OS MELHORES BRINQUEDOS PARA UMA BRINQUEDOTECA
É importante notar que os brinquedos precisam motivar, despertar e atender as necessidades, criatividade e interesses da criança e, ser compatível a sua faixa etária e estágio de desenvolvimento; ser multifuncional, versátil, com devida atenção à composição, segurança, funcionamento, formato, características de cores, espessuras, tamanhos e durabilidade dos mesmos. Deve-se evitar brinquedos que instigam a violência e a situações eróticas.
É importante ressaltar que a criança se interessa pelos objetos que fazem parte do seu mundo; da necessidade de expressão das fantasias e do desejo de possuir um jogo por estar na moda; limita-se a uma determinada faixa-etária, estimulando o brincar por pouco tempo; a sofisticação dos brinquedos pode não atender a fase de desenvolvimento ficando o brinquedo sem utilidade; muitos jogos artesanais e pedagógicos não são dispendiosos.
Há a necessidade de diferenciar a beleza e utilidade de um brinquedo à criança, ou seja, atender ao interesse dela; utilizar de materiais descartáveis para confecção de jogos é uma medida inteligente, sob o ponto de vista educativo. Portanto, o acervo de brinquedos da Brinquedoteca deve permitir o desenvolvimento de capacidades e estimular potencialidades, criando a compreensão das mais diversas formas de arte, de comunicação e comportamento social equilibrado da criança, sob a orientação de um brinquedista ou responsável que entenda sobre o assunto.
Entre os inúmeros brinquedos e jogos utilizados pelas brinquedotecas, os mais procurados pelas crianças são: Gamão, Xadrez, Damas, Ludo, Go, Dominó, Jogo de dados, Banco Imobiliário, Futebol de Botão, Barbie, Bola, Ursinho de pelúcia, Carrinho de madeira ou metal, Cata-ventos, Palavra cruzada e peças de montar.
Classificação dos jogos e brincadeiras
O ato de jogar é tão antigo quanto o próprio homem, e o jogo fazem parte da essência de ser dos mamíferos. O jogo é necessário ao nosso processo de desenvolvimento, tem uma função vital para o indivíduo principalmente como forma de assimilação da realidade, além de ser culturalmente útil para a sociedade como expressão de ideais comunitários. Na concepção piagetiana, os jogos consistem numa simples assimilação funcional, num exercício das ações individuais já aprendidas gerando, ainda, um sentimento de prazer pela ação lúdica em si e pelo domínio sobre as ações.
Portanto, os jogos têm dupla função: consolidar os esquemas já formados e dar prazer ou equilíbrio emocional à criança. Segundo Vygotsky, o lúdico tem grande influência no desenvolvimento da criança. É através do jogo que a criança aprende a agir, sua curiosidade é estimulada, adquire iniciativa e autoconfiança, proporciona o desenvolvimento da linguagem, do pensamento e da concentração. Os jogos mantêm uma relação estreita com a construção do conhecimento e possui influência como elemento motivador no processo de ensino e aprendizagem.
Existem certos elementos que caracterizam os diversos tipos de jogos e que podem ser resumidos assim:
Capacidade de absorver o participante de maneira intensa e total (clima de entusiasmo, sentimento de exaltação e tensão seguido por um estado de alegria e distensão). Envolvimento emocional
Atmosfera de espontaneidade e criatividade.
Limitação de tempo: o jogo tem um estado inicial, um meio e um fim; isto é, tem um caráter dinâmico.
Possibilidade de repetição
Limitação do espaço: o espaço reservado seja qual for à forma que assuma é como um mundo temporário e fantástico.
Existência de regras: cada jogo se processa de acordo com certas regras que determinam o que "vale" ou não dentro do mundo imaginário do jogo. O que auxilia no processo de integração social das crianças.
