Agora que você já entende os riscos envolvidos no procedimento de limpeza de pele e como as suas habilidades e conhecimentos sobre esse importante órgão do nosso corpo pode afetar a vida de um paciente, chegou o momento de conhecermos um pouco mais sobre as principais técnicas de limpeza de pele utilizadas na atualidade
Um dos procedimentos mais procurados pelos brasileiros na limpeza de pele são os peelings.Os Peelings são técnicas de clareamento facial para promover a renovação celular. O termo peeling é de origem inglesa e se refere ao ato de descamar ou descascar algo.
O nome do procedimento ficou conhecido devido a um dos efeitos da sua aplicação que é a descamação da pele após alguns dias, a depender do procedimento realizado.
De maneira geral, os peelings são classificados em quatro grupos de acordo com o nível de profundidade gerado no processo de indução da necrose tecidual. Apesar de parecer algo complexo, o peeling é uma prática segura utilizada há muitos anos ao redor do mundo para conseguir limpar a pele e promover um melhor aspecto estético.
Conheça a classificação dos peelings realizados hoje no Brasil:
a) Muito superficial: é o tipo de peeling mais utilizado nos procedimentos estéticos de limpeza de pele. Ele tem como objetivo afinar ou remover o estrato córneo (primeira camada da epiderme), sem o desenvolvimento de lesões abaixo do estrato granuloso.
b) Superficial: também podem ser aplicados com objetivo estético, porém, esse tipo de peeling é mais agressivo e deve ser feito com recomendação de um médico dermatologista. O seu objetivo é conseguir induzir um processo de necrose de parte ou de toda epiderme, inclusive do estrato granuloso e da camada de células basais.
c) Médio: normalmente esse tipo de peeling não é utilizado nos estabelecimentos estéticos devido à sua alta agressão à camada de proteção da pele. O objetivo é conseguir remover toda a epiderme a partir da necrose induzida, além disso, parte ou toda a derme papilar também pode ser removida.
d) Profundo: apenas utilizados em procedimentos médicos. Esse peeling normalmente é utilizado no tratamento de doenças abrasivas através da indução de necrose da epiderme e da derme papilar que se estende até a derme reticular. É comum que os dermatologistas indiquem os pacientes dos peelings mais agressivos para a realização de outros procedimentos de limpeza, ressaltando assim a necessidade de realizar a anamnese do paciente antes de qualquer procedimento pretendido.
De acordo com alguns estudiosos da dermatologia, o peeling é um tratamento com diversas aplicabilidades, ou seja, ele ultrapassa as barreiras estéticas para promover o bem-estar e maior qualidade de vida para o paciente. Dentre essas aplicabilidades podemos citar: casos de rugas, melanoses, queratoses actínicas, melasma, hiperpigmentação pós-inflamatória, cicatrizes atróficas, estrias, queratose pilar e para clareamento da pele.
Entretanto, devido à sua forma de atuação, os peelings são contra-indicados para pacientes em gestação, ou em casos de discromia por incidência à luz do sol, estresse ou escoriações neuróticas e principalmente no caso de pacientes que estão fazendo uso de isotretinoína oral(ou Roacutan, como também é conhecido).
Além disso, pessoas que estão passando por um processo de cicatrização, que tenham tendências a formar quelóides ou apresentem sensibilidade excessiva com produção de hipercromia também não estão indicadas para esse tipo de procedimento, já que o resultado final pode apresentar mais malefícios à saúde e a qualidade de vida do cliente.
Conheça a seguir alguns das principais metodologias de peeling aplicado no brasil:
Peeling físico: É um tipo de peeling superficial que, como o próprio nome sugere, é realizado através de métodos físicos. Para isso, o profissional utiliza um aparelho em que é feita uma esfoliação na pele, causando a dermoabrasão da região em que está sendo utilizado. Os procedimentos mais comuns de peeling físico no Brasil são o peeling de cristal, peeling de diamante e microdermoabrasão.
Peeling químico: Esse peeling pode ser aplicado tanto de forma superficial quanto de maneira mais agressiva. Para isso, o profissional utiliza de algumas substâncias sintéticas em forma de ácidos para agredir a pele e induzir o processo de descamação. Algumas dessas substâncias são o ácido hialurônico, ácido glicólico, ácido retinóico, entre outros.
Atualmente, os estabelecimentos brasileiros utilizam uma combinação de componentes denominada como solução de Jessner. Essa solução é uma mistura de resorcina, ácido salicílico, ácido lático e etanol. Além disso, também podemos utilizar o peeling químico com CO2 sólido em casos de tratamento de acne.
Peeling biológico: Atualmente, existem estabelecimentos que atuam de maneira ilegal ao utilizar os peelings biológicos. Esses procedimentos são realizados com enzimas de frutas para causar a abrasão mais superficial da pele. No entanto, seu uso ainda não está padronizado de forma segura e os esteticistas não têm aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) para aplicar esse tipo de protocolo.
Peeling com laser: É um tipo de peeling feito a partir de aparelho a laser e que pode ter aplicação tanto superficial como profunda. Normalmente, as clínicas estéticas utilizam equipamentos de até 1064nm para conseguir aquecer a pele de dentro para fora e estimulam a troca de células Uma vantagem desse protocolo é que ele consegue fazer esse processo de renovação sem que o cliente precise passar pela descamação. Também são utilizados aparelhos de CO2 fracionado que apresentam um custo mais elevado para o profissional.
Peeling vegetal: É uma outra espécie de peeling que não é muito utilizada. Apesar de não ser proibido pela Anvisa, o peeling vegetal, ou gomagem, como também é conhecido, é um método de performance limitada, e por isso a sua aplicação apenas tem o poder de descamar a pele sem conseguir resultados com maior qualidade.
Apesar da ampla aplicação dos peelings nos procedimentos estéticos e no tratamento de algumas enfermidades, após a sua realização o paciente pode apresentar algumas complicações que, em geral, estão relacionadas à indicação incorreta do procedimento.
Por isso, é importante que você tenha registrado todas as orientações, queixas e linha de avaliação para que seja possível identificar quais foram as orientações deficientes ou não obedecidas pelo cliente, ou ainda, se foi algum problema na técnica de aplicação.
Isso não significa que você utilizou da técnica correta, mas que pode ter tido algum problema no produto, como no carregamento do agente, na diluição dos ácidos ou ainda no lote do cosmético adquirido.
Além disso, identifique quais locais não puderam ser tratados devido a presença de escoriações levando que pudessem levar a infecção, cicatrizes, hiperpigmentação, erupção acneiforme, hipopigmentação, por identificar alguma sensibilidade devido a dermatite de contato irritativa ou alérgica, dentre outros fatores.