Área do Aluno


ou



Controle do Crescimento Microbiano

Assim como precisamos induzir o crescimento microbiano para a análise das nossas amostras de interesse, é importante ainda que o microbiologista seja capaz de controla essa forma de crescimento para que, até mesmo no processo de descarte, o ambiente laboral não seja contaminado pelas suas amostras.

Como pudemos perceber no processo de contexto histórico da microbiologia, o controle científico do crescimento microbiano apenas começou a ser trabalhado a pouco menos de 120 anos atrás. Essas práticas incluíam a lavagem das mãos, como o proposto pelo Semmelweis, utilizando hipoclorito de cálcio para exterminar os micro-organismos que pudessem infectar pacientes no puerpério.

Além disso, também foi visto o desenvolvimento de técnicas como a de Lister e Pasteurs para a realização de cirurgias assépticas para impedir a contaminação microbiana de feridas cirúrgicas e o controle de contaminação em alimentos e bebidas.

No último século, o campo da microbiologia sofreu um forte avanço e os seus cientistas continuaram a desenvolver uma série de métodos físicos e agentes químicos para controlar o crescimento microbiano. Dessa forma, neste capítulo, o nosso objetivo é entender quais são os principais métodos para o controle dos micro-organismos antes e depois do processo infeccioso.


Esterilização

Quando falamos de controle microbiano no campo da saúde, a maioria das pessoas já associam essa prática ao uso do método de esterilização. Entretanto, é importante ressaltar que o termo “esterilização” é frequentemente mal empregado nesse contexto popular. De maneira geral, enquanto microbiologistas, precisamos entender a esterilização como a remoção ou destruição de todas as formas de vida microbiana.

Quando consideramos a realidade atual do estudo da microbiologia, entendemos que a ideia de esterilização não é possível na prática. Isso acontece pois, os príons são formas de vida microbiana altamente resistentes a todos os modos de esterilização.

Isso faz com que o uso do termo “esterilização” precise ter o seu conceito modificado, sendo assim, a definição de esterilização em geral estabelecida como a ausência de príons.

Para a esterilização de materiais na microbiologia, o aquecimento é o método mais comumente empregado, visando a destruição da maioria dos microrganismos, incluindo as formas mais resistentes, como os endósporos.

Entretanto, existe ainda a possibilidade de utilizarmos algumas substâncias químicas que são conhecidas como agentes esterilizantes. Elas podem ser líquidas ou gasosas, e normalmente, para um melhor controle microbiano, exigem a prática da filtração.

Além disso, é importante ressaltarmos que na maioria dos casos, a esterilização completa muitas vezes não é necessária, já que, diferente do que muitos pensam, as defesas normais do corpo podem lidar com alguns micro-organismos que penetram em uma ferida cirúrgica.

Em situações do dia-a-dia esse processo de controle microbiano é ainda mais simples. Por exemplo, um copo ou uma colher utilizados em um restaurante necessitam apenas de um controle microbiano suficiente para prevenir a transmissão de micro-organismos possivelmente patogênicos de uma pessoa para outra.

Dessa forma, o método de controle voltado para a destruição de micro-organismos nocivos comumente utilizados no dia-a-dia é denominado desinfecção. O restaurante fará a desinfecção dos seus materiais utilizando água e sabão.

O termo desinfecção normalmente está vinculado à destruição de patógenos na forma vegetativa, isso significa que as espécies presentes não são formadoras de endósporos, Isso indica que o método de controle utilizado não é o mesmo que esterilização completa. Processos de desinfecção podem ser realizados com o uso de substâncias químicas, radiação ultravioleta, água fervente ou vapor.

Na prática da microbiologia, quando um profissional faz uso de um produto químico (um desinfetante) para tratar uma superfície ou substância inerte, dizemos que ele está fazendo a desinfecção do local. Porém, se esse tratamento é dirigido a tecidos vivos, utilizamos a terminologia de antissepsia, onde o produto químico é então denominado antisséptico.

Assim, é comum que uma mesma substância química possa ser considerada como um desinfetante para um determinado uso e um antisséptico para outro. É claro que muitos produtos apropriados para lavar uma mesa, por exemplo, seriam muito agressivos para serem usados sobre tecidos vivos.

Além disso, quando temos a intenção de utilizar algum tratamento que causa a morte direta dos micro-organismos, devemos utilizar o sufixo -cida, que significa nada mais nada menos que morte. Um biocida ou germicida, por exemplo, mata os micro-organismos de forma geral, considerando algumas exceções, como os endósporos); já o fungicida mata os fungos; um viricida inativa os vírus; e assim por diante.

Existem ainda alguns tratamentos que somente inibem o crescimento e a multiplicação de bactérias; seus nomes têm o sufixo -stático ou -stase, esse termo significando parar ou diminuir, como na bacteriostase.

Como esses compostos não conseguem matar as bactérias, uma vez que um agente bacteriostático é removido, o crescimento é retomado.

Outra definição importante para o controle do crescimento microbiano é o termo grego para estragado ou podre, que denominamos sepse. Ela indica contaminação bacteriana, como nas fossas sépticas para tratamento de esgoto, ou na contaminação de tecidos vivos.

Por isso, quando um microbiologista fala que um objeto ou área está livre de patógenos, ele está dizendo que o ambiente se encontra asséptico. De igual forma, a assepsia é a ausência de contaminação significativa.



Este artigo pertence ao Curso de Microbiologia I - Bacteriologia

Faça o Curso completo grátis!!
Cursos Escola Educação © 2014 - CNPJ: 50.389.088/0001-53 - 2024. Todos os direitos reservados