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Produção de Texto - Produção e Correção

Com o avanço do aprendizado das crianças, as práticas de produção textual se tornam uma rotina na alfabetização.

A produção textual deve ser introduzida desde cedo, ainda na educação infantil.

Há quem defenda que escrever textos deve ser uma tarefa a ser desenvolvida após o processo de alfabetização.

Entretanto, existe uma grande contradição nessa afirmativa. Isso porque é no momento das práticas de leitura e escrita, que as crianças refletem sobre o funcionamento do sistema alfabético, na interação entre os pares e objeto de conhecimento.

Nas práticas de sala de aula o texto oral tem sido colocado como ponto de partida para o texto escrito.

Além disso, os gêneros textuais devem estar presentes na sala de aula e os alunos estão aprendendo a ler com textos mais significativos e reais. Não há dúvidas quando o papel desses textos na formação e aprendizado dos alunos.

A produção de texto pelo aluno deixou de ser pretexto para correção ortográfica. Na verdade, essa atividade é um novo parâmetro de mediação do professor para analisar e desenvolver o potencial do aluno.

Nesse sentido, quando nos atentamos a pontos na produção de texto para além da mera correção ortográfica, compreendemos que, na verdade, o ato de escrever é o domínio de um conjunto funcional discursivo, semântico e formal.

Por isso, a construção de textos deve ser feita de forma dinâmica, cognitiva e discursiva. E para “quebrar o gelo” e a dificuldade desses alunos em escrever, o processo deve ocorrer por meio das interações sociais, dos usos e das funções sociais da linguagem, como meio de apreender a realidade.

Desafios na produção de texto

O primeiro ponto que deve ser observado é a forma como os alfabetizadores enxergam as produções dos alfabetizando.

Por isso, é de suma importância que esse educador pare de focar somente no produto, ou seja, no texto pronto, e comece a focar no processo. Mas que processo seria esse?

Bem, basicamente é necessário avaliar o modo crianças constroem suas práticas no contexto escolar e as estratégias pedagógicas que a escola promove para a formação desse produtor de texto.

A produção de texto é um processo de interação, diálogo, e constituição de sujeitos. Ou seja, essa atividade constitutiva marca os processos interativos dos sujeitos.

Nesse sentido, o alfabetizador precisa prestar atenção em dois pontos:

  • O que acontece fora da interação afeta o processo de desenvolvimento do produtor de texto.
  • Considerar ERRO o que é processo de aprendizagem é uma incoerência pedagógica.

Outro desafio que deve ser notado é a heterogeneidade dos alunos. As crianças convivem em meios letrados e culturas diferentes.

Nesse sentido, cada um traz para a sala de aula uma bagagem e essa situação mostra que algumas crianças podem ter maior facilidade para aprender a escrever um texto do que outras.

É necessário entender que para produzir textos, além de precisar ter o que dizer, a criança precisa realizar uma operação mental, que é da ordem da cognição.

As estruturas morfossintáticas complexas são adquiridas mais tarde, isto é, são uma evolução gradual e contínua.

Dessa forma, conseguimos compreender por que algumas crianças precisam de mais tempo para planejar as ideias (grau de planejamento verbal).

Nesse sentido, o desenvolvimento dessa habilidade demanda prática e acompanhamento dos alfabetizadores.

Mesmo diante das diferenças, a escola tenta buscar uma homogeneização, a fim de oferecer progresso a toda turma.

Cenários e soluções na produção textual

A correção das produções dos alunos pode ser uma tarefa um tanto quanto complexa.

Isso porque essa ação demanda a análise de diversos aspectos, como a estrutura, ortografia, coesão, coerência, sequência lógica de fatos, entre outros parâmetros.

Nesse sentido, não existe uma fórmula mágica para mostrar se o seu aluno está sendo brilhante.

Na verdade, como vimos anteriormente, é necessário analisar o processo, os erros e acertos. Dessa forma, é possível enxergar a evolução desses indivíduos.

Contudo, para ilustrar melhor a situação, a Clarissa Pereira, Pedagoga e especialista em Alfabetização e Letramento e Mestra em Educação, nos instiga a imaginar cenários que acontecem na sala de aula e suas respectivas soluções.

Acompanhe:

Cenário 1: Muitos alunos de vez esperando para mostrar os textos.

Solução: Na sala de aula, entre os pequenos, existe uma cultura muito forte de aprovação por parte dos professores. Ou seja, tudo o que as crianças fazem, cada passo, precisa de um ok dos tutores.

Para evitar esse tipo de situação, a ideia é fazer a revisão individual, que pode ser guiada por algum roteiro.

Dessa forma, o alfabetizador pode ensinar a revisar dando textos com erros propositais, a fim de ajudar as crianças a serem os “detetives” do texto dela.

Com isso, é possível criar uma certa autonomia para realizar tarefas.

Cenário 2: Alunos que não conseguem escrever sozinhos.

Solução: Mais uma vez, o hábito de criar uma dependência da aprovação dos professores pode gerar uma grande insegurança e trava na criatividade dos alunos.

Para criar um cenário mais confortável de escrita, o repertório de temas para a produção deve estar dentro da realidade desses alunos, visto que assim elas terão mais “propriedade” sobre o que vão escrever.

Os alfabetizadores devem incentivar as crianças a pensarem mais sobre as ideias, e não apenas “podá-los”.

Outra questão que define a dificuldade de escrever é a frequência dessas produções. Produções textuais muitas vezes por semana também podem agravar a falta de ideias desses alunos.

Cenário 3: Corrigir produções de texto exige que se analise todos os aspectos como estrutura, ortografia, coesão, coerência, sequência lógica de fatos...

Solução: Na verdade, não é necessário que em todo texto seja corrigido todos os aspectos.

Então por exemplo, se está sendo trabalhado diálogos, podemos falar isso para a turma e explicar que outros aspectos não serão tão considerados.

Cenário 4: Agradando os pais: Por que não corrigiu as palavras? Este texto está cheio de erros!

Solução: Para que todos estejam alinhados em torno do aprendizado da criança, é importante que os pais saibam as metas daquele texto em especial.

Esses diálogos podem se dar em reuniões onde são conversados os objetivos das aulas ou através de bilhetes nas agendas ou nos próprios cadernos.

Isso é necessário para que os pais saibam que existem prioridades pedagógicas.

Então por exemplo, não se deve corrigir questões ortográficas que ainda não foram trabalhadas, tendo em vista que precisamos respeitar as hipóteses de escrita e o desenvolvimento do filho deles.

Dicas para a correção textual

  • Ao corrigir uma produção, evite riscar demais e grifar demais em vermelho. É mais interessante sublinhar o que foi considerado incorreto e solicitar ao aluno que descubra a falha.
  • Abandone aquela ideia de que somente o alfabetizador pode corrigir e dar sugestões. Para fugir dessa metodologia, a troca de produções entre os alunos e sugerir que os mesmos façam a devida correção, fazendo os comentários cabíveis, instiga a colaboração entre os colegas.
  • Ensine os alunos a utilizar um dicionário. Essa ferramenta pode auxiliar em eventuais dúvidas, bem como os insere no universo da linguagem padrão e do formalismo.

Para facilitar a correção dos textos, o alfabetizador pode contar com uma ficha com os elementos para a correção. Com isso, é possível lembrar todos os aspectos que devem ser analisados. Observe o exemplo abaixo de ficha:

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Este artigo pertence ao Curso de Alfabetização e Letramento

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