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IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO FÍSICA E ESPORTE ADAPTADO

O esporte adaptado foi idealizado pelo médico inglês Sir Ludwing Guttmann, neurologista e neurocirurgião, no ano de 1944. Sir Ludwing desenvolvia suas atividades profissionais no centro de lesados medulares do Hospital de Stoke Mandeville e desenvolveu um programa de recuperação para seus pacientes envolvendo uma série de modalidades desportivas. Outro marco importante do processo de implantação e evolução dos esportes adaptados foi um grupo de lesados da Segunda Guerra Mundial, com problemas de lesões medulares, amputações e mutilações. 


O mesmo iniciou a prática de atividades esportivas com o objetivo de esquecer o horror vivido durante a guerra. O que na época tinha como único objetivo restabelecer emocionalmente as lembranças dos campos de batalha e enfrentar as conseqüências da vida pós-guerra transformou-se em algo muito além de meros exercícios fisioterápicos. Virou uma nova razão de viver, descobrindo novos horizontes, perspectivas e oportunidades para os deficientes físicos.


A prática de modalidades esportivas adaptadas no Brasil teve início após o ano de 1950, onde o carioca Robson Sampaio de Almeida fundou o clube do otimismo e o paulista Sérgio Serafim Del Grande fundou o clube dos paraplégicos. Os mesmos tornaram-se deficientes físicos em acidentes e procuraram reabilitação nos Estados Unidos. E, após a participação em diversas modalidades esportivas como parte integrante do programa de recuperação, retornaram ao Brasil e fundaram instituições com o objetivo de auxiliar a recuperação de outros deficientes.

Desde então, de forma muito lenta e desconfiada inicialmente e de certa forma mais acelerado nos últimos anos, o movimento do esporte adaptado para deficientes tem ganhado campo e trilhado um caminho estabelecido pelos órgãos internacionais em convenções da área. Este caminho contempla a incorporação e efetivação de orientações e a busca de evoluções nos diversos campos do conhecimento do esporte adaptado, conseguindo assim uma participação cada vez mais efetiva e consistente neste campo de atuação.


A prática regular de um programa de exercícios físicos ou prática esportiva por pessoas com deficiência física pode ter três objetivos distintos: lazer, competição ou terapêutico. O deficiente pode praticar exercícios ou esportes simplesmente pelo fato de lazer ou diversão, da mesma forma que a maioria das pessoas tidas como normais. Pode ainda, aperfeiçoar esta prática, treinar e evoluir consideravelmente até participar de competições desportivas da modalidade em questão. Ou, pode estar inserido na prática de esportes ou exercícios como forma de recuperação física, emocional e até mesmo social. O deficiente físico, quando pratica um programa regular de exercícios físicos, é beneficiado de diversas formas:


  • A espasticidade de Paralisados Cerebrais pode ser reduzida pela prática esportiva, assim como também ocorre melhorias na coordenação motora geral e no equilíbrio;

  • No que se refere à compensação ou regeneração de distúrbios de ordem psíquica, sabe-se que a prática regular e bem orientada de exercícios físicos e modalidades esportivas estimula, entre outras, a produção de endorfinas e catecolaminas responsáveis, respectivamente, por sensações de bem estar e pelo combate à depressão;

  • Melhora da motivação, da autonomia e auto-estima, pois o esporte possibilita ao deficiente perceber-se saudável e livre de doenças;

  • Alívio de dores musculares, lombares e demais dores corporais;

  • Diminui o percentual de gordura e auxilia no controle do peso corporal;

  • Melhora da força muscular, capacidade respiratória e flexibilidade;

  • Fortalece ossos, músculos, tendões e articulações;

  • Melhora a capacidade cardiovascular;

  • Atua na regulação hormonal e enzimática;

  • Diminui os índices do colesterol ruim e triglicerídeos e aumenta os índices do bom colesterol;

  • Diminui os sintomas de ansiedade e incapacidade;

  • Diversos outros benefícios proporcionados pela prática regular de exercícios físicos e esportes.


A maior parte dos deficientes físicos pode e deve se beneficiar da prática da educação física e modalidades esportivas adaptadas. O grau e o tipo de deficiência, educabilidade e histórico motor, nível de interesse, metas e objetivos educacionais gerais determinam as modificações e as adaptações necessárias.     A segurança dos alunos no momento da execução de exercícios ou da prática de esporte, juntamente com o acompanhamento de perto pelos professores das atividades realizadas, asseguram o primeiro estágio de desenvolvimento dos participantes.

Como a maioria dos problemas apresentados é de origem médica, é importante que os professores de educação física mantenham contato direto com os profissionais de saúde que atendem os deficientes para prescreverem programas que supram suas necessidades especiais. O professor de educação física, antes de prescrever qualquer exercício, esporte ou atividade física deve realizar uma avaliação física de seu aluno, visando detectar possíveis problemas orgânicos, motores, antropométricos e fisiológicos como falta de flexibilidade, incapacidade de sustentar atividade aeróbica, capacidade respiratória, limites cardíacos, a falta de força e resistência para erguer o corpo, transferi-lo de forma independente, ou para erguer o corpo para prevenir úlceras de decúbito (escaras), força e resistência para impulsionar a cadeira de rodas ou se locomover com auxílio de muletas, próteses e percentual de gordura 


Para participar de um programa de exercícios físicos ou para a prática de modalidades desportivas, seja com o objetivo de lazer, competição ou terapêutico é obrigatório que a pessoa com deficiência física se submeta a uma avaliação médica e funcional para que sejam detectadas, principalmente, as condições secundárias de saúde, que normalmente são fatores limitantes para essas práticas, tais como: infecções, febre, alterações acentuadas de temperatura corporal, dermatites, escaras, dor sem causa conhecida, recuperação após cirurgias e fraturas.


Antes de inserir o deficiente em atividades esportivas ou em programas de exercícios deve-se observar o princípio da adaptação, ou seja, deve-se proporcionar a prática de atividades introdutórias à modalidade. O deficiente lentamente vai realizando exercícios leves, simples e básicos que lhe proporcionarão a base da prática esportiva. Outro ponto importante que deve ser observado é em relação aos equipamentos e aparelhos a serem utilizados na execução do programa de exercícios ou na prática da modalidade esportiva.


Como exemplo de instrumento para a prática esportiva será abordada a cadeira de rodas. Para alunos usuários de cadeira de rodas, deve haver inicialmente uma adaptação a esse novo instrumento ou equipamento, através de atividades específicas a serem praticadas na cadeira. O treinamento deve englobar exercícios para aprimorar a propulsão da cadeira nas diversas situações como: para frente, para trás, em curvas, com obstáculos, em terrenos acidentados, movimentação lenta, média, acelerada. O importante do treinamento, é que o aluno torne-se íntimo da funcionalidade e estrutura da cadeira e do seu controle sobre ela antes de iniciar a prática da modalidade especificamente. Esse procedimento evitará acidentes, quedas e possíveis lesões e fraturas.



Este artigo pertence ao Curso de Educação Física Adaptada

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