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LITERATURA NA EDUCAÇÃO INFANTIL

A Constituição Federal de 1988 definiu a concepção de educação como um direito do cidadão desde o nascimento, algo que provocou mudanças profundas na Educação Infantil a partir dos anos 2000. Dentro dessas transformações também está a definição da Educação Infantil como a primeira etapa da Educação Básica, de acordo com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Por isso, creches e pré-escolas devem atender a normas específicas da área educacional tendo em vista a obediência de critérios e parâmetros de qualidade para esse atendimento.


Além disso, as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil estabeleceram que as instituições e práticas educativas devem ter como eixo orientadores as interações e a brincadeira, pois são as crianças e a infância as referências para construir o currículo dessa etapa educacional.


Nesse sentido, o aprendizado da linguagem escrita é um tema de suma importância na construção da identidade da Educação Infantil. Em 2008, o Ministério da Educação (MEC), promoveu uma reunião técnica com especialistas das áreas de alfabetização, leitura e escrita e Educação Infantil com os seguintes objetivos:


▪ Analisar o papel da Educação Infantil na formação do leitor e as demandas para uma política nacional de leitura.

▪ Construir um posicionamento sobre o papel da Educação Infantil na formação do leitor para que o MEC possa assumi-lo na orientação dos sistemas de ensino.

▪ Tornar visível a especificidade da Educação Infantil, diferenciando esta etapa da Educação Básica do Ensino Fundamental, bem como da ação da família e da comunidade.


Algumas temáticas foram definidas após essa reunião, sendo que a discussão sobre a leitura e a escrita resultou na elaboração do texto “A linguagem escrita e o direito à educação na primeira infância” (BAPTISTA, 2010). E em 2013, para dar continuidade ao ciclo de debates, o MEC, por meio da COEDI, realizou uma nova reunião técnica e com a cooperação de representantes da Organização dos Estados Ibero-Americanos (OEI) e gestores públicos construíram os consensos a seguir:


▪ A urgência de o MEC assumir um posicionamento quanto às orientações para um trabalho pedagógico com a leitura e a escrita na Educação Infantil.

▪ A necessidade de que as propostas pedagógicas contemplassem práticas que assegurassem a continuidade do processo de inserção das crianças de zero a cinco anos na cultura letrada, até mesmo por uma questão de justiça social.

▪ A noção de que reduzir a discussão da leitura e da escrita à dicotomia alfabetizar ou não na Educação Infantil seria um equívoco, uma vez que o cerne do problema reside no que deve ser priorizado na Educação Infantil e em como possibilitar o acesso das crianças à cultura escrita.

▪ A necessidade de que fosse assegurado, nas creches e nas pré-escolas, um vasto acervo de livros de literatura e de livros informativos adequados a cada uma das faixas etárias que constituem a Educação Infantil.

▪ A noção de que, para o sucesso dessas determinações, a formação dos professores da Educação Infantil deveria ser assegurada a partir de ações continuadas referenciadas nas práticas e na formação cultural dos docentes.

▪ A clareza de que o diálogo com os gestores municipais de educação seria imprescindível para o fortalecimento das políticas de Educação Infantil e de um trabalho de rede capaz de integrar a formação às práticas pedagógicas.


É pertinente lembrar que a literatura infantil é capaz de promover mudanças nas três áreas vitais do ser humano: atividade, inteligência e afetividade. Ela inspira e intervém em todos os aspectos da educação dos alunos. A leitura rápida e compreensiva de um texto, por exemplo, é um automatismo possibilitado pela literatura, bem como a leitura reflexiva, a aprendizagem de termos e conceitos, são frutos dessa mesma vertente.


A literatura infantil educa, instrui e distrai e pode ser dividida em dois momentos: a escrita e a lendária. Esta nasceu da necessidade que as mães tinham de se comunicar com seus filhos e contar sobre as coisas que estavam ao redor. Tudo era apenas contado, mas não registrado. No século 17 surgiram os primeiros livros infantis a partir da escrita dessas histórias contadas. O início da literatura infantil pode ser marcado com Perrault, entre os anos de 1628 e 1703, com os livros "Mãe Gansa","O Barba Azul", "Cinderela", "A Gata Borralheira", "O Gato de Botas" e outros.


Em seguida, apareceram escritores como Andersen, Collodi, Irmãos Grimm, Lewis Carrol e Bush. Especificamente no Brasil, a nossa literatura foi marcada pelo "O Patinho Feio" de Andersen. Depois, surge Monteiro Lobato com o livro "Narizinho Arrebitado". Ele se tornou um dos mais influentes escritores brasileiros do século 20. Inclusive, é possível dizer que ele foi o precursor da literatura infantil no Brasil. Esse autor estimula a interpretação da realidade nacional nos seus aspectos social, político, econômico e cultural.


No século 19, o acervo popular europeu foi reelaborado e a renovação se aproximou da Literatura Infantil com um pensamento progressista.

Com esse panorama em mãos, é possível dar início a este curso de Literatura na Educação Infantil.

Bom curso!



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