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Documentos Históricos

No processo de consolidação dos direitos humanos, é importante destacar documentos históricos que antecederam a Declaração Universal dos Direitos Humanos, demonstrando que o conceito de direitos fundamentais não surgiu de forma abrupta, mas é o resultado de lutas e conquistas que se desenvolveram ao longo dos séculos. Esses documentos refletem marcos importantes na evolução dos direitos e liberdades que temos hoje.

  • Magna Charta Libertatum (Carta Magna) – 1215

A Magna Carta, também conhecida como a Carta do João Sem-Terra, é considerada um dos primeiros grandes documentos a limitar o poder absoluto dos governantes. Assinada em 1215, ela visava proteger certos direitos e liberdades dos cidadãos, especialmente da nobreza, frente ao poder do rei. 

Entre seus principais pontos, a Carta Magna promovia a liberdade da Igreja Católica em relação ao Estado, limitava a cobrança de impostos sem o consentimento dos barões e estabelecia a liberdade de locomoção para os cidadãos. Embora seus efeitos imediatos tenham sido limitados e revogados pouco tempo depois, sua importância histórica reside na introdução da ideia de que o poder do Estado pode e deve ser limitado pela lei.

  • Petition of Right – 1628

A Petition of Right é outro documento fundamental no contexto dos direitos humanos, sendo uma resposta às ações arbitrárias do rei Carlos I da Inglaterra. Apresentada em 1628, ela exigia, entre outras coisas, que a cobrança de tributos só fosse feita com a aprovação prévia do Parlamento, limitando assim o poder econômico do monarca. 

Além disso, a petição impunha restrições ao poder punitivo do Estado, como a proibição da prisão arbitrária e do uso indevido da lei marcial. A Petition of Right é vista como um passo importante na evolução da ideia de que os governantes devem obedecer à lei e respeitar os direitos dos cidadãos.

  • Bill of Rights – 1689

O Bill of Rights, promulgado na Inglaterra em 1689, é um documento crucial que formalizou diversas limitações ao poder do Estado, especialmente em relação ao papel do monarca. Ele estabeleceu o princípio da legalidade, que afirma que o governo deve agir dentro dos limites da lei, e fortaleceu o Parlamento como uma instituição central no processo de governança. 

Entre suas disposições, o Bill of Rights proibia a imposição de multas ou penas sem um processo legal adequado, reforçando a proteção das liberdades individuais. No entanto, apesar de seus avanços, o documento ainda mantinha algumas práticas opressivas, como a escravidão e a perseguição religiosa.

  • Declaração de Direitos da Virgínia – 1776

A Declaração de Direitos da Virgínia foi um marco no reconhecimento dos direitos individuais, proclamando que todos os homens têm direitos inalienáveis, como o direito à vida, à liberdade e à propriedade. 

Essa declaração influenciou não apenas os Estados Unidos, mas também outros países que buscavam formalizar direitos fundamentais em suas constituições. Ela foi uma das primeiras declarações modernas a reconhecer explicitamente que os indivíduos possuem direitos naturais, que devem ser protegidos pelo Estado.

  • Declaração de Independência dos Estados Unidos – 1776

A Declaração de Independência dos Estados Unidos, adotada no mesmo ano que a Declaração de Direitos da Virgínia, é um dos documentos mais emblemáticos da história dos direitos humanos. Além de proclamar a independência das treze colônias americanas em relação à Grã-Bretanha, a declaração estabeleceu princípios centrais, como a divisão de Poderes e a garantia de liberdades individuais. 

Suas emendas, conhecidas como a Bill of Rights dos Estados Unidos, trouxeram avanços importantes ao reconhecer direitos fundamentais como a liberdade de expressão, o direito ao julgamento justo e a proibição de punições cruéis e incomuns.





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