Iniciando a Educação Financeira: Orçamentos
A todo momento estamos falando de planejamento, consumo e orçamentos. Mas será mesmo que você está fazendo isso de forma correta?
Apesar de ser uma prática milenar, o orçamento não se trata apenas de juntar valores numa conta de matemática básica. Muitas vezes, desejamos consumir mais do que a nossa renda nos permite e por isso entramos em conflito entre o desejo e a razão. Mas isto não significa que devemos abrir mão do que sonhamos.
Na verdade, tudo se trata da capacidade de realizar o consumo planejado de bens e serviços, dessa forma, conseguimos evitar o superendividamento e a desestabilização da nossa saúde financeira e para isso, utilizamos o orçamento.
O orçamento é uma ferramenta matemática que nos permite realizar nossos sonhos de forma consciente a partir do registro de toda e qualquer movimentação financeira, incluindo a renda, os custos e os investimentos necessários para a realização da meta que está sendo orçada.
A sua importância está atrelada a diversos fatores que influenciam e impactam diretamente na nossa capacidade de compra e liberdade financeira, tais como a identificação dos hábitos de consumo, o gerenciamento controlado de imprevistos, o consumo contínuo, a ciência da sua realidade financeira e a possibilidade de elaboração de metas e projetos pessoais.
Mas agora você pode estar se perguntando: como construir um orçamento pessoal para entender a minha realidade financeira?
Para facilitar o desenvolvimento do seu orçamento, descrevemos uma técnica de quatro passos para você seguir no gerenciamento das suas finanças pessoais. São elas: planejar, registrar, agrupar e avaliar.
Planejamento
O primeiro ponto para a construção de um orçamento está na organização e disciplina. Você precisará entender o seu nível de consumo e para isso terá que registrar toda e qualquer despesa durante um determinado período de tempo. Isso facilitará no entendimento das suas necessidades, de custo fixo, como despesas de casa e de lazer, que são importantes para a sua saúde física e mental.
Para realizar este planejamento, você precisará entender alguns conceitos como:
- Renda fixa: são as receitas adquiridas que não variam, ou variam muito pouco, como os valores de rendimento obtidos por aluguéis, salário ou aposentadoria;
- Renda variável: são as receitas que possuem variações grandes de um mês para o outro, como comissões de vendas, ganhos com aulas particulares, ganhos em prestação de serviços avulsos e etc.
- Despesas fixas: são aquelas despesas que precisam ser descontadas todo mês com valores pré-definidos, como conta de internet, mensalidade escolar, valor de aluguel, prestação de um financiamento.
- Despesas variáveis: são as contas que apesar de estarem inclusas todo mês no orçamento, podem sofrer variações como as contas de água, luz e telefone, bem como o valor aproximado gasto com transporte e alimentação. Para realizar essa parte do orçamento, você poderá fazer uma previsão comparando os valores adquiridos nos meses anteriores.
É importante lembrar ainda dos custos já assumidos, como faturas de cartão de crédito e cheques pré-datados. Assim como também é necessário contar os compromissos sazonais, como seguros, matrículas escolares e impostos.
Registro
Já a segunda etapa do seu processo de orçamento está no registro desses gastos. Eles podem ser realizados através de cadernetas, agendas, bloco de notas ou no computador, através de planilhas, por exemplo. O mais importante aqui, é realizar as anotações de forma periódica evitando esquecimentos. Você pode fazer isso semanalmente, anotando as despesas obtidas durante o decorrer dos dias, ou ainda de forma diária, evitando que alguns gastos passem despercebidos.
Algumas dicas para este processo são:
- Guarde os comprovantes de compras;
- Confira os extratos bancários e de pagamentos;
- Registre a forma de pagamento utilizada (dinheiro, débito ou crédito);
Agrupamento
Em seguida, a terceira fase da metodologia está na realização do agrupamento de custos. Uma ferramenta muito interessante para este tipo de atividade é o Excel. A forma como você vai realizá-lo depende muito da realidade da sua vida e da sua família. Você pode fazê-lo por segmentos como: alimentação, lazer, educação ou ainda com outros segmentos mais adequados a seu padrão financeiro.
Isto te ajudará a entender, por exemplo, em quais áreas o seu dinheiro está sendo mais aplicado, podendo assim realizar o gerenciamento e a redução de custos desnecessários.
Avaliação
A última fase do seu orçamento definirá a sua situação atual de investimento e poder aquisitivo. Trata-se da avaliação dos dados óbitos entre receita vs. despesas. Como dito anteriormente, quando a sua despesa está maior que a sua receita, você está passando por um momento deficitário no seu orçamento pessoal. Agora, se no seu caso, a receita for maior que a despesa, você está sendo capaz de aplicar valores a sua poupança, possibilitando uma maior abertura de poder de compra.
Para melhorar o seu orçamento futuro, é importante realizar algumas reflexões:
- Quais são os meus sonhos e metas financeiras?
- Meu orçamento atual me permite realizar esses sonhos? Em quanto tempo?
- É possível reduzir gastos desnecessários dentro do meu orçamento?
- É possível aumentar minhas receitas?
Iai? Está pronto para construir o seu orçamento? Lembre-se que todas essas etapas precisam ser realizadas com a sua família, afinal, cada um sabe com o que foi gato o dinheiro e só assim você conseguirá obter os valores reais das suas despesas e receitas. Além disso, lembre-se que os seus objetivos devem estar alinhados, evitando frustrações desnecessárias.
Ah, caso você esteja frustrado com a sua capacidade de investimento, não se preocupe! Estamos aqui para te auxiliar a conseguir o nível de estabilidade financeira dos seus sonhos. E jamais se esqueça que o primeiro passo é sempre o mais difícil, portanto, você está de parabéns somente por ter iniciado a sua trajetória rumo a educação financeira.
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