Estimulação da imaginação e auto-afirmação e autonomia
As classificações de jogos e brinquedos são tão numerosas que seria impossível e mesmo desnecessário, citá-las todas. No entanto, elas podem ser agrupadas em diversas categorias que foram surgindo freqüentemente no decorrer da evolução das diversas concepções do brincar, várias delas subsistindo e se superpondo. Assim vamos observar:
classificações etnológicas ou sociológicas que analisam os brinquedos em função do papel que lhes é atribuído (ou que a classificação lhes atribui) nas diversas sociedades
classificações filogenéticas que analisam os brinquedos em função da evolução da humanidade, evolução esta reproduzida pela criança em seus jogos
classificações psicológicas que se fundamentam na explicação do desenvolvimento da criança e em função das quais se estabelece uma hierarquia dos jogos
classificações pedagógicas que distribuem os brinquedos segundo diferentes aspectos e opções dos métodos educativos
No decurso de seus trabalhos, o ICCP (International Council for Children's Play) definiu critérios relativos a quatro qualidades fundamentais segundo as quais o brinquedo pode ser analisado:
O valor funcional: É caracterizado pelas qualidades intrínsecas do brinquedo (dado retomado em parte pelas normas de segurança). Isto é válido para todo objeto visual, mas como o brinquedo se destina a seres em desenvolvimento, seu valor funcional diz respeito à sua adaptação ao usuário: em outros tempos, os primeiros jogos de construção eram minúsculos, adaptados à mão da criança, calmamente sentada frente a uma mesa; hoje a maioria deles está na escala da mesma criança brincando no chão, com todo seu corpo.
O valor experimental: Diz respeito àquilo que a criança pode fazer ou aprender com seu brinquedo, em todos os níveis: fazer ruído, rodar, encaixar, construir, medir, classificar... Engloba todas as caixas de conteúdo técnico ou científico (por exemplo, a maleta de médico, a montagem de modelos reduzidos) e os jogos didáticos. Estes últimos foram durante muito tempo uma das raras formas de jogo admitida pela sociedade: o jogo de percurso da História da França, o loto das sílabas... nos séculos XVIII e XIX, reforçavam o ensino, mas ignoravam a educação pré-escolar.
O valor de estruturação: Relaciona-se com o desenvolvimento da personalidade da criança e abrange o "conteúdo simbólico" do jogo e do brinquedo: projeção, transferência, imitação. Vestir uma fantasia pode parecer absurdo, porém à criança é uma forma de experimentar um "modo de ser". Esta função permite assimilar emoções e sensações (ninar a boneca), descarregar tensões (brinquedos ditos agressivos). Este valor diz respeito a tudo que concorre à elaboração da área afetiva.
O valor de relação: Diz respeito à forma segundo a qual o jogo ou brinquedo facilitam o estabelecimento de relações com outras crianças e com os adultos, propondo o aprendizado de regras (jogos de loto), de comportamentos (jogo de comidinha) , de simulação (jogos de papéis e de empatia) . A função de relação de um brinquedo pode ser objeto de uma experiência direta (aprender a jogar cada um na sua vez), mas freqüentemente, nesta área como em todos os aspectos do jogo, a contribuição é sobretudo indireta (em segundo grau): o jogo de damas é o único campo onde um filho pode vencer o pai e resolver assim situações familiares conflituosas.
Cada brinquedo encerra estas quatro qualidades num maior ou menor nível, geralmente uma delas é dominante e é esta que será usada para a classificação básica. Esta classificação teve seu desenvolvimento continuado por trabalhos e numerosas verificações práticas, principalmente no conjunto de estudos dirigidos na Itália pelo CIGI (Comitato Italiano per il Gioco Infantile), para o estabelecimento das primeiras brinquedotecas e, na França, pelo CNIJ (Centre National d'Information du Jouet). Ambos concluíram pela criação de esquemas de análise levando em conta vários critérios:
a idade média de utilização (dado que só pode ser uma referência quando completado e corrigido por outros fatores). Cinco grandes faixas etárias foram determinadas:
as grandes áreas que constituem a personalidade da criança. Cinco grandes componentes foram levados em consideração:
as principais categorias de brinquedos. Os brinquedos foram agrupados em seis grandes classes:
Este artigo pertence ao Curso de Brinquedoteca e Aprendizagem Infantil
Faça o Curso completo grátis!!