaturas entre 23 e 26ºC. Felizmente, o mercado coloca materiais úteis no dia a dia do barman.

Além da munhequeira, imprescindível para aliviar os efeitos da tendinite, os profissionais podem adquirir meias de compressão e os speedracks, criados nos Estados Unidos na década de 90. Esse material serve para organizar garrafas e outros objetos abaixo da bancada, evitando movimentos repetitivos de rotação da coluna.

As já citadas munhequeiras, bem como suportes de pulso podem ajudam a aliviar o impacto no uso da coqueteleira ou abertura de garrafas. O mesmo efeito é esperado dos sapatos ortopédicos, que preservam os membros inferiores. A própria coquetelaria tem sido incrementada com itens pensados para favorecer a ergonomia.

Um deles é a colher bailarina, cujo formato espiral auxilia na rotação, minimizando a movimentação do pulso e poupando esforço do profissional. O formato e tamanho do jigger também foram pensados para que o barman possa manuseá-lo entre os dedos, sem a necessidade de usar e torcer a mão para utilizá-lo.

Colher bailarina

Jigger

As biqueiras para garrafas surgiram com a função de economizar tempo do barman e ajudar na organização do bar, uma vez que evitam a perda de tampas. Por outro lado, também são ergonômicas, na medida que não exigem o movimento com as mãos para rosquear a tampa da garrafa